A A DIFUSÃO INTERNACIONAL DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA CHILENA E O ULTRALIBERALISMO DO GOVERNO BOLSONARO
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS E EMPREENDEDORES
DOI:
https://doi.org/10.31068.310104Palavras-chave:
reforma da previdência chilena, neoliberalismo, governo BolsonaroResumo
A reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro em 2019 era clara e assumidamente inspirada na paradigmática reforma promovida no Chile pelo governo Pinochet, no início da década de 1980, ainda que levasse em consideração também os ‘modelos adaptados’ que foram implementados na Argentina, Colômbia e Peru, entre outros, nos anos 1990. A reforma chilena, baseada na capitalização individual gerida por instituições financeiras privadas, substituiu o sistema de repartição no país e se tornou a referência principal a pautar as inúmeras reformas previdenciárias que, nas décadas seguintes, seriam realizadas ao redor do globo. Sendo elemento central dos consensos reformistas de cunho neoliberal que se tornaram hegemônicos nas décadas de 1980 e 1990, a privatização da previdência, ou, pelo menos, a redução da provisão estatal, passou a ser difundida internacionalmente, como exemplo a ser seguindo, por uma miríade de atores. Dentre estes, destacaram-se as organizações internacionais e alguns atores individuais. Articuladores e negociadores individuais como esses são denominados “empreendedores” pelos estudiosos das políticas públicas. Este trabalho, após analisar a maneira como se deu a difusão internacional da reforma chilena, com ênfase para a América Latina, pretende discutir a maneira como as organizações internacionais e os empreendedores (responsáveis tanto pela “exportação” como pela “importação” dessas ideias e propostas) influenciaram a reforma de Bolsonaro, bem como as distintas maneiras como a ideia do Chile como “modelo” pautou as discussões sobre a reforma de 2019.
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