Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 1
TRAJETÓRIA DE MULHERES PARA A CÂMARA FEDERAL: UMA
ABORDAGEM PROSOPOGRÁFICA UTILIZANDO A ANÁLISE DE
CORRESPONDÊNCIA MÚLTIPLA
TRAYECTORIA DE LAS MUJERES HACIA LA CÁMARA FEDERAL: UNA
APROXIMACIÓN PROSOPOGRÁFICA MEDIANTE EL ANÁLISIS DE
CORRESPONDENCIAS MÚLTIPLES
WOMEN'S TRAJECTORY FOR THE FEDERAL CHAMBER: A PROSOPOGRAPHIC
APPROACH USING MULTIPLE CORRESPONDENCE ANALYSIS
Leonardo Aires DE CASTRO1
e-mail: leoairescastro@gmail.com
Como referenciar este artigo:
DE CASTRO, L. A. Trajetória de mulheres para a câmara federal:
Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de
correspondência múltipla. Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência
Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-
0107. DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963
| Submetido em: 01/05/2022
| Revisões requeridas em: 11/02/2023
| Aprovado em: 20/08/2023
| Publicado em: 15/12/2023
Editores:
Profa. Dra. Simone Diniz
Prof. Dr. Eduardo de Lima Caldas
Profa. Dra. Mércia Kaline Freitas Alves
Dr. Vinícius Silva Alves
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Secretaria de Educação do Estado de Goiás (SEDUC), Catalão GO Brasil. Doutor em Ciência Política pela
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (Professor de Educação Básica, SEDUC-GO).
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 2
RESUMO: Esse artigo buscou analisar a trajetória das mulheres deputadas federais de 2003 a
2018, utilizando a prosopografia como instrumento metodológico, a fim de comparar as
carreiras delas no percurso para alcançar a representação na Câmara Federal e como se
articulam internamente. Foram 260 entradas de deputadas analisadas em diversas variáveis e
posteriormente confrontadas entre si em busca de similaridades e distinções. Entre as dimensões
que nos auxiliaram a compreender o caminho dessas representantes estão: parentesco,
escolaridade, pertencimento às comunidades de base, religião, profissão, cargos ocupados ao
longo da vida e ocupações dentro dos partidos políticos, como também o próprio percurso
partidário. A partir dessas informações, construímos um apanhado de perfis que tem como
interesse instrumentalizar a análise das trajetórias dessas mulheres no contexto desse trabalho.
Posteriormente, cruzamos essas informações com três disposições institucionais, quais sejam,
lideranças no interior da Câmara Federal, Comissões Ocupadas e Reeleição, a fim de visualizar
a distribuição dos tipos identificados dentro do cenário institucional. Em nossos achados
identificamos sete grupos específicos: Familiar, Administrativo, Movimentos Sociais,
Movimentos Estudantis, Mídia, Sindicalismo e Religião. Ao longo do período analisado, o
grupo familiar teve o maior crescimento, seguido do administrativo, observado uma lógica
observada em trabalhos anteriores. Além, os relacionamentos institucionais desses grupos
sofrem modificações de acordo com a trajetória analisada.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Instituições. Mulheres. Trajetórias.
RESUMEN: Este artículo buscó analizar la trayectoria de las diputadas federales entre 2003
y 2018, utilizando la prosopografía como herramienta metodológica, para comparar sus
trayectorias en el camino a alcanzar representación en la Cámara Federal y cómo se articulan
internamente. Un total de 260 trayectorias de diputadas fueron analizadas en función de
diversas variables y luego comparadas entre en busca de similitudes y distinciones. Entre
las dimensiones que nos ayudaron a comprender la trayectoria de estas representantes se
encuentran: el parentesco, la educación, la pertenencia a comunidades de base, la religión, la
profesión, los cargos desempeñados a lo largo de la vida y las ocupaciones dentro de los
partidos políticos, así como la propia trayectoria partidaria. A partir de esta información,
hemos elaborado una serie de perfiles que nos ayudan a analizar las trayectorias de estas
mujeres en el contexto de este trabajo. A continuación, hemos cruzado esta información con
tres disposiciones institucionales, a saber, el liderazgo en la Cámara Federal, los Comités
ocupados y la reelección, con el fin de visualizar la distribución de los tipos identificados en el
escenario institucional. En nuestros resultados identificamos siete grupos específicos: Familia,
Administrativo, Movimientos Sociales, Movimientos Estudiantiles, Medios de Comunicación,
Sindicalismo y Religión. A lo largo del periodo analizado, el grupo familia fue el que más
creció, seguido del grupo administrativo, siguiendo una lógica ya observada en trabajos
anteriores. Además, las relaciones institucionales de estos grupos cambiaron en función de la
trayectoria analizada.
PALABRAS CLAVE: Género. Instituciones. Mujeres. Trayectorias.
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 3
ABSTRACT: This article sought to analyze the trajectory of women federal deputies from 2003
to 2018, using prosopography as a methodological tool, in order to compare their careers on
the way to achieving representation in the Federal Chamber and how they articulate themselves
internally. A total of 260 female deputies' entries were analyzed in terms of various variables
and then compared with each other in search of similarities and distinctions. Among the
dimensions that helped us to understand the path of these representatives were: kinship,
schooling, belonging to grassroots communities, religion, profession, positions held throughout
life and occupations within political parties, as well as the party path itself. Based on this
information, we have put together a series of profiles to help analyze the trajectories of these
women in the context of this work. We then cross-referenced this information with three
institutional dispositions, namely leadership within the Federal Chamber, Occupied
Committees and Re-election, in order to visualize the distribution of the types identified within
the institutional scenario. In our findings we identified seven specific groups: Family,
Administrative, Social Movements, Student Movements, Media, Trade Unionism and Religion.
Over the period analyzed, the family group grew the most, followed by the administrative group,
following a logic already observed in previous work. In addition, the institutional relationships
of these groups changed according to the trajectory analyzed.
KEYWORDS: Gender. Institutions. Women. Trajectories.
Rompendo o teto de vidro da representação política
A base de toda pesquisa sobre grupos parlamentares se inicia (ou resume-se) em traçar
os perfis dos indivíduos que os compõem. Análises descritivas ou estatísticas são utilizadas para
identificar a origem desses indivíduos e mapear a lógica de ingresso dessas instituições. Não é
surpresa que esse tipo de pesquisa tenha se desenvolvido com relativo sucesso no contexto
brasileiro, comumente chamado de estudos das elites, tendo como objetivo justamente
investigar o conjunto das trajetórias dos atores daquele espaço e estabelecer relações entre
biografia e posições de poder (PERISSINOTTO; CODATO, 2015).
É dentro da lógica da representação descritiva que os estudos sobre elites políticas de
mulheres se desenvolvem. Se a democracia liberal compreende que homens e mulheres são
iguais em condições para disputarem entre si uma cadeira eletiva, por qual razão a proporção
de homens é tão mais alta em relação a de mulheres? Esse é o questionamento que Danusa
Marques (2010) levanta em seu estudo sobre as diferenças entre as carreiras políticas de
mulheres e homens nas eleições de 2006 (53ª legislatura).
Em linhas gerais, capitais políticos e econômicos são mais associados aos candidatos
homens e inviabilizados para mulheres. Sendo esses dois capitais essenciais para a competição
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
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partidária, na disputa eleitoral a igualdade formal não opera efeito algum. Pois bem, instituições
políticas foram criadas e organizadas por homens, dentro de suas determinações e
entendimentos, operando dentro de uma lógica de padrão masculino que torna a esfera pública
um âmbito de ação masculina, em contraposição do privado, em que o trabalho feminino é
relegado. Seja pelo contrato social patriarcal, pelas diferenças sociais e culturais que criam
obstáculos a representação feminina, ou a própria lógica da desigualdade entre os gêneros,
reproduzida dentro das instituições liberais (MIGUEL; BIROLI, 2010), o que temos é um
ambiente avesso a mulheres produtor de empecilhos ao acesso desse grupo em suas fileiras.
É a partir das investigações sobre recrutamento partidário que chegamos a compreensão
de que diferenças no modo de selecionar mulheres competitivas para a disputa eleitoral entre
as agremiações, seja levando em consideração o modelo do partido ou o espectro partidário ao
qual ele pertence (LOVENDUSKI; NORRIS, 1993). Pesquisas que questionam quais são os
obstáculos à representação feminina levam em consideração uma variedade de hipóteses, tais
como viés negativo de voto, seleção enviesada de candidatos homens em detrimento de
mulheres, enfraquecimento econômico de candidaturas femininas, desinteresse político, entre
outros (KROOK, 2009; MATLAND, 2005; NORRIS, 2013; SACCHET, 2011).
Pinto e Silveira (2018) exploram uma dessas abordagens em um dos artigos mais
recentes sobre o tema. A pesquisa tem interesse em determinar quais os requisitos necessários
para que mulheres possuam carreiras políticas exitosas no legislativo Estadual e Federal
brasileiro. Ao observar aquelas deputadas que foram eleitas mais de 3 vezes no intervalo entre
1951 e 2015, ou seja, 17 legislaturas no total, foram identificadas 62 parlamentares. As autoras
postulam duas hipóteses a partir dos dados coletados: a primeira indica que quanto menor o
distrito eleitoral, e menos democrática forem as eleições (no que tange a competição), maior a
chance de se eleger mulheres. Já a segunda considera que a urbanização, índices educacionais
elevados e menor desigualdade social no Brasil, diferentemente do que se acredita, não
determinaria maior presença de mulheres na política. Segundo as autoras, as regiões Norte,
Centro-Oeste e Nordeste refletem características distintas, mas que se assimilam nos resultados
práticos da representação feminina. As duas primeiras são localidades pouco populosas, de
recente tradição política e competição eleitoral menor entre os partidos políticos, enquanto a
terceira tem tradição eleitoral consolidada entre caciques partidários que criam obstáculos a
partir do tradicionalismo.
Em suma, a pesquisa demostra que as mulheres que alcançaram os cargos legislativos
romperam os obstáculos instituído pelo mundo privado, esfera de poder que subjuga a mulher
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
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para a vida pública, conquistando espaço a partir de posições prioritariamente masculinas, como
lideranças em setores sindicais, acadêmicos e partidários (PINTO; SILVEIRA, 2018). Dessa
forma, conforme exposto por Bourdieu (2011), para se adequar ao mundo político masculino,
sob pena de exclusão, mulheres são incentivadas a adotarem as mesmas práticas e trajetórias
dos homens
2
.
O diagnóstico postulado pelas autoras é profundamente atual. Pesquisas prosopográficas
ignoram ou deixam passar "gênero" como variável importante dos estudos biográficos. O
apagamento de tal variável corresponde a lógica intrinsecamente masculina das instituições,
uma vez que "ser mulher" implicaria muito pouco nas análises que buscam compreender o
funcionamento de sistemas a partir dos seus atores e a relação deles com suas vidas pregressas.
Entretanto, a baixa representação delas nas instâncias decisórias e as trajetórias políticas
diversas que conformam a vida política feminina evidenciam a necessidade de explorar as
nuances de suas carreiras e os impactos dessas na sua atuação parlamentar e no seu futuro
político.
Em relação as carreiras políticas das esquerdas e direitas, Marenco e Serna (2007)
articulam duas hipóteses, quais sejam: as diferenças nos padrões de carreiras políticas entre os
partidos desses espectros poderiam ser explicadas pela variação do perfil social e pelos recursos
individuais dos candidatos eleitos, sendo que políticos de esquerda recrutam suas bancadas em
grande parte pelo setor público, na classe média assalariada, entre lideranças sindicais e de
movimentos sociais, na busca de sanar possíveis carências de recursos financeiros e familiares,
construindo carreiras endógenas ligadas aos partidos. Enquanto políticos de direita são
recrutados a partir de extratos mais elitistas da sociedade, compondo os quadros políticos
pessoas ligadas a um capital mais tradicional, independente de afiliação partidária e
profundamente conectado a frações médias e altas da sociedade.
Em termos gerais, as hipóteses desses autores conjugam a mesma perspectiva testada
por Miguel, Marques e Machado (2015) de que mulheres de direita estariam mais ligadas a
relações familiares e trajetórias elitistas, enquanto aquelas da esquerda se valeriam dos
caminhos trilhados em movimentos sindicais ou posições administrativas dentro dos partidos
políticos. A articulação do capital econômico e político dentro da disputa eleitoral teria um peso
2
“(...) Quem quer que entre para a política, assim como alguém que ingresse em uma religião, deve operar uma
transformação, uma conversão. Mesmo que esta não lhe apareça como tal, mesmo que não tenha consciência disso,
ela lhe é tacitamente imposta, e a sanção em caso de transgressão e o fracasso ou a exclusão. Trata-se, portanto, de
uma lei específica e que constitui um princípio de avaliação e eventualmente de exclusão. Um índice, o escândalo:
quem entra para a política se compromete tacitamente a eximir-se de certos atos incompatíveis com sua dignidade,
sob pena de escândalo” (BOURDIEU 2011, p. 195).
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predominante na seleção das eleitas e do sucesso de suas carreiras políticas, uma vez que tais
ativos seriam essenciais para se distinguirem na competição por votos.
Tendo como base a perspectiva de que a representação de grupos minoritários se
correlaciona muito mais com a escolha dos partidos políticos pelos seus candidatos e as
providências institucionais que eles tomam para fomentar suas candidaturas, do que pelo voto
dos eleitores (uma vez que a preferência eleitoral responde a incentivos organizacionais), é de
se esperar que as eleitas estariam concentradas em grupos partidários que melhor
operacionalizassem oportunidades, ou ao menos, que não agissem para impedir que capitais
externos àqueles fornecidos pelo partido exercessem sua função (FOLKE; RICKNE, 2016).
Nas pesquisas nacionais, podemos notar que os partidos de esquerda são plataformas
que melhor administram candidaturas femininas, contudo, a diferença não é grande entre os
partidos do centro e da direita. A sobrevivência eleitoral também é maior na esquerda, visto que
o capital emprestado dos partidos políticos consolidam de maneira mais apropriada tais
trajetórias (ARAÚJO, 2010; ARAÚJO; ALVES, 2007; MARQUES, 2010; MIGUEL;
MARQUES; MACHADO, 2015; PINTO; SILVEIRA, 2018; WYLIE, 2018).
O cenário de trajetórias políticas no Brasil é o seguinte: não diferenças profundas
entre as carreiras masculinas e femininas, havendo a conjunção de variados capitais, tal como
o uso da influência familiar e o fortalecimento dentro de instituições políticas, mas a percepção
desses capitais pode ser distinto e o uso deles frente as regras institucionais acabam por
privilegiar os homens (ARAÚJO, 2010; ARAÚJO; BORGES, 2013). Esse também é o
entendimento em outros países da América Latina (SCHWINDT-BAYER, 2011)
3
e, ainda, nos
Estados Unidos (PRAINO; STOCKEMER, 2018)
4
. A diferença entre as carreiras está, portanto,
na forma que esses capitais se transformam em cargos, ou seja, como as instituições filtram os
candidatos, articulam sua competição e determina quem sai vitorioso.
3
Na Argentina, Colômbia e Costa Rica, conclui a autora, homens e mulheres são mais similares que nunca em
suas trajetórias políticas, ambições e caminhos para o poder. Características de ordem pessoal, como idade,
casamento, filhos e grau educacional são compartilhados por ambos os gêneros. Ainda, não parece haver uma
mudança visível na arena política uma vez que mulheres a ocupam. Ao fim, lógicas institucionais geram mais
influência na presença/ausência de mulheres nesses países do que de ordem social (SCHWINDT-BAYER, 2011).
4
Nos Estados Unidos, os autores indicam que a sub-representação feminina está conectada um sistema rígido e
estático que impede o rompimento do teto de vidro da incumbência, ou seja, mulheres não conseguem acessar
carreiras políticas longevas por conta das inúmeras constrições institucionais e sociais que as impedem. Contudo,
a pesquisa mostra que quando elas conseguem ultrapassar esses obstáculos, a vida política é tão longa quanto a
masculina. Em termos gerais, as carreiras femininas possuem tanto sucesso quanto as masculinas, uma vez que
conseguem romper o teto de vidro, restando o questionamento de como quebrar esse obstáculo (PRAINO;
STOCKEMER, 2018).
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
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É dentro desse panorama que as carreiras femininas serão estudadas aqui. Pretende-se
compreender quais os grupos que as eleitas se filiam, em quais quadros partidários as mulheres
possuem melhor capacidade de penetrar dentro de posições de poder na Câmara Federal,
perpetuando na trajetória política e assegurando espaços estratégicos de controle da agenda. A
abordagem aplicada neste resgata muitas características de pesquisas biográficas realizadas
sobre a trajetória de mulheres na política, entretanto, inova ao articular uma organização de
capitais diferentes, produzindo grupos diversos e definidos dentro de aspectos singulares, uma
metodologia exploratória que permite visualizar as diferenças entre as carreiras de forma
facilitada e amplia o escopo da pesquisa para a eleição de 2018.
O artigo está dividido em cinco partes, sendo a primeira uma apresentação do método
de pesquisa e a ferramenta que utilizamos para analisar os relacionamentos institucionais. A
segunda parte compreende a construção da nossa tipologia em relação as trajetórias políticas
das deputadas federais, enquanto na terceira observamos os dados descritivos retirados da nossa
pesquisa. Depois, temos na quarta parte as análises sobre as trajetórias e como elas se
relacionam institucionalmente. Por fim, consideramos os avanços e obstáculos presentes nesta
pesquisa e delimitamos novas fronteiras de investigação.
Sobre o método prosopográfico e o uso da análise de correspondência múltipla
A prosopografia, conhecida também como biografia coletiva ou análise de carreiras tem
como origem a História, como disciplina. O objetivo principal é coletar informações acerca do
histórico pessoal do indivíduo, tais como relações de parentesco, cargos ocupados ao longo da
vida, datas relevantes, enfim, tudo que possa dar indícios da vida do objeto para então
compreender as implicações desses atores na estrutura política. A partir desses dados, podemos
obter a dimensão da ação política desses personagens e também de mudanças sociais nos grupos
que compõe a sociedade (STONE, 2011).
Logo, para Stone (2011), a prosopografia tem como objetivo “(...) dar sentido à ação
política, ajudar a explicar a mudança ideológica ou cultural, identificar a realidade social e
descrever e analisar com precisão a estrutura da sociedade e o grau e a natureza dos
movimentos em seu interior”. Seguindo esses pressupostos, os dados aqui compilados
conseguiram avaliar questões de valores e símbolos transpostos da sociedade para instituição
por meio do processo eleitoral, subsidiando nossa abordagem teórica.
Na Ciência Política o método em questão é amplamente utilizado para a pesquisa de
elites políticas que conformam determinadas estruturas no aparato institucional, seja ele político
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
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ou até mesmo empresarial, observando os aspectos da vida pessoal dos indivíduos na busca de
estruturar trajetórias que alcancem determinado ponto. Conforme Flávio Madureira Heinz
(2006), os estudos das elites por meio da biografia coletiva reafirmaram a importância e o rigor
metodológico dos estudos nessa área, tanto na História, quanto nas Ciências Sociais.
A prosopografia como estudo das elites foi progressivamente ampliando suas aplicações
nas mais diversas áreas do conhecimento. Isso porque garante ao pesquisador uma análise
diacrônica que permite a comparação de variados períodos e o próprio movimento dos
indivíduos entres grupos que conformam ou não ambientes da elite. Conforme dispõe Heinz e
Codato:
Prosopógrafos, entretanto, descrevem as propriedades sociais de grupos em
perspectiva diacrônica, comparando períodos e monitorando alterações. É
essa operação, a comparação das propriedades e atributos de coletividades no
tempo e suas modificações estruturais, a característica central do método
prosopográfico. A prosopografia pode ser, assim, uma alternativa para se
estender a análise da atuação de elites políticas e grupos dirigentes a períodos
de tempo mais recuados, permitindo obter ganhos explicativos no
desvelamento de padrões de comportamento político, de reprodução e/ou
renovação de famílias ideológicas e na explicitação de continuidades e
recorrências de longa duração na sociedade e na política (HEINZ; CODATO,
2015, p. 251).
Ainda, os autores ressaltam a existência de lacunas no processo de produção dos bancos
de dados desse método, sendo assim responsabilidade do investigador o reconhecimento desses
limites e a produção de complementos que possam subsidiar mais informações para a
satisfatória construção das biografias. Nossas principais fontes de pesquisa foram os bancos
catalográficos sobre a vida das deputadas federais, tais como o Repositório Biográfico da
Câmara Federal, as Radiografias do Congresso, organizadas pelo DIAP e o Dicionário
Histórico-Biográfico Brasileiro (CPDOC-FGV). Conforme discutido anteriormente, em alguns
momentos existência de lacunas nas biografias das deputadas, sendo necessário a
complementação dessas narrativas em repositórios distintos.
A Análise de Correspondência Múltipla (Multiple Correspondence Analysis MCA) é
uma técnica de pesquisa comumente utilizada para explorar aspectos de aproximação ou
afastamento de respondentes em um survey ou para comparar biografias em um contexto
coletivo. O MCA é aplicado em tabelas com indivíduos como linhas e variáveis categóricas em
colunas, podendo também analisar variáveis contínuas. Não se trata de um método matemático
inovador, uma vez que faz uso de aspectos da análise fatorial, mas sem dúvidas oferece uma
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oportunidade visual de exposição dos dados (DANTAS et al., 2017; HUSSON; LÊ; PAGÈS,
2017; MARTINS; DONADONE, 2018).
A partir dessa técnica podemos levantar importantes questionamentos, tais como: quais
são as trajetórias políticas dentro do universo estudado mais similares (ou distintas)? Esses
indivíduos são consistentes em termos dos grupos analisados? A partir dessa lógica exploratória,
a distância calculada entre as observações podem inferir que dois indivíduos que respondem
igualmente nas mesmas categorias estão mais próximos, mas se um deles tiver uma resposta,
entre as iguais, profundamente diferente dentro daquele universo de respondentes, ele poderá
ocupar uma posição afastada e, portanto, levantar prognósticos em relação ao seu pertencimento
aquele grupo estudado (HUSSON; LÊ; PAGÈS, 2017).
Conforme Dantas et al. (2017) aponta, esse método constitui como vantagem a
possibilidade de se avaliar visualmente a distribuição dos indivíduos em relação as variáveis
dispostaas a fim de compreender se as diferenças são ou não aleatórias entre os respondentes.
As nuvens construídas a partir dos dados podem evidenciar cruzamentos de dados que, em
termos de compreensão, tornam-se muito mais simples. Porém, torna-se fundamental ressaltar
que o uso desta técnica possui limites bem definidos pela literatura, justamente por encontrar
percalços na generalização de hipóteses, sendo mais comumente usada em pesquisas
exploratórias como esta que se desenvolveu (ROSSIER, 2019).
Classificando trajetórias políticas: capital político, familiar, midiático e religioso
Pesquisas biográficas costumam utilizar a abordagem de campo, desenvolvida por
Pierre Bourdieu, que permite adequar a trajetória dos investigados dentro de um quadro
relacional de poder. Assim, para identificar e classificar as mulheres que acessaram a Câmara
Federal, passamos a compreender o conceito de campo político e dos capitais que se articulam
nas carreiras políticas. O campo, para o autor, é um pequeno microcosmo que contém uma
variedade de processos e entendimentos do mundo externo, mas articulados e revestidos de uma
forma particular, delimitados pelos próprios membros. Está na origem dessa estrutura e nos
desdobramentos que seus membros a conferem a partir de suas trajetórias, as lógicas intrínsecas
de funcionamento, permissão e exclusão (BOURDIEU, 2011). Conforme preleciona:
(...) campo político como um lugar em que certo número de pessoas, que
preenchem as condições de acesso, joga um jogo particular do qual os outros
estão excluídos. É importante saber que o universo político repousa sobre uma
exclusão, um desapossamento. Quanto mais o campo político se constitui,
mais ele se autonomiza, mais se profissionaliza, mais os profissionais tendem
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a ver os profanos com uma espécie de comiseração (BOURDIEU, 2011, p.
197).
Portanto, e isso é fundamental na análise sob a perspectiva de campo, o acesso desigual
ao campo político não pode ser remetido a uma naturalização, tal como os teóricos do elitismo
o fazem, mas sim observado como um mecanismo das regras e procedimentos que constituem
o respectivo campo. Enquanto esses (os elitistas
5
) entendem a política a partir de uma formação
de oligopólio dentro das organizações (partidos políticos, governos, parlamento), Bourdieu
propõe que analisemos o acesso a partir da apropriação e uso de capitais que distinguem os
políticos da população comum, uma vez que essa dicotomia é constitutiva do campo.
Dessa forma, partimos da premissa que não basta reconhecer o eleitorado de um político
ou sua base social, mas também a conjunção deles no seu próprio campo. Para Bourdieu, a
análise do coletivo que integra o campo é essencial para compreendermos a posição que o
indivíduo ocupa, visto que ela também auxilia no entendimento de suas ões. Analisar
biografias de maneira coletiva é, também, visualizar a imagem do todo, evidenciando o
processo de formação de uma mudança de paradigma ou reprodução da estrutura.
A perspectiva bourdieusiana de campo, capital e habitus nos permite entender de
maneira mais acurada a profissionalização política. O campo, segundo Bourdieu (1983), pode
ser entendido como um espaço de jogo social onde os agentes e as instituições lutam pela posse
do capital específico desse campo. No caso do campo político, esses capitais podem ser o apoio
popular, o acesso a instituições políticas, ou recursos monetários e financeiros, entre outros.
5
A análise das elites tem origem em trabalhos seminais de teóricos como Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca e Robert
Michels, referidos muitas vezes como os elitistas clássicos. As suas teorias foram fundamentais para moldar o
nosso entendimento das estruturas de poder e da desigualdade social e política. Vilfredo Pareto é conhecido pela
sua teoria da circulação das elites, que propõe que as sociedades são governadas por uma minoria (a elite), que
detém a maioria do poder e da riqueza. Segundo Pareto, a elite esem constante fluxo, com indivíduos ascendendo
e descendendo dentro da sua estrutura. Entretanto, esta mobilidade não altera o fato de que é sempre uma minoria
que detém o poder. Essa concepção contribui para a naturalização da desigualdade, pois a desigualdade é vista
como uma característica intrínseca das sociedades, independentemente das mudanças na composição da elite.
Gaetano Mosca, por outro lado, argumentava que a dominação da elite era baseada na organização. Segundo
Mosca, a elite mantém o poder porque é melhor organizada do que as massas. Mosca também acreditava que a
desigualdade é um fato natural, inevitável e, de certo modo, necessário para a eficiência das sociedades. Robert
Michels, famoso pela sua "lei de ferro da oligarquia", afirmava que todas as organizações, mesmo as mais
democráticas, tendem a se tornar oligarquias. A ideia central aqui é que os líderes das organizações ganham poder
à medida que as organizações crescem e se tornam mais complexas, o que leva à concentração do poder e à
desigualdade. Tal como Pareto e Mosca, Michels via a desigualdade como uma característica inescapável das
sociedades. Assim, os elitistas clássicos contribuíram para a compreensão da desigualdade como um fenômeno
natural e inevitável, baseado na premissa de que algumas pessoas ou grupos são mais aptos, organizados ou
estratégicos para assumir posições de liderança. Apesar dessas teorias serem alvo de várias críticas e revisões, elas
continuam a influenciar o pensamento sociopolítico atual, permitindo-nos entender melhor as dinâmicas de poder
e desigualdade na sociedade.
Leonardo Aires DE CASTRO
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A profissionalização política, neste contexto, envolve uma maior concentração desses
capitais políticos, e se manifesta através da habilidade de um indivíduo ou grupo em operar
efetivamente dentro desse campo. Por outro lado, esse processo também sugere a existência de
barreiras para aqueles que não possuem esses capitais ou não sabem como utilizá-los. Isso é
exemplificado pela dificuldade de mulheres em entrar e permanecer no campo político, como
discutido em nossos exemplos anteriores.
O capital, por sua vez, representa os recursos que um agente possui e pode usar para se
posicionar no campo. No campo político, o capital pode assumir várias formas, como poder
político, capital econômico, capital cultural (como o conhecimento sobre o funcionamento do
campo político), e capital social (como as redes de contatos e conexões políticas).
Finalmente, o habitus refere-se a um conjunto de disposições duradouras que os
indivíduos adquirem por meio de sua socialização e que orientam suas ações e percepções. O
habitus político é moldado pelos capitais que um indivíduo possui e pelas estruturas do campo
político em que ele opera. A profissionalização política pode ser vista como uma mudança no
habitus político, na medida em que envolve a aquisição de disposições e habilidades que
aumentam a eficácia de um indivíduo no campo político. Em suma, o conceito em questão se
refere ao conjunto de disposições duradouras que norteiam as ações dos sujeitos e sua
interpretação do mundo. A interação entre o campo político e o habitus, conforme proposto por
Bourdieu, é que o habitus é um elemento que afeta a posição que um sujeito assume no campo
político. A localização de um sujeito nesse campo é definida pela quantidade e qualidade dos
recursos que ele detém e que são pertinentes. Tais recursos podem abranger capital econômico,
cultural e simbólico. O habitus influencia a maneira como os sujeitos empregam esses recursos
e, consequentemente, sua localização no campo (SETTON, 2002).
Ademais, a posição de um sujeito no campo político também exerce influência sobre o
seu habitus. Isso impacta suas vivências e interações, o que por sua vez modela seu habitus.
Por exemplo, um político que detém uma posição de poder em um campo político específico
pode desenvolver um habitus que realça a necessidade de preservar e ampliar seu poder e
influência. Em resumo, a interação entre campo político e habitus em Bourdieu é que o habitus
afeta a posição que um sujeito assume no campo político, ao passo que a posição de um sujeito
no campo político afeta seu habitus (SETTON, 2002).
Ao analisarmos a profissionalização política através do prisma de campo, capital e
habitus, podemos entender melhor como certos grupos (como as mulheres) podem ser
desfavorecidos, e como os recursos políticos são distribuídos e utilizados dentro do campo
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político. Assim, esses conceitos nos permitem visualizar o campo político como um espaço
dinâmico e relacional, onde as estruturas e os agentes estão em constante interação.
Escrever que o campo político é avesso a participação feminina, mesmo que quase 90
anos após o sufrágio feminino, pode parecer estranho. Do ponto de vista liberal, se
compreendermos que as oportunidades políticas são iguais e que todos competem em paridade
de armas, beiraríamos ao proselitismo acadêmico. Entretanto, nada como a realidade política
para nos afirmar o lento processo de abertura da esfera pública para mulheres, criando muito
mais obstáculos do que facilitadores. Aqueles que deram origens as instituições políticas no
Brasil (e no mundo), articulam-se de tal forma que o profano, a estranha figura feminina que
ameaça a ordem que desejam perpetuar, é repetidamente afastada, atacada, na busca de provar
o seu não lugar.
Mas, então, o campo é fadado ao fechamento? Mulheres nunca serão aceitas como tal,
sem se dobrar pelas regras do campo político masculino? A resposta a essas perguntas está nos
parlamentos que romperam com a segregação de gênero, seja pela adoção de políticas públicas
efetivas, tais como as cotas, ou pela mudança social que afetou diretamente o campo político,
uma vez que se opere uma mudança de paradigma e a totalidade masculina passe a ser
questionada e transformada
6
. Bourdieu pontua que o campo não pode se autonomizar
completamente justamente por estar subordinado as pessoas externas a ele, os eleitores no caso
da política. Se uma mudança na constituição dos membros do campo, um desafio as regras
impostas na origem e, consequentemente, a ruptura com a reprodução dos valores masculinos,
então sim, o campo político se torna aberto ao feminino, sem subvertê-lo. Segundo o autor:
Quanto mais um campo é autônomo e instalado em sua autonomia, mais essa
questão do fundamento último do campo é ocultada, esquecida, mas pode
ocorrer uma revolução científica que recoloque as fronteiras em questão, o
que Kuhn chama de “mudanças de paradigmas”. São situações nas quais
novos ingressantes mudam de tal maneira os princípios de pertencimento ao
campo que pessoas que antes faziam parte dele agora já não fazem mais, são
desqualificadas, e pessoas que dele não faziam parte agora fazem
(BOURDIEU, 2011, p. 202).
O campo político, segundo Pierre Bourdieu, não é um espaço isolado, mas está imerso
em um contexto social maior e é influenciado pelas interações com outros campos, incluindo
6
A Inter-Parlamentary Union realiza um acompanhamento em relação a quantidade de mulheres de todos os
parlamentos do mundo, estruturando hierarquicamente aqueles que conseguem maior número relativo e absoluto
de deputadas mulheres em suas fileiras. Os países que ocupam os primeiros lugares (Ruanda, Cuba, Bolívia,
México e Suíça) possuem índices próximos ou maiores que 50%. Essas realidades precisam ser analisadas,
principalmente as ligadas à América Latina. Mais informações em: http://archive.ipu.org/wmn-e/classif.htm.
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aqueles considerados profanos. As regras e estruturas desse campo o reproduzidas e
legitimadas, em grande parte, pelas percepções e ações dos indivíduos que operam dentro dele.
No entanto, isso não significa que essas regras sejam estáticas ou inquestionáveis. Pelo
contrário, o campo político é constantemente disputado e reformulado através de lutas pelo
poder e pelo capital. No caso da marginalização feminina no campo político, podemos entender
que a subrepresentação das mulheres não é uma característica fixa, mas é produto de dinâmicas
de poder específicas que favorecem os homens. Isso inclui práticas e normas culturais
arraigadas, assim como formas estruturais de desigualdade de gênero. Por exemplo, o campo
político pode ser dominado por uma 'visão masculina' que valoriza certos tipos de capital (como
o poder, a agressividade ou a competência técnica) sobre outros (como a cooperação, o cuidado
ou a sensibilidade emocional).
No entanto, justamente porque o campo político está em constante fluxo e é permeado
por disputas, essas condições não são absolutas ou imutáveis. A entrada de mais mulheres no
campo político, por exemplo, pode levar à reavaliação das normas e práticas existentes, assim
como à valorização de diferentes tipos de capital. Além disso, a pressão externa (por exemplo,
do campo dos movimentos sociais) pode forçar mudanças nas regras e práticas do campo
político. Portanto, embora a marginalização feminina seja uma realidade presente no campo
político, ela não é uma condição absoluta e imutável. O campo político é um espaço de luta e
negociação, onde diferentes atores e forças lutam pela definição das regras do jogo e pela posse
do capital específico do campo. E é nessa dinâmica que reside a possibilidade de transformação
e de desafio à marginalização das mulheres.
Mas como se opera essa mudança de paradigma? A partir do acúmulo de capital político
por parte das mulheres. Bourdieu indica que a dominação masculina atua a partir de um capital
simbólico que retira condições de igualdade entre os sexos. Homens impuseram nas instituições
que fundaram um simbolismo que opera na dominação do feminino pelo masculino. Regras,
procedimentos, padrões, tudo isso corresponde a uma lógica de reprodução masculina que opera
simbolicamente em desfavor da mulher. E essa dominação não necessita de razão, visto que é
padrão, naturalizada socialmente dentro das estruturas públicas formadas pelo masculino.
Mulheres são impedidas de acumular capital político porque estão imersas em um
sistema de violência simbólica que imprime uma desigualdade fundamental, retirando-as da
competição política justa. O capital político é disputado e conquistado por elas a partir do
rompimento com essas violências e pela captura de espaços comumente masculinos, tais como
sindicatos, lideranças de movimentos sociais e afins. Há outras formas de capital que também
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se transformam, quando operacionalizados, em capital político. São a partir dessas lógicas que
empreenderemos no estudo coletivo de biografias das mulheres deputadas federais.
Entende-se como capital político aquele conjunto de atividades que se estruturam dentro
de um campo da ação, ou fazer político. Movimentos Sociais, Sindicalismo, cargos burocráticos
dentro de partidos políticos e da administração pública, movimentos estudantis e até mesmo a
luta armada, são considerados capital político. A origem da parlamentar em face de qualquer
um desses subgrupos subentende que em sua trajetória foi permeada pela consolidação de
valores do campo político, possivelmente as aproximando de contextos mais tradicionais da
disputa eleitoral e da prática política institucional.
Para nossa análise, o capital político é dividido em 4 fatores distintos: o administrativo,
que corresponde a mulheres que conquistaram seus cargos a partir da ocupação de posições
burocráticas dentro das agremiações ou administração pública; sindical, para aquelas que
ocuparam cargos de liderança em sindicatos (seja de qual classe for); movimentos sociais,
observando deputadas eleitas a partir do seu envolvimento em manifestações ou estruturas
sociais de luta por reconhecimento de direitos; e movimento estudantil, preferencialmente
aquelas que perfilaram em agremiações estudantis, como grêmios, UNE e afins. Os últimos
dois foram diferenciados por conta das implicações futuras que movimentos sociais e estudantis
oferecem.
O capital familiar corresponde a associação da eleição as relações de parentesco ou
casamento. É importante ressaltar que esse capital não é exclusivo e nem mesmo preponderante
às carreiras parlamentares de mulheres. Faz parte de uma situação comum no Brasil, em que
elites políticas são formadas pela tradição do poder político dentro da família. A diferença,
conforme aponta Bourdieu (2010), está na dimensão dessa herança, pois enquanto os homens
recebem o poder político de seus pais e avôs, as mulheres receberiam a partir de seus maridos,
devido a sociedade patriarcal e como essa opera no mundo político. Nesta pesquisa utilizamos
a palavra “Familiar” para identificar a relação.
O capital religioso está ligado a emergência da religião como passaporte eleitoral, uma
vez que líderes religiosos se organizam a fim de fazer valer suas opiniões a níveis
governamentais. Em um país de tradição católica como o Brasil, carreiras orientadas a partir de
bases religiosas costumavam ocorrer dentro de pastorais e comunidades eclesiásticas que
fomentassem, de forma auxiliar, movimentos sociais. Com o crescimento do
neopentecostalismo, a partir da constituinte, grupos de poder dentro das principais igrejas dessa
orientação começaram sua trajetória para dentro da política. A partir da conversão de fiéis em
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eleitores, o capital religioso tem grande predominância nas carreiras políticas a partir de 2002,
devido aos acordos políticos firmados entre o Partido dos Trabalhadores e lideranças
religiosas/políticas que, rapidamente, ocuparam cargos em seus governos. Nesta pesquisa
utilizamos a palavra “Religião” para identificar a relação.
Por fim, o capital midiático compreende aquelas deputadas cuja trajetória está ligada a
ocupação profissional de apresentadoras de televisão, radialistas ou qualquer função que tenha
exposição da imagem. Esse capital teve crescimento com as eleições de 2018, principalmente
por conta da internet e o compartilhamento em massa de mensagens. A “viralização” foi
utilizada como manobra eleitoral. Nesta pesquisa identificamos como “mídia”. Abaixo,
esquematizamos os capitais que serão transformados em grupos de carreira política:
Tabela 1 - Grupos (capitais) de Carreiras das Deputadas Federais Esquematizado
Descrição
Análise
Carreiras dentro de órgãos públicos,
burocracia em partidos políticos ou
ocupação em cargos chaves nas
administrações dos três poderes.
Ocupação de posições
burocráticas dentro das
agremiações ou administração
pública, como secretariado,
dirigentes partidárias, ou
qualquer cargo relacionado a
burocracia dos três poderes.
Cargos de liderança em sindicatos do
trabalhador ou patronais.
Ocupação de cargos de
liderança em sindicatos (seja
de qual classe for), seja como
dirigente ou qualquer cargo de
projeção dentro dessas
instituições.
Cargos de liderança em movimentos
sociais diversos.
Envolvimento em
manifestações ou estruturas
sociais de luta por
reconhecimento de direitos,
em todo o espectro político.
Cargo de liderança em organizações
estudantis, tais como a UNE,
grêmios estudantis, DCEs de
Universidades e afins.
Ocupação em cargos chaves
em agremiações estudantis,
como grêmios, centros
acadêmicos, UNE e afins.
Relações familiares (pai/mãe,
irmãos/irmãs, tios/tias,
primos/primas/, avôs/avós, maridos e
esposas) com indivíduos detentores
de cargos eletivos.
Identificação de relações de
parentesco com políticos e
políticas já constituídos na
vida pública, com o uso do
nome e do capital político.
Carreira com origem em lideranças
religiosas, principalmente
neopentecostais.
Identificação de relações com
grupos religiosos que
promoveriam a candidata
politicamente pelo seu
envolvimento com setores
confessionais.
Carreira com origem na exposição da
imagem a partir de canais de
televisão ou, mais recentemente, em
Identificação de relações com
a televisão, rádios e outros
meios de comunicação,
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redes sociais sem envolvimento com
movimentos sociais.
incluindo redes sociais para o
fim de comunicação.
Fonte: Criação própria
Por fim, é necessário ressaltar que a categorização foi feita a partir dos dados disponíveis
on-line, seja pelo repositório de biografias do CPDOC/FGV, ou a partir de entrevistas,
reportagens investigativas e biográficas, sites pessoais e documentos oficiais, como Diário
Oficial da União. Conforme já relatado em outras pesquisas, quando lidamos com informações
a nível biográfico, nem mesmo entrevistas são suficientes para traduzir a realidade exata dos
fatos. Desse modo, um alerta é necessário, pois partimos de uma lógica relacional, em que a
categoria foi definida a partir da relação entre diferentes repositórios de dados e somente
quando outros fatores eram excluídos. Ou seja, se a trajetória de determinada deputada federal
nos leva a categorizar mais de um capital, levamos em consideração tal duplicidade e
levantamos essa situação. Esse cuidado foi tomado principalmente em relação ao capital
familiar, para que não houvesse superestima dos laços familiares e, consequentemente, um
apagamento da trajetória política dessa deputada federal, visto que é possível que um ocorra
sem determinação da outra.
Ao todo foram 260 entradas de mulheres analisadas, correspondendo a 5 legislaturas
distintas (2003 a 2018), mas em cada termo que ela consegue se reeleger, é considerado uma
entrada no banco de dados (com seus dados atualizados frente ao declarado na competição
eleitoral daquele ano). Essa escolha se deve a necessidade de averiguar separadamente o influxo
eleitoral a cada legislatura
7
.
Colhemos dados sobre o ano da legislatura, nome da deputada federal, se possui
biografia no CPDOC/FGV, Estado pelo qual foi eleita, região pela qual foi eleita, gasto máximo
de campanha e financiamento, patrimônio (quando disponível), classe social, profissão, idade,
grau de escolaridade, curso de graduação (quando disponível), cor (declarada e
heteroidentificadas), posições eletivas ocupadas antes daquela eleição, reeleição (sim ou não),
posição de liderança na Câmara Federal ao longo daquela legislatura (acumulável em
reeleições), ocupação de cargos ministeriais, posição de liderança em comissões parlamentares
permanentes, se possui familiares na política (até terceiro grau), se possui casamento com figura
política e a identificação do grupo ao qual pertence tendo em vista a explicação sobre capitais
anteriormente.
7
Dados constam nos anexos.
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A carreira política feminina na câmara federal do Brasil de 2002 a 2018
A análise da carreira política feminina no Brasil de 2003 a 2018 pode fornecer
informações significativas sobre os valores e princípios que moldam essas trajetórias,
influenciando assim uma variedade de agendas políticas no parlamento. Ao avaliar suas
biografias de uma perspectiva coletiva, compilamos informações que permitiram categorizar as
deputadas federais em sete tipos distintos, com base em características identificadas em suas
histórias analisadas nos repositórios de biografias
8
.
Iniciamos a análise destacando um importante ponto, a predominância da trajetória
familiar. Essa trajetória envolve mulheres com vínculos familiares diretos e colaterais (como
pais, avós, irmãos) ou filiação (através de casamento) com políticos, dando origem à tradicional
estrutura da política brasileira conhecida como familismo. Para serem classificadas nesse
contexto, é essencial que a biografia demonstre que tal relação existia antes do ingresso na
carreira política e que a deputada não tenha ocupado anteriormente um cargo eletivo. Casos em
que o casal segue a mesma trajetória e são eleitos para os mesmos cargos ou para posições
diferentes não se enquadram na categoria de relação familiar. Em outras palavras, essa trajetória
só é possível na ausência das demais.
Esse tipo de carreira política familiar compreende 95 trajetórias, ou 36,5% do total
registrado em nosso banco de dados. Dessas, 32 são resultantes de casamentos e as demais 63
envolvem parentes próximos na política. Além disso, 88 destas deputadas são autodeclaradas
brancas, enquanto apenas 7 se identificaram ou foram identificadas como não-brancas. Este
grupo também apresenta uma das maiores médias de longevidade na carreira, indicando que
este tipo de capital tende a produzir carreiras firmemente estabelecidas na cena política. Notou-
se um crescimento considerável ao longo dos anos, com o número de mulheres neste tipo de
carreira mais que dobrando entre 2002 e 2018.
A trajetória Administrativa surge quando fatores institucionais estão presentes na
carreira feminina, como a ocupação de cargos públicos comissionados e a progressão em cargos
burocráticos nas administrações políticas, dentro e fora dos partidos. Esta é a segunda carreira
com maior número de participantes, com 52 deputadas federais (20%). Dessas, a maioria é
branca (47), e apenas 5 são não-brancas. As carreiras dessas deputadas costumam ser
relativamente longas. Observa-se no gráfico que de 2002 a 2012 houve uma diminuição de
8
Os dados demográficos estão no anexo.
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mulheres pertencentes a essa trajetória, mas esse número cresceu expressivamente na
legislatura seguinte, superando a quantidade observada em 2022.
No que diz respeito à trajetória do Movimento Estudantil, a deputada deve ter ocupado,
em algum momento anterior à sua candidatura, cargos em instituições estudantis como UNE,
UEE, UBES, DCEs de Universidades ou Grêmios Estudantis de Ensinos Médio. Esta trajetória
está fortemente ligada ao período de repressão democrática de 1964 a 1985 no Brasil, quando
a Ditadura Militar perseguiu e desmantelou muitas dessas estruturas. Jovens que se opuseram
a esse regime excepcional, articulando-se dentro do movimento estudantil, por vezes chegaram
a ingressar na luta armada e em organizações revolucionárias. São 33 (12,7%) mulheres
pertencentes a essa trajetória, das quais 24 são brancas e 9 não-brancas. Esta é a trajetória com
a segunda maior quantidade de mulheres pretas, indígenas, pardas e amarelas.
Os Movimentos Sociais caracterizam-se como carreira quando a deputada pertence a
uma organização com atuação social em alguma área da sociedade, seja na proteção de diversos
direitos ou na atuação cotidiana em variadas pautas (progressistas ou conservadoras). Este é o
quarto maior grupo, com 22 (8,5%) deputadas federais, 18 brancas e 4 não-brancas. Também
se notou um aumento expressivo após 2014, devido às manifestações iniciadas em 2013, que
influenciaram a formação de novos grupos sociais conservadores a partir das manifestações
pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e as organizações sociais que tomaram as
ruas em favor da candidatura do atual presidente Jair Bolsonaro.
A carreira na Mídia pode ser considerada um tipo recente, dado que a massificação dos
meios de comunicação, como televisão e internet, alcançou seu auge no início do século XXI.
Contudo, o crescimento desta trajetória não está vinculado apenas a figuras expostas nos
veículos de comunicação, mas também a candidatas que alimentaram suas candidaturas em um
contexto de contestação das instituições. Esta trajetória possui 6 representantes, quatro delas na
legislatura mais recente.
A carreira ancorada na Religião envolve pastoras ou personalidades religiosas que
atrelaram suas candidaturas à imagem de suas convicções confessionais. Com 17 integrantes
(6,5%), 11 brancas e 6 não-brancas, este grupo tem um histórico fraco de reeleição e de
ocupação anterior em outros cargos eletivos. Porém, o gráfico mostra um crescimento
expressivo no número de mulheres ligadas a esta carreira, mais que triplicando de 2002 a 2018.
Por fim, o Sindicalismo envolve a ocupação de cargos de liderança dentro de instituições
sindicais. É o quarto maior grupo desta análise, com 35 deputadas federais (13,4%), 20 brancas
e 15 não-brancas. Apesar de sua presença expressiva anterior na Câmara Federal e de uma
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longevidade relativa, este grupo sofreu um desgaste ao longo dos anos, com 8 mulheres em
2002 e caindo para 5 em 2018. Todos esses dados estão sistematizados no Gráfico 1 a seguir:
Gráfico 1 - Tipos de Trajetórias de Mulheres Deputadas Federais entre a 52 ª e 55ª Legislatura
Fonte: Dados do autor, N = 260
Quando contraposto por região, as carreiras políticas Administrativa e Familiar se
concentram no Norte e Sudeste. Movimentos Sociais são mais propensos a elegerem mulheres
na região Sudeste, enquanto o Sindicalismo tem números similares entre o Nordeste e o Sudeste.
O Movimento Estudantil está mais ligado ao Sudeste e Sul, enquanto carreiras ligadas a Mídia
tem maioria na região Sudeste.
Quanto à Ideologia, o tipo Administrativo está distribuído quase que igualmente entre
os três espectros aqui identificados. O Familiar tem notável concentração nos espectros do
centro (40) e na direita (35), sendo que a esquerda os acompanha relativamente abaixo (20). Na
Mídia temos 4 deputadas de direita e 2 de esquerda. No Movimento Estudantil temos quase
todas as deputadas na esquerda (30) e apenas 3 no centro. Em Movimentos Sociais a
distribuição concentra 10 mulheres na direita, 8 na esquerda e 4 no centro. A Religião congrega
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11 na direita, quatro na esquerda e 2 no centro. Por fim, o sindicalismo repete os Movimentos
Estudantis e concentra 28 deputadas na esquerda, 6 na direita e apenas 1 no centro.
De modo geral, dada as devidas proporções desta pesquisa, alguns padrões de
investigações anteriores são reproduzidos. Estudos anteriores mostraram que em comparação
com os homens, mulheres tendem a ter sua carreira, quando Familiar, pautada nas projeções de
seus maridos (PINTO; SILVEIRA, 2018). Aqui, os resultados mostram que o papel familiar é
fundamental para uma boa parte das trajetórias femininas, sendo que casamentos consolidam
pouco mais de 1/3 dessas. Isso corresponde ao número total de mulheres que adentraram a
Câmara Federal e, portanto, as diferenças com os demais estudos são referentes ao recorte
utilizado. O constante crescimento da trajetória Familiar foi levantado como um indício de
que a competição eleitoral estaria engessada entre oligarquias familiares. Em localidades com
pouca competição partidária e concentração de recursos políticos e econômicos nas mãos de
algumas famílias, mulheres teriam mais capilaridade em candidaturas competitivas visto que
representariam seus maridos ou familiares em instancia federal (MIGUEL; MARQUES;
MACHADO, 2015).
A matemática dessa ocupação é bastante simples, enquanto o governo local é
comandado pelos parentes ou companheiros de casamento, a interlocução federal garantiria o
destacamento de verbas preferenciais para essas regiões, retroalimentando o poder político e
econômico e criando um ciclo vicioso. É fundamental conceber que essas estruturas familiares
impactam diretamente no capital econômico da competidora, criando estruturas que facilitam o
acesso em posições eletivas, uma vez que as relações empresariais e estatais produzem
incentivos competitivos importantes e distintos no processo eleitoral (ENGLER, 2018).
Outra hipótese é que o desenvolvimento democrático a longo prazo resulta em
profissionalização política, sendo o capital familiar importante para a preservação destes
cargos. Dessa forma, conforme a democracia se consolida, mais e mais famílias políticas se
formam (MIGUEL; MARQUES; MACHADO, 2015). Nesta investigação não buscamos testar
tais hipóteses, mas levaremos ambas como pressupostos de análise, visto que em determinados
contextos, a constituição de famílias pode sim corresponder a um indício de formação e
engessamento de elites familiares, enquanto em outros poderá significar consolidação
democrática por causa do acúmulo de capitais políticos.
Em relação aos decréscimos, podemos teorizar que Movimentos Estudantis e
Sindicalismo perderam muita força nos últimos anos no cenário político por causa do sucessivo
processo de apagamento destas instituições ao longo dos anos. Movimentos Estudantis
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perderam sua capacidade de arregimentar a juventude escolarizada, seja por conta das
mudanças na própria lógica representativa dessas organizações, com a captura das lideranças
por partidos políticos da esquerda, ou o processo de despolitização pelo qual a juventude passa
(BRINGEL, 2009). É importante salientar que não há uma ausência dessa categoria, que ainda
se faz fundamental para a produção de aspirações políticas de um indivíduo, como estudos
recentes indicam (BOLOGNESI; DE MEDEIROS, 2014). Tudo isso pode ter contribuído, além
de outros fatores, para o obscurecimento do papel da militância estudantil. Entretanto, é
importante notar que ainda constituem uma plataforma importante para destacamento político
9
.
Em relação ao Sindicalismo, com a eleição do presidente Lula em 2002 e a sucessiva
ocupação de cargos federais por parte de membros de organismos sindicais e a aproximação
desses ao governo federal, pouco a pouco essas instituições foram cedendo espaço no
imaginário popular (CARDOSO, 2015; SILVA, 2023). Aliado a isso, e preponderante para o
apagamento, o processo neoliberal e a ultra precarização do trabalhador, com a inovação
tecnológica e o surgimento da uberização, o sindicato foi sucessivamente desconstruído
(MARCELINO; GALVÃO, 2020). O ponto alto desse processo ocorreu com a reforma
trabalhista de 2017 que, entre outras coisas, retirou a contribuição obrigatória aos sindicatos.
Tudo isso aliado a um longo percurso de fragmentação das organizações sindicais.
o crescimento expressivo de Movimentos Sociais e o aparecimento da Mídia como
uma carreira a ser considerada podem ser explicadas de várias formas. Na primeira carreira
temos que até o início do século XXI, as trajetórias políticas advindas de movimentos
contestatórios a Ditadura Militar ou de organizações sociais que tinham como objeto a defesa
de algum direito social encontravam maior ressonância nos cargos eletivos, como plataforma
de ampliar suas atuações, agora em nível federal.
Entretanto, a partir da segunda cada, os movimentos sociais tiveram o incremento
importante das redes sociais, insuflando “influenciadores” que se articulavam junto as
manifestações iniciadas em 2013. Com isso, de distinguir esses Movimentos Sociais das
Mídias (diversas). A mídia aqui pode ser compreendida como canais de televisão, rádio ou redes
sociais. São atuações voltadas para “viralização”, efeito de se tornar viral, contagioso, a partir
de uma postagem sua, ou de um vídeo/entrevista. Bolsonaro e o bolsonarismo foram os maiores
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Carina Vitral (ex-presidenta da UNE) foi candidata a deputada estadual em São Paulo pelo PCdoB, conquistando
a suplência ao receber pouco mais de 33 mil votos. Daniel Iliescu (ex-presidente da UNE) foi candidato a vereador
em Petrópolis, recebendo 965 votos e não foi eleito. Gustavo Lemos Petta (ex-presidente da UNE) conseguiu
suplência em 2010 na Câmara dos Deputados, chegando a efetivamente ocupar o cargo de Deputado Federal.
Wadson Ribeiro (ex-presidente da UNE) foi eleito suplente para a Câmara dos Deputados e também ocupou por
um breve período a cadeira legislativa.
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fiadores desse crescimento em relação as mulheres eleitas em 2018. Novos políticos integrantes
de movimentos que nasceram das contestações aos governos progressistas brasileiros, tais como
o MBL, também se insuflaram nos termos desta midiatização que a internet e sua
democratização trouxeram (RAMOS DE OLIVEIRA, 2023).
Podemos perceber que nos últimos anos, principalmente aqueles que precederam as
eleições de 2018, o número de candidatos que insurgiram nas redes sociais e se estabeleceram
como vozes dissonantes ao Partido dos Trabalhadores e da esquerda em geral, ganhando o
cenário digital com uma guerra de desinformação, perfazendo votações subsequentes
indiscutivelmente relevantes (NEMER, 2023). A partir deste contexto, este grupo começa a se
fortalecer e indicar uma tendência de crescimento para os próximos anos.
Por fim, temos que a carreira religiosa também teve seu relativo crescimento,
impulsionado justamente pela reação conservadora e o crescimento das candidaturas ordenadas
por igrejas neopentecostais. Esse crescimento foi abordado em diversas pesquisas, mostrando
que as alianças celebradas entre o governo dos Partidos dos Trabalhadores e lideranças
evangélicas gerou um crescimento e acúmulo de capital político de setores dessas igrejas,
fomentando o aumento do sucesso eleitoral dos partidos confessionais e de pastoras e pastores
que utilizam essas plataformas eleitorais (ANTONIO; LAHUERTA, 2014; SILVA, 2016).
Compreendendo estes aspectos quantitativos da expansão e retração de grupos ao longo
dos anos nos possibilita explorar hipóteses para a (re)organização das mulheres que compõe o
parlamento. Entretanto, como operam essas carreiras quando as comparamos entre si, em um
contexto coletivo, tomando como ponto de partida suas trajetórias dentro da Câmara Federal?
É por meio da Análise Múltipla de Correspondências que passaremos a analisar quais são as
diferenças e similaridades entre as carreiras quando dispostas em um plano estrutural de
categorias que balizam o fazer político.
Destaca-se que as contribuições na Análise de Correspondência Múltipla (ACM)
apontam a proporção da variância em cada dimensão explicada por cada categoria. Se uma
categoria tem contribuição elevada, a implicação é de que ela possui forte relação com a
dimensão e, portanto, tem um impacto significativo na disposição dos pontos no gráfico ACM.
As categorias com menores contribuições, por sua vez, possuem relações mais tênues. No
Gráfico 2, por exemplo, a ACM evidencia a relação entre cargos de liderança na Câmara Federal
e carreiras políticas. Esses cargos são caracterizados por posições de destaque dentro das esferas
do poder legislativo, como líderes de partidos políticos, deres de governo ou da minoria,
configurando importantes funções burocráticas dentro do campo político em análise.
Leonardo Aires DE CASTRO
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Nas legislaturas estudadas, nota-se um movimento de agrupamento das variáveis no
lado esquerdo do gráfico com o passar do tempo. A ACM oferece uma visão sobre a evolução
das carreiras de mulheres na Câmara Federal do parlamento brasileiro, ilustrando as relações
entre as variáveis categóricas de liderança e as carreiras políticas ao longo das legislaturas. Ao
estudar a ACM, busca-se compreender a diversidade entre as categorias em um ambiente
multidimensional.
Os resultados sugerem inferências notáveis sobre a posição dessas mulheres no cenário
institucional. A categoria 'Sindicalismo' é fortemente representada na primeira dimensão em
quase todas as legislaturas, com destaque na 56ª, contribuindo com 34,28%. Isso aponta que as
mulheres sindicalistas possuem um papel marcante na primeira dimensão e, portanto, na
estrutura da Câmara. A participação em sindicatos emerge como um traço relevante na carreira
política de muitas mulheres, possivelmente devido ao engajamento político aprofundado
geralmente associado ao sindicalismo. O 'Movimento Estudantil' também é uma grande
contribuição para a primeira dimensão em rias legislaturas, alcançando 43,77% na 55ª
legislatura. Esse achado sugere que as mulheres com trajetória no movimento estudantil têm
um destaque notável no campo político. O envolvimento em movimentos estudantis é
frequentemente um indicativo de alto grau de engajamento político, servindo como formação
para futuros políticos.
A categoria “Dez Lideranças” na 56ª legislatura e “Uma Liderança” nas 52ª e 53ª
legislaturas demonstram contribuições significativas para a primeira dimensão. Isso sugere que,
nestas legislaturas específicas, ocupar uma única posição de liderança ou dez cargos de
liderança pode exercer grande influência na carreira política das mulheres. Dessa forma, a
quantidade de cargos de liderança parece ter uma associação significativa com a disposição dos
pontos no gráfico ACM, demonstrando o possível impacto na carreira política das mulheres.
Na segunda dimensão, a ausência de um padrão definido indica a complexidade e a diversidade
dos fatores que afetam a carreira política das mulheres. As categorias como “Duas Lideranças”,
“Nenhuma Liderança” e “Uma Liderança” variam entre as legislaturas, sugerindo que a
relevância de ocupar diferentes quantidades de cargos de liderança pode ter se modificado ao
longo do tempo.
Esta análise sugere que a participação em sindicatos e movimentos estudantis, além da
quantidade de cargos de liderança ocupados, têm impacto significativo na trajetória política das
mulheres na Câmara Federal. No entanto, a influência destes fatores parece oscilar ao longo do
tempo, denotando a complexidade dinâmica das carreiras políticas femininas e a interação
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destes fatores com a estrutura institucional. Estas mudanças podem ser consequência de
alterações na estrutura política, prioridades legislativas ou outros fatores.
Gráfico 2 - Análise de correspondência múltipla da associação entre lideranças na câmara
federal e carreiras políticas
Fonte: Organização própria
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Em uma tentativa de desvendar as associações entre as comissões ocupadas na Câmara
Federal e as carreiras políticas, realizamos uma Análise de Correspondência Múltipla (ACM).
Esta análise nos permite discernir a contribuição de cada categoria para a primeira e a segunda
dimensões em uma variedade de conjuntos de dados, especificamente os conjuntos de 52 a 56.
Iniciando pela 52ª legislatura, os dados coletados indicam que a categoria "Três
Comissões" detém a maior contribuição para a dimensão 1, com um total de 31,05%. Isto sugere
que, durante este período, a ocupação de três comissões possui uma associação significativa
com as carreiras políticas. A segunda maior contribuição na dimensão 1 vem da categoria
"Familiar", que representa 21,33%. No entanto, para a dimensão 2, a categoria Duas
Comissões” se destaca como a mais relevante, com uma contribuição impressionante de
43,93%. Isso sugere que, nesta segunda dimensão de análise, ocupar duas comissões está
fortemente associado às carreiras políticas durante a 52ª legislatura. A segunda maior
contribuição nesta dimensão vem da categoria "Administrativo", que contribuiu com 19,03%.
Esses resultados, portanto, sugerem que a quantidade de comissões ocupadas e os antecedentes
familiares e administrativos desempenharam papéis significativos nas carreiras políticas
durante a 52ª legislatura.
No que diz respeito à dimensão 1 da 53ª legislatura, a categoria "Nenhuma Comissão"
mostra a maior contribuição com 22,06%. Isto pode indicar que, durante a 53ª legislatura, a
ocupação de um número variável de comissões teve uma forte associação com as carreiras
políticas. O "Sindicalismo" também se destaca como a segunda maior contribuição nesta
dimensão, com 18,70%, sugerindo que atividades sindicais também estavam fortemente
associadas às carreiras políticas durante este período. na dimensão 2, a categoria "Três
Comissões" apresenta a contribuição mais elevada com 32,13%. Isso sinaliza que, na segunda
dimensão de análise, a ocupação de três comissões teve uma associação particularmente forte
com as carreiras políticas. Em segundo lugar, vemos a categoria "Administrativo" contribuindo
com 18,25%. Essas análises indicam que, na 53ª legislatura, tanto a quantidade de comissões
ocupadas quanto a atividade sindical e os cargos administrativos desempenharam um papel
significativo nas carreiras políticas.
Para a dimensão 1 da 54ª legislatura, a categoria "Nenhuma Comissão" apresenta a
maior contribuição com 16,38%, seguida por "Duas Comissões" com 14,62%. Isso sugere que
durante a 54ª legislatura, ocupar um número variável de comissões ou duas comissões teve uma
forte correlação com as carreiras políticas. Na dimensão 2, o "Mídia" apresenta a maior
contribuição com 20,66%, seguido de perto por "Movimento Estudantil" com 16,67%. Isso
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indica que, nesta dimensão de análise, a mídia e o movimento estudantil tiveram uma associação
considerável com as carreiras políticas. Portanto, na 54ª legislatura, a quantidade de comissões
ocupadas, a exposição na mídia e a participação no movimento estudantil parecem ter tido um
papel fundamental nas carreiras políticas. Como observado anteriormente, a contribuição de
diferentes categorias varia em cada legislatura, sublinhando a complexidade e a natureza
variada da política.
Na 55ª legislatura, a contribuição das categorias para as dimensões 1 e 2 também
apresenta um panorama interessante. Na dimensão 1, a categoria "Mais Comissões", que
compreende a ocupação de mais de quatro comissões, representa a maior contribuição com
16,01%, seguida por "Sindicalismo" com 27,09%. Isso sugere que, na 55ª legislatura, ocupar
várias comissões e ter uma história de sindicalismo foram fatores importantes nas carreiras
políticas. Quanto à dimensão 2, a categoria " Mais Comissões" mostra novamente uma alta
contribuição, desta vez com 18,65%. No entanto, "Quatro Comissões" aparece como a segunda
maior contribuição com 14,83%. Isso sugere que na 55ª legislatura, o número de comissões
ocupadas continuou a ser um fator relevante na carreira política. Dessa forma, durante a 55ª
legislatura, parece que ocupar várias comissões e a experiência prévia em sindicalismo foram
fatores-chave no sucesso da carreira política.
Na 56ª legislatura, os dados revelam diferentes padrões de contribuição nas dimensões
1 e 2 para as variáveis categóricas. Na dimensão 1, a categoria "Mais Comissões" surge como
a maior contribuição, com 32,10%, indicando que ter servido em várias comissões foi um fator
relevante para os políticos desta legislatura. No entanto, a categoria "Sindicalismo" aparece em
destaque com uma contribuição de 42,57%, sugerindo que os políticos com um histórico no
sindicalismo também se destacaram nesta dimensão durante a 56ª legislatura. No que diz
respeito à dimensão 2, a categoria “Duas Comissões" surge como a maior contribuição com
12,85%, seguida pela categoria "Nenhuma Comissão" com 14,47%. Isso indica que ter
participado de duas comissões ou de um número indefinido de comissões teve uma influência
significativa no perfil dos políticos nesta dimensão na 56ª legislatura. Em resumo, na 56ª
legislatura, servir em várias comissões, ter um histórico sindical e participar de duas ou um
número indefinido de comissões, parecem ser fatores determinantes nas carreiras políticas dos
membros da Câmara Federal.
Leonardo Aires DE CASTRO
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Gráfico 3 - Análise de correspondência múltipla da associação entre comissões ocupadas na
câmara federal e carreiras políticas
Fonte: Elaboração própria
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A análise de correspondência múltipla (ACM) apresentada no gráfico 4 oferece uma
visão rica das carreiras das mulheres na Câmara Federal e as influências que moldam a partir
das suas reeleições. Diversas variáveis foram incluídas na análise, incluindo o mero de
reeleições (de nenhuma a seis vezes) e a origem das carreiras políticas (como Administração,
Familiar, Mídia, Movimento Estudantil, Movimentos Sociais, Religião, Sindicalismo).
Analisando os resultados em detalhe, na legislatura 56, na dimensão 1, a variável "Três
Reeleições” é a que mais contribui, com um peso de 22,45%. Isso sugere que a capacidade de
ser reeleita três vezes é um marco significativo para as carreiras das mulheres na Câmara
Federal, indicando talvez uma combinação de experiência política, habilidades de liderança e
suporte contínuo dos eleitores. Além disso, mais uma vez, a variável "Sindicalismo" tem uma
contribuição significativa nesta dimensão, com um peso de 33,45%, sugerindo que mulheres
que vieram de carreiras sindicais têm uma probabilidade maior de serem reeleitas. Na dimensão
2 dos dados desta legislatura, a maior contribuição vem do "Movimento Estudantil", com um
peso de 35,50%, indicando que as mulheres que têm uma origem no movimento estudantil têm
uma grande influência neste eixo. A variável “Seis Reeleições” também possui uma forte
contribuição nesta dimensão, com um peso de 29,12%, sugerindo que a capacidade de ser
reeleita seis vezes é outro marco significativo.
Na 55ª legislatura, ao analisarmos a dimensão 1, observamos que a variável "Movimento
Estudantil" exerce a maior contribuição, representando um peso significativo de 31,05%. Essa
constatação ressalta, mais uma vez, a importância da experiência e do envolvimento no
movimento estudantil para o progresso profissional das mulheres nesta instituição. Além disso,
a variável “Três Reeleições” também se destacam como uma forte contribuinte, com um peso
de 26,31%, reforçando a relevância de obter uma terceira reeleição. na dimensão 2 destes
dados, a variável "Uma Reeleição" exerce a maior influência, com um peso de 39,67%. Essa
descoberta sugere que alcançar a primeira reeleição é um marco crucial para as carreiras
políticas das mulheres na Câmara Federal. Além disso, a variável "Movimentos Sociais"
também desempenha um papel significativo nesta dimensão, com um peso de 32,32%,
indicando a influência das mulheres que ingressaram na política a partir de movimentos sociais.
Ao examinarmos a 54ª legislatura, na dimensão 1, a variável "nenhuma Reeleição"
apresenta a maior contribuição, com 20,81%, indicando que não ter sido reeleita também possui
uma relevância importante na configuração das carreiras das mulheres na Câmara Federal.
na dimensão 2, a variável “Duas Reeleições" exerce a maior influência, com 27,56%, sugerindo
que alcançar a segunda reeleição também representa um marco significativo.
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Ao analisar o conjunto de dados da 53ª legislatura, notamos que a dimensão 1 é
majoritariamente estruturada em torno da categoria "Uma Reeleição", que apresentou a maior
contribuição com aproximadamente 31,25%. Outras categorias também se mostraram
relevantes para essa dimensão, particularmente "Administrativo" e "Movimentos Sociais", que
contribuíram com cerca de 18,97% e 17,40%, respectivamente. No entanto, as categorias
"Familiar" e "Movimento Estudantil" demonstraram uma contribuição mais modesta, sugerindo
uma influência reduzida na estruturação dessa dimensão. No que se refere à dimensão 2, a
categoria "Três Reeleições" destacou-se como a mais influente, contribuindo com 46,63%.
Além disso, as categorias "Administrativo" e "Familiar" também desempenharam um papel
significativo, contribuindo com 14,96% e 12,50%, respectivamente. Por outro lado, as
categorias "Duas Reeleições" e "Uma Reeleição" apresentaram as menores contribuições,
indicando um impacto menos pronunciado nessa dimensão.
Quanto ao conjunto de dados da legislatura 52, a dimensão 1 foi fortemente influenciada
pela categoria "Três Reeleições", que contribuiu com 39,37%. As categorias "Movimento
Estudantil" e "Administrativo" também desempenharam um papel fundamental na estruturação
desta dimensão, contribuindo com 35,72% e 11,48%, respectivamente. Em contraste, a
categoria "Sindicalismo" teve a menor contribuição, indicando uma menor relevância para essa
dimensão. Na dimensão 2, a categoria "Nenhuma Reeleição" se destacou com a maior
contribuição, aproximadamente 18,21%, indicando uma forte associação com essa dimensão.
"Uma Reeleição" e "Administrativo" também foram consideráveis nessa dimensão,
contribuindo com cerca de 16,83% e 15,03% respectivamente. A categoria "Familiar" mostrou
a menor contribuição, sugerindo uma associação menos significativa com a dimensão 2.
Essas análises fornecem insights valiosos para a compreensão das carreiras políticas das
mulheres na Câmara Federal. Elas destacam a importância de conquistar reeleições, com
marcos relevantes nas primeiras, segundas, terceiras e sextas reeleições. Além disso, ressaltam
a influência das carreiras iniciadas em movimentos sociais, movimentos estudantis e sindicatos,
indicando que essas áreas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e apoio às
futuras políticas. Essas observações podem ser extremamente úteis na formulação de estratégias
para apoiar e promover a carreira política das mulheres na Câmara Federal. Apesar de
extensamente descritiva, estas análises nos fornecem materiais importantes para futuras
investigações.
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Gráfico 4 - Análise de correspondência múltipla da associação entre carreiras políticas e
reeleição
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Considerações finais
Neste artigo nós realizamos uma pesquisa biográfica coletiva das deputadas federais de
2002 a 2018, identificando-as em grupos, quais sejam, Familiar, Administrativo, Movimentos
Sociais, Movimentos Estudantis, Mídia, Sindicalismo e Religião, além de comparar suas
carreiras tendo como base aspectos institucionais, tais como ocupação de cargos em liderança,
reeleição e comissões ocupadas em posição de liderança. Os resultados indicam um forte
crescimento dos grupos familiares, corroborando com tendência identificada em outros estudos,
como carreira predominante entre as eleitas, seguido do Administrativo e dos Movimentos
Sociais. É fundamental ressaltar que a concentração das carreiras está ligada a regiões
específicas do país e demonstram, entre outras coisas, as peculiaridades locais.
Ao observarmos os arranjos institucionais, descobrimos a repetição das dificuldades
encontradas no processo eleitoral para as deputadas federais. Os papeis de gênero da vida
privada são amplamente reproduzidas em contexto institucional. Indicamos nessa pesquisa que
sobre liderança, ocupação de comissões e reeleição, os grupos costumam estruturar valores
distintos e encaixar em padrões próprios. Com base nas análises realizadas por meio da Análise
de Correspondência Múltipla (ACM) das diferentes legislaturas na Câmara Federal, foi possível
identificar diversos fatores que influenciam as carreiras políticas das mulheres. A ocupação de
cargos de liderança, participação em movimentos estudantis, envolvimento sindical,
experiência administrativa e número de reeleições foram elementos-chave que moldaram as
trajetórias políticas das mulheres analisadas. A ACM revelou que a ocupação de cargos de
liderança, como líderes de partido e líderes de governo, desempenha um papel significativo nas
carreiras políticas das mulheres. Além disso, a participação em sindicatos e movimentos
estudantis foi associada a uma maior influência e destaque no campo político. Esses resultados
sugerem que o engajamento político profundo, muitas vezes associado ao sindicalismo e ao
movimento estudantil, pode ser um fator importante para o sucesso político das mulheres.
A análise também revelou que a quantidade de cargos de liderança ocupados tem uma
associação significativa com a disposição dos pontos no gráfico da ACM. Isso indica que ocupar
múltiplos cargos de liderança pode ter um impacto importante na carreira política das mulheres,
enquanto ocupar uma única posição de liderança também demonstrou ser relevante em certas
legislaturas. Além disso, a investigação mostrou que a influência desses fatores pode variar ao
longo do tempo e entre as legislaturas. Isso sugere que as mudanças na estrutura política,
prioridades legislativas e outros fatores podem afetar as trajetórias políticas das mulheres. É
importante ressaltar que as análises realizadas fornecem uma visão descritiva e exploratória das
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relações entre as variáveis analisadas. No entanto, é necessário um estudo mais aprofundado e
uma análise longitudinal para compreender melhor as complexidades e nuances das carreiras
políticas das mulheres na Câmara Federal.
No geral, essas análises contribuem para uma compreensão mais abrangente das
influências e obstáculos enfrentados pelas mulheres na política. Os resultados destacam a
importância de promover a participação das mulheres em cargos de liderança, fortalecer o
engajamento político em movimentos sociais e estudantis, e apoiar a progressão das carreiras
políticas por meio de políticas inclusivas e igualitárias. Uma análise pormenorizada dessas
trajetórias passaria por uma extensa pesquisa com entrevistas, cobrindo a vida pessoal e os
percalços que essas deputadas enfrentaram ao longo de suas carreiras. Contudo, é fundamental
que possamos visualizar as diferenças entre esses tipos e buscar, nas seções seguintes, observar
como as distintas carreiras impactam na vida institucional dessas mulheres dentro da Câmara
Federal. Se as suas diferenças constituem perspectivas diferentes em relação as dificuldades
enfrentadas pelo Brasil e, principalmente, as constantes sociais e políticas que incidem contra
as mulheres da sociedade civil.
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Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 35
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradeço os pareceristas que enriqueceram o trabalho com suas
sugestões, permitindo novas percepções do problema analisado.
Financiamento: Sim. Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP - 17/26776-
6).
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Não foi necessário.
Disponibilidade de dados e material: Não aplicável.
Contribuições dos autores: Autor único.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 36
Anexos:
Tabela 1 - Distribuição das eleitas por espectro Ideológico das Deputadas Federais de 2002 a
2018
Ideologia
Frequência
Porcentagem
Centro
68
26,2%
Direita
85
32,7%
Esquerda
107
41,2%
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Tabela 2 - Pertencimento Partidário das Deputadas Federais
Partidos Políticos
Frequência
Porcentagem
(P)MDB
31
11,9%
AVANTE/PTdoB
3
1,2%
DEM/PFL
17
6,5%
NOVO
1
0,4%
PCdoB
23
8,8%
PDT
8
3,1%
PL
1
0,4%
PMN
2
0,8%
PODEMOS/PTN
3
1,2%
PP
14
5,4%
PPB
1
0,4%
PPS
6
2,3%
PR
12
4,6%
PRB
5
1,9%
PRONA
1
0,4%
PROS
1
0,4%
PRP
1
0,4%
PSB
21
8,1%
PSC
4
1,5%
PSD
2
0,8%
PSDB
25
9,6%
PSL
9
3,5%
PSOL
6
2,3%
PST
1
0,4%
PT
48
18,5%
PTB
6
2,3%
PTC
3
1,2%
PV
3
1,2%
REDE
1
0,4%
SOLIDARIEDADE
1
0,4%
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 37
Tabela 3 - Distribuição das eleitas por Região Federativa
Região
Frequência
Porcentagem
Centro-Oeste
26
10%
Nordeste
50
19,2%
Norte
61
23,5%
Sudeste
91
35%
Sul
32
12,3%
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Tabela 4 - Nível Educacional Declarado das Deputadas Federais
Nível Educacional
Frequência
Porcentagem
Lê e Escreve
3
1,2%
Fundamental Completo
4
1,5%
Ensino Médio
45
17,3%
Ensino Superior
208
80%
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Tabela 5 - Graduação Superior Declarada das Deputadas Federais
Graduação em Nível Superior
Frequência
Porcentagem
Administração
8
3,1%
Artes
1
0,4%
Assistência Social
4
1,5%
Biblioteconomia
1
0,4%
Ciência Política
1
0,4%
Ciências Sociais
5
1,9%
Contabilidade
1
0,4%
Direito
37
14,2%
Economia
7
2,7%
Educação Física
4
1,5%
Enfermagem
5
1,9%
Engenharia
7
2,7%
Farmácia
7
2,7%
História
4
1,5%
Jornalismo
10
3,8%
Letras
15
5,8%
Matemática
2
0,8%
Medicina
16
6,2%
Não Consta
73
28,1%
Odontologia
1
0,4%
Pedagogia
22
8,5%
Psicologia
18
6,9%
Química
1
0,4%
Serviço Social
6
2,3%
Terapia Ocupacional
3
1,2%
Turismo
1
0,4%
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 38
Graduação em Nível Superior
Frequência
Porcentagem
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Tabela 6 - Profissão Declarada das Deputadas Federais
Profissão
Frequência
Porcentagem
Administrador
6
2,3%
Advogado
17
6,5%
Agente Administrativo
1
0,4%
Agricultor
2
0,8%
Agrônomo
1
0,4%
Assistente Social
6
2,3%
Bancário
1
0,4%
Biólogo
1
0,4%
Cantor E Compositor
1
0,4%
Cientista Político
1
0,4%
Comerciante
1
0,4%
Contador
1
0,4%
Dona De Casa
1
0,4%
Economista
1
0,4%
Empresário
20
7,7%
Enfermeiro
3
1,2%
Engenheiro
2
0,8%
Estudante, Bolsista, Estagiário e Assemelhados
2
0,8%
Farmacêutico
1
0,4%
Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional
2
0,8%
Gerente
1
0,4%
Historiador
1
0,4%
Jornalista e Redator
4
1,5%
Magistrado
1
0,4%
Médico
12
4,6%
Músico
1
0,4%
Não Consta
2
0,8%
Outros
13
5%
Pedagogo
3
1,2%
Policial Militar
2
0,8%
Política
113
43,5%
Professor
18
6,9%
Psicólogo
4
1,5%
Servidor Público
12
4,6%
Sociólogo
1
0,4%
Veterinário
1
0,4%
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 39
Tabela 7 - Cor Declarada e Heteroclassificada das Deputadas Federais
Cor
Frequência
Porcentagem
Branca
213
81,9%
Não-Branca
47
18,1%
Total
260
100%
Fonte: Criação própria
Tabela 8 - Relação entre Região e Grupo
Região
Total
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro-Oeste
Familiar
27
19
7
29
13
95
Administração
15
7
7
16
7
52
Sindicalismo
7
12
2
10
4
35
Movimentos Sociais
1
5
2
13
1
22
Movimento Estudantil
6
5
9
12
1
33
Religião
3
2
5
7
0
17
Mídia
2
0
0
4
0
6
Total
61
50
32
91
26
260
Fonte: Criação própria
Tabela 9 - Relação entre Ideologia e Grupo
Ideologia
Total
Esquerda
Centro
Direita
Familiar
20
40
35
95
Administração
15
18
19
52
Sindicalismo
28
1
6
35
Movimentos Sociais
8
4
10
22
Movimento Estudantil
30
3
0
33
Religião
4
2
11
17
Mídia
2
0
4
6
Total
107
68
85
260
Fonte: Criação própria
Tabela 10 - Relação entre Cor e Grupo
Cor
Total
Branco
Não-Branco
Familiar
88
7
95
Administração
47
5
52
Sindicalismo
20
15
35
Movimentos Sociais
18
4
22
Movimento Estudantil
24
9
33
Religião
11
6
17
Mídia
5
1
6
Total
213
47
260
Fonte: Criação própria
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 40
Quadro 1 - Análise de Correspondência Múltipla da Associação entre Lideranças na Câmara
Federal e Carreiras Políticas (Gráfico 2)
Variável
Dim1
Dim2
cinco_lideranca_56
4.6503912
12.6729784
dez_lideranca_56
23.0141128
9.1545278
doze_lideranca_56
7.0917208
18.2685965
duas_lideranca_56
0.1311591
0.0369829
n_lideranca_56
0.0011257
2.8394945
oito_lideranca_56
0.2873488
0.8947001
quatro_lideranca_56
2.0543044
0.5636365
tres_lideranca_56
9.3266419
0.0080752
uma_lideranca_56
3.4431953
5.5610081
Administrativo_56
1.2843986
2.9105289
Familiar_56
0.3999951
4.3096148
Mídia_56
1.0228743
1.7867580
Movimento Estudantil_56
12.6794977
23.7716650
Movimentos Sociais_56
0.2535981
5.4001142
Religião_56
0.0699579
1.8945226
Sindicalismo_56
34.2896783
9.9267965
cinco_lideranca_55
0.3542806
0.0559043
dez_lideranca_55
10.7687522
0.1087884
duas_lideranca_55
1.7516343
16.4660395
n_lideranca_55
0.8424110
7.3179904
quatro_lideranca_55
32.7157020
0.0011267
seis_lideranca_56
0.3542806
0.0559043
sete_lideranca_56
0.3461065
5.7833623
tres_lideranca_55
2.4801588
17.2088432
uma_lideranca_55
0.3866742
3.0020409
Administrativo_55
2.1105940
19.7348962
Familiar_55
1.6114525
15.4807991
Mídia_55
0.4067097
5.0430959
Movimento Estudantil_55
43.7793242
0.2474833
Movimentos Sociais_55
0.6344286
5.8030295
Religião_55
0.5927160
1.5606197
Sindicalismo_55
0.8647750
2.1300762
cinco_lideranca_54
30.9549657
14.9042885
duas_lideranca_54
3.8772636
0.0000005
n_lideranca_54
3.5312521
9.9752289
oito_lideranca_55
4.8402899
6.9859236
quatro_lideranca_54
2.3111492
0.9283015
tres_lideranca_54
3.7271142
8.8684662
uma_lideranca_54
0.7579654
8.3377907
Administrativo_54
32.2286793
12.1209124
Familiar_54
0.0188253
9.6012474
Mídia_54
0.1400019
1.9716217
Movimento Estudantil_54
14.1104734
15.9076464
Movimentos Sociais_54
0.0351884
3.7666279
Religião_54
0.3203007
5.1096308
Sindicalismo_54
3.1465311
1.5223133
cinco_lideranca_53
5.1024843
14.3750178
duas_lideranca_53
1.2274899
27.9354211
n_lideranca_53
16.5754837
0.6004433
quatro_lideranca_53
0.0722949
5.9150268
tres_lideranca_53
6.0719458
0.7020457
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 41
uma_lideranca_53
20.9503015
0.4720452
Administrativo_53
19.0610075
18.4278225
Familiar_53
0.2328769
10.9398467
Movimento Estudantil_53
25.6370000
10.1930735
Movimentos Sociais_53
4.1127047
0.2700346
Sindicalismo_53
0.9564109
10.1692227
cinco_lideranca4
0.0764152
14.9247029
duas_lideranca4
2.7832935
0.0169711
n_lideranca4
18.2085540
9.0658633
sete_lideranca_55
4.6389969
5.1287580
tres_lideranca_52
1.0359361
19.9080344
uma_lideranca_52
23.2568042
0.9556703
Administrativo_52
15.7672054
12.5325959
Familiar_52
0.3758628
12.7547824
Movimento Estudantil_52
12.8393775
14.5853102
Religião_53
7.5632270
5.2377246
Sindicalismo_52
13.4543273
4.8895869
Fonte: Criação própria
Quadro 2 - Análise de Correspondência Múltipla da Associação entre Comissões Ocupadas
na Câmara Federal e Carreiras Políticas (Gráfico 3)
Variável
Dim1
Dim2
duas_comissao_56
4.0663745
12.8466932
mais_comissao_56
32.1045808
6.9806110
n_comissao_56
1.7480098
14.4722161
quatro_comissao_56
9.0299985
4.8849671
tres_comissao_56
0.0661944
7.3139553
uma_comissao_56
2.9848420
3.5015572
Administrativo_56
0.0111476
10.5246188
Familiar_56
0.6664912
4.1782387
Mídia_56
0.9191146
4.7688998
Movimento Estudantil_56
0.7969960
6.5960036
Movimentos Sociais_56
3.3591845
13.5148068
Religião_56
1.6795923
6.7574034
Sindicalismo_56
42.5674738
3.6600289
cinco_comissao_56
12.8963967
1.7442663
duas_comissao_55
5.1598640
0.2803815
mais_comissao_55
16.0106251
18.6506279
n_comissao_55
4.0286607
0.9394786
quatro_comissao_55
0.3304791
14.8341997
tres_comissao_55
0.3444696
11.1271247
uma_comissao_55
11.2295049
2.4239213
Administrativo_55
1.0065630
21.7844365
Familiar_55
10.2708050
2.3520750
Mídia_55
1.0890697
0.1227387
Movimento Estudantil_55
5.4870227
7.4288842
Movimentos Sociais_55
2.1408621
1.3565173
Religião_55
2.9141923
1.7392550
Sindicalismo_55
27.0914852
15.2160933
cinco_comissao_55
1.2587553
0.0007958
duas_comissao_54
14.6201471
28.5571258
mais_comissao_54
3.6622982
0.0795079
n_comissao_54
16.3770496
3.5566627
quatro_comissao_54
3.6622982
0.0795079
Trajetória de mulheres para a câmara federal: Uma abordagem prosopográfica utilizando a análise de correspondência múltipla
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 42
tres_comissao_54
10.4149874
12.9359307
uma_comissao_54
0.0044641
4.7904692
Administrativo_54
2.3178152
0.0465265
Familiar_54
11.2597901
0.0066004
Mídia_54
9.8064998
20.6585007
Movimento Estudantil_54
7.0065856
16.6718727
Movimentos Sociais_54
4.9432259
1.1578159
Religião_54
0.1061242
11.1655981
Sindicalismo_54
14.5599593
0.2930858
duas_comissao_53
2.3102003
1.5307688
n_comissao_53
22.0619625
0.0804196
quatro_comissao_53
0.0002677
0.5124097
tres_comissao_53
6.2967742
32.1284434
uma_comissao_53
19.3307952
15.7479585
Administrativo_53
7.6062872
18.2518359
Familiar_53
6.5720659
14.9245455
Movimento Estudantil_53
11.7398930
11.3670909
Movimentos Sociais_53
5.3841905
0.0297060
Sindicalismo_53
18.6975634
5.4268216
duas_comissao_52
0.1787764
43.9316230
n_comissao_52
13.8212359
5.1428535
tres_comissao_52
31.0537390
0.6274991
uma_comissao_52
4.9462487
0.2980244
Administrativo_52
7.6330099
19.0251641
Familiar_52
21.3295298
3.0152420
Movimento Estudantil_52
2.2097793
5.4250501
Religião_53
0.5728646
4.3986141
Sindicalismo_52
18.2548164
18.1359298
Fonte: Criação própria
Quadro 3 - Dados numéricos da Análise de Correspondência Múltipla da Associação entre
Carreiras Políticas e Reeleição (Gráfico 4)
Variável
Dim1
Dim2
cinco_releicao_56
0.6848341
0.7904595
duas_releicao_56
0.1760501
5.8322951
n_releicao_56
4.8184186
1.1200021
quatro_releicao_56
18.2212589
2.6671051
seis_releicao_56
3.6324310
29.1212036
tres_releicao_56
22.4490967
9.3867965
uma_releicao_56
0.0179107
1.0821381
Administrativo_56
1.9077158
0.6977775
Familiar_56
2.0721093
3.2050580
Mídia_56
1.4696717
0.5010764
Movimento Estudantil_56
6.4959121
35.5044494
Movimentos Sociais_56
3.4274575
0.2046965
Religião_56
1.1721831
0.3499898
Sindicalismo_56
33.4549505
9.5369524
cinco_releicao_55
4.0489136
0.0613951
duas_releicao_55
9.0308615
0.3040061
n_releicao_55
8.7501456
5.8488410
quatro_releicao_55
1.8419571
0.3813048
tres_releicao_55
26.3134466
3.7347379
uma_releicao_55
0.0146756
39.6697150
Administrativo_55
1.8269104
0.2312543
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 43
Familiar_55
8.7987062
0.2831132
Mídia_55
0.8357960
1.8244223
Movimento Estudantil_55
31.0527335
0.0001621
Movimentos Sociais_55
0.7044884
32.3154068
Religião_55
0.1368639
14.2996999
Sindicalismo_55
6.6445016
1.0459414
duas_releicao_54
13.3077493
27.5606637
n_releicao_54
20.8112970
0.2157913
quatro_releicao_54
7.5961796
7.7972836
tres_releicao_54
3.2673448
0.2489733
uma_releicao_54
5.0174292
14.1772881
Administrativo_54
13.7769455
0.6945119
Familiar_54
0.0063695
16.8480010
Mídia_54
3.4611029
0.0716604
Movimento Estudantil_54
14.2930988
1.9964485
Movimentos Sociais_54
10.3833087
0.2149811
Religião_54
0.8030648
8.1525686
Sindicalismo_54
7.2761097
22.0218285
duas_releicao_53
3.5228256
0.4686479
n_releicao_53
15.1958259
1.9564346
tres_releicao_53
0.0359363
46.6267587
uma_releicao_53
31.2454123
0.9481588
Administrativo_53
18.9665265
14.9620576
Familiar_53
0.1481117
12.4982250
Movimento Estudantil_53
0.6161599
11.2487545
Movimentos Sociais_53
17.3977324
0.9318571
Sindicalismo_53
12.8714694
10.3591057
duas_releicao_52
3.4053747
5.5478380
n_releicao_52
1.3478225
18.2063119
tres_releicao_52
39.3652474
9.4135421
uma_releicao_52
5.8815555
16.8323081
Administrativo_52
11.4816372
15.0251939
Familiar_52
1.9541025
1.7376556
Movimento Estudantil_52
35.7193000
5.9458468
Religião_53
0.8318227
16.1417033
Sindicalismo_52
0.0131376
11.1496004
Fonte: Criação própria
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 1
WOMEN'S TRAJECTORY FOR THE FEDERAL CHAMBER: A
PROSOPOGRAPHIC APPROACH USING MULTIPLE CORRESPONDENCE
ANALYSIS
TRAJETÓRIA DE MULHERES PARA A CÂMARA FEDERAL: UMA ABORDAGEM
PROSOPOGRÁFICA UTILIZANDO A ANÁLISE DE CORRESPONDÊNCIA
MÚLTIPLA
TRAYECTORIA DE LAS MUJERES HACIA LA CÁMARA FEDERAL: UNA
APROXIMACIÓN PROSOPOGRÁFICA MEDIANTE EL ANÁLISIS DE
CORRESPONDENCIAS MÚLTIPLES
Leonardo Aires DE CASTRO1
e-mail: leoairescastro@gmail.com
How to reference this article:
DE CASTRO, L. A. Women's trajectory for the federal chamber: A
prosopographic approach using multiple correspondence analysis.
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32,
n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107. DOI:
https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963
| Submitted: 01/05/2022
| Required revisions: 11/02/2023
| Approved: 20/08/2023
| Published: 15/12/2023
Editors:
Profa. Dra. Simone Diniz
Prof. Dr. Eduardo de Lima Caldas
Profa. Dra. Mércia Kaline Freitas Alves
Dr. Vinícius Silva Alves
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
State Department of Education of Goiás (SEDUC), Catalão GO Brazil. PhD in Political Science from the
Federal University of São Carlos (UFSCar). (Professor of Basic Education, SEDUC-GO).
Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 2
ABSTRACT: This article sought to analyze the trajectory of women federal deputies from
2003 to 2018, using prosopography as a methodological tool, in order to compare their careers
on the way to achieving representation in the Federal Chamber and how they articulate
themselves internally. A total of 260 female deputies' entries were analyzed in terms of
various variables and then compared with each other in search of similarities and distinctions.
Among the dimensions that helped us to understand the path of these representatives were:
kinship, schooling, belonging to grassroots communities, religion, profession, positions held
throughout life and occupations within political parties, as well as the party path itself. Based
on this information, we have put together a series of profiles to help analyze the trajectories of
these women in the context of this work. We then cross-referenced this information with three
institutional dispositions, namely leadership within the Federal Chamber, Occupied
Committees and Re-election, in order to visualize the distribution of the types identified
within the institutional scenario. In our findings we identified seven specific groups: Family,
Administrative, Social Movements, Student Movements, Media, Trade Unionism and
Religion. Over the period analyzed, the family group grew the most, followed by the
administrative group, following a logic already observed in previous work. In addition, the
institutional relationships of these groups changed according to the trajectory analyzed.
KEYWORDS: Gender. Institutions. Women. Trajectories.
RESUMO: Esse artigo buscou analisar a trajetória das mulheres deputadas federais de 2003
a 2018, utilizando a prosopografia como instrumento metodológico, a fim de comparar as
carreiras delas no percurso para alcançar a representação na Câmara Federal e como se
articulam internamente. Foram 260 entradas de deputadas analisadas em diversas variáveis
e posteriormente confrontadas entre si em busca de similaridades e distinções. Entre as
dimensões que nos auxiliaram a compreender o caminho dessas representantes estão:
parentesco, escolaridade, pertencimento às comunidades de base, religião, profissão, cargos
ocupados ao longo da vida e ocupações dentro dos partidos políticos, como também o
próprio percurso partidário. A partir dessas informações, construímos um apanhado de perfis
que tem como interesse instrumentalizar a análise das trajetórias dessas mulheres no
contexto desse trabalho. Posteriormente, cruzamos essas informações com três disposições
institucionais, quais sejam, lideranças no interior da Câmara Federal, Comissões Ocupadas
e Reeleição, a fim de visualizar a distribuição dos tipos identificados dentro do cenário
institucional. Em nossos achados identificamos sete grupos específicos: Familiar,
Administrativo, Movimentos Sociais, Movimentos Estudantis, Mídia, Sindicalismo e Religião.
Ao longo do período analisado, o grupo familiar teve o maior crescimento, seguido do
administrativo, observado uma lógica observada em trabalhos anteriores. Além, os
relacionamentos institucionais desses grupos sofrem modificações de acordo com a trajetória
analisada.
PALAVRAS-CHAVE: Gênero. Instituições. Mulheres. Trajetórias.
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 3
RESUMEN: Este artículo buscó analizar la trayectoria de las diputadas federales entre 2003
y 2018, utilizando la prosopografía como herramienta metodológica, para comparar sus
trayectorias en el camino a alcanzar representación en la Cámara Federal y cómo se
articulan internamente. Un total de 260 trayectorias de diputadas fueron analizadas en
función de diversas variables y luego comparadas entre en busca de similitudes y
distinciones. Entre las dimensiones que nos ayudaron a comprender la trayectoria de estas
representantes se encuentran: el parentesco, la educación, la pertenencia a comunidades de
base, la religión, la profesión, los cargos desempeñados a lo largo de la vida y las
ocupaciones dentro de los partidos políticos, así como la propia trayectoria partidaria. A
partir de esta información, hemos elaborado una serie de perfiles que nos ayudan a analizar
las trayectorias de estas mujeres en el contexto de este trabajo. A continuación, hemos
cruzado esta información con tres disposiciones institucionales, a saber, el liderazgo en la
Cámara Federal, los Comités ocupados y la reelección, con el fin de visualizar la
distribución de los tipos identificados en el escenario institucional. En nuestros resultados
identificamos siete grupos específicos: Familia, Administrativo, Movimientos Sociales,
Movimientos Estudiantiles, Medios de Comunicación, Sindicalismo y Religión. A lo largo del
periodo analizado, el grupo familia fue el que más creció, seguido del grupo administrativo,
siguiendo una lógica ya observada en trabajos anteriores. Además, las relaciones
institucionales de estos grupos cambiaron en función de la trayectoria analizada.
PALABRAS CLAVE: Género. Instituciones. Mujeres. Trayectorias.
Breaking the glass ceiling of political representation
The basis of all research into parliamentary groups begins (or resumes) with profiling
the individuals who compose them. Descriptive or statistical analyses are used to identify the
origin of these individuals and map the logic of their entry into these institutions. It's no
surprise that this type of research has already been developed with relative success in the
Brazilian context, commonly referred to as elite studies, with the aim of precisely
investigating the overall trajectories of the actors in that space and establishing relationships
between biography and positions of power (PERISSINOTTO; CODATO, 2015).
It is within the logic of descriptive representation that studies on women's political
elites are developed. If liberal democracy understands that men and women are equal in terms
of being able to compete for elected office, why is the proportion of men so much higher than
that of women? This is the question that Danusa Marques (2010) raises in her study on the
differences between the political careers of women and men in the 2006 elections (53rd
legislature).
Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 4
Generally speaking, political and economic capital are more associated with male
candidates and are not available to women. Since these two capitals are essential for party
competition, formal equality has no effect on the electoral contest. Well, political institutions
were created and organized by men, within their determinations and understandings, operating
within a masculine standard logic that makes the public sphere a realm of male action, as
opposed to the private sphere, where women's work is relegated. Whether due to the
patriarchal social contract, the social and cultural differences that create obstacles to female
representation, or the very logic of gender inequality, reproduced within liberal institutions
(MIGUEL; BIROLI, 2010), what we have is an environment that is averse to women and
which produces obstacles to this group's access to its ranks.
It is from research into party recruitment that we have come to understand that there
are differences in the way competitive women are selected for the electoral contest between
parties, whether considering the party model or the party spectrum to which they belong
(LOVENDUSKI; NORRIS, 1993). Research questioning the obstacles to female
representation considers a variety of hypotheses, such as negative voting bias, biased selection
of male candidates to the detriment of women, economic weakening of female candidates,
political disinterest, among others (KROOK, 2009; MATLAND, 2005; NORRIS, 2013;
SACCHET, 2011).
Pinto and Silveira (2018) explore one of these approaches in one of the most recent
articles on the subject. The research is interested in determining what requirements are
necessary for women to have successful political careers in the Brazilian state and federal
legislature. By looking at those female representatives who were elected more than three
times between 1951 and 2015, i.e. 17 legislatures in total, 62 parliamentarians were identified.
The authors postulate two hypotheses based on the data collected: the first indicates that the
smaller the electoral district and the less democratic the elections (in terms of competition),
the greater the chance of electing women. The second suggests that urbanization, high
educational levels and lower social inequality in Brazil, contrary to popular belief, do not
determine the greater presence of women in politics. According to the authors, the North,
Center-West and Northeast regions reflect distinct characteristics, but they are similar in terms
of the practical results of female representation. The first two are sparsely populated areas,
with a recent political tradition and less electoral competition between political parties, while
the third has a consolidated electoral tradition among party chieftains who create obstacles
based on traditionalism.
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 5
In short, the research shows that the women who have achieved legislative positions
have broken through the obstacles instituted by the private world, a sphere of power that
subjugates women to public life, conquering space from primarily male positions, such as
leadership in trade union, academic and party sectors (PINTO; SILVEIRA, 2018). In this way,
as Bourdieu (2011) explains, in order to fit in with the male political world, under penalty of
exclusion, women are encouraged to adopt the same practices and trajectories as men
2
.
The diagnosis postulated by the authors is profoundly topical. Prosopographical
research ignores or overlooks "gender" as an important variable in biographical studies.
Erasing this variable corresponds to the intrinsically masculine logic of institutions, since
"being a woman" would imply very little in analyses that seek to understand the functioning
of systems based on their actors and their relationship with their previous lives. However,
their low representation in decision-making bodies and the diverse political trajectories that
shape women's political lives highlight the need to explore the nuances of their careers and
their impact on their parliamentary performance and their political future.
In relation to the political careers of the left and right, Marenco and Serna (2007)
articulate two hypotheses: the differences in the patterns of political careers between the
parties of these spectrums could be explained by the variation in the social profile and
individual resources of the elected candidates, with left-wing politicians recruiting their
benches largely from the public sector, from the salaried middle class, among union and social
movement leaders, in the search to make up for possible shortfalls in financial and family
resources, building endogenous careers linked to the parties. While right-wing politicians are
recruited from more elitist strata of society, making up the political cadres of people linked to
more traditional capital, independent of party affiliation and deeply connected to the middle
and upper fractions of society.
In general terms, these authors' hypotheses combine the same perspective tested by
Miguel, Marques and Machado (2015) - that women on the right would be more closely
linked to family relationships and elitist trajectories, while those on the left would draw on the
paths taken in trade union movements or administrative positions within political parties. The
articulation of economic and political capital within the electoral contest would have a
2
"(...) Anyone who joins politics, just like someone who joins a religion, must undergo a transformation, a
conversion. Even if it does not appear as such to them, even if they are not aware of it, it is tacitly imposed on
them, and the sanction for transgression is failure or exclusion. It is therefore a specific law that constitutes a
principle of evaluation and possibly exclusion. An index, the scandal: anyone who joins politics tacitly
undertakes to refrain from certain acts incompatible with their dignity, on penalty of scandal" (BOURDIEU
2011, p. 195, our translation).
Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 6
predominant weight in the selection of elected women and the success of their political
careers, since these assets would be essential to distinguish themselves in the competition for
votes.
Based on the perspective that the representation of minority groups correlates much
more with the choice of political parties for their candidates and the institutional arrangements
they make to foster their candidacies, than by the vote of voters (since electoral preference
responds to organizational incentives), it is to be expected that those elected would be
concentrated in party groups that better operationalize opportunities, or at least, that do not act
to prevent capitals outside those provided by the party from exercising their function
(FOLKE; RICKNE, 2016).
In the national polls, we can see that the left-wing parties are the platforms that best
manage women's candidacies, but the difference is not great between the center and right-
wing parties. Electoral survival is also greater on the left, since the borrowed capital of the
political parties consolidates these trajectories more appropriately (ARAÚJO, 2010;
ARAÚJO; ALVES, 2007; MARQUES, 2010; MIGUEL; MARQUES; MACHADO, 2015;
PINTO; SILVEIRA, 2018; WYLIE, 2018).
The scenario of political careers in Brazil is as follows: there are no profound
differences between male and female careers, and there is a combination of various capitals,
such as the use of family influence and strength within political institutions, but the
perception of these capitals can be different and their use in the face of institutional rules ends
up favoring men (ARAÚJO, 2010; ARAÚJO; BORGES, 2013). This is also the understanding
in other Latin American countries (SCHWINDT-BAYER, 2011)
3
and in the United States
(PRAINO; STOCKEMER, 2018)
4
. The difference between the careers lies, therefore, in the
way in which these capitals are transformed into positions, in other words, how the
institutions filter the candidates, articulate their competition and determine who emerges
victorious.
3
In Argentina, Colombia and Costa Rica, the author concludes, men and women are more similar than ever in
their political trajectories, ambitions and paths to power. Personal characteristics such as age, marriage, children
and education are shared by both genders. Still, there does not seem to be a visible change in the political arena
once women occupy it. In the end, institutional logics have more influence on the presence/absence of women in
these countries than social ones (SCHWINDT-BAYER, 2011).
4
In the United States, the authors indicate that women's under-representation is linked to a rigid and static
system that prevents them from breaking through the glass ceiling of incumbency, i.e. women are unable to
access long political careers because of the numerous institutional and social constraints that prevent them from
doing so. However, the research shows that when they do manage to overcome these obstacles, their political
lives are just as long as those of men. In general terms, women's careers are just as successful as men's, once they
manage to break through the glass ceiling, the question remains as to how to break through this obstacle
(PRAINO; STOCKEMER, 2018).
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 7
It is against this backdrop that women's careers will be studied here. The aim is to
understand which groups elected women are affiliated to, in which party cadres women are
best able to penetrate positions of power in the Federal Chamber, perpetuating their political
career and securing strategic spaces to control the agenda. The approach applied in this study
recaptures many characteristics of biographical research already carried out on the trajectory
of women in politics; however, it innovates by articulating an organization of different
capitals, producing diverse groups defined within singular aspects, an exploratory
methodology that makes it easier to visualize the differences between careers and broadens
the scope of the research for the 2018 election.
The article is divided into five parts, the first of which presents the research method
and the tool we used to analyze institutional relationships. The second part includes the
construction of our typology in relation to the political trajectories of female federal
representatives, while in the third part we look at the descriptive data taken from our research.
The fourth part analyzes the trajectories and how they relate to each other institutionally.
Finally, we consider the advances and obstacles present in this research and delimit new
research frontiers.
On the prosopographic method and the use of multiple correspondence analysis
Prosopography, also known as collective biography or career analysis, has its origins
in history as a discipline. The main objective is to collect information about the individual's
personal history, such as family relationships, positions held throughout life, relevant dates, in
short, everything that can give clues to the subject's life in order to understand the
implications of these actors in the political structure. From this data, we can obtain the
dimension of the political action of these characters and also of social changes in the groups
that make up society (STONE, 2011).
Thus, for Stone (2011, our translation), prosopography aims to "(...) make sense of
political action, help explain ideological or cultural change, identify social reality and
accurately describe and analyze the structure of society and the degree and nature of
movements within it". Following these assumptions, the data compiled here was able to assess
issues of values and symbols transposed from society to the institution through the electoral
process, supporting our theoretical approach.
In Political Science, the method in question is widely used to research political elites
who shape certain structures in the institutional apparatus, be it political or even business,
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observing aspects of individuals' personal lives in an attempt to structure trajectories that
reach a certain point. According to Flávio Madureira Heinz (2006), studies of elites through
collective biography have reaffirmed the importance and methodological rigor of studies in
this area, both in History and in the Social Sciences.
Prosopography as a study of elites has progressively expanded its applications in the
most diverse areas of knowledge. This is because it provides researchers with a diachronic
analysis that allows them to compare different periods and the movement of individuals
between groups that may or may not make up elite environments. According to Heinz and
Codato:
Prosopographers, however, describe the social properties of groups in a
diachronic perspective, comparing periods and monitoring changes. It is this
operation, the comparison of the properties and attributes of collectivities
over time and their structural changes, that is the central characteristic of the
prosopographical method. Prosopography can thus be an alternative for
extending the analysis of the actions of political elites and ruling groups to
more recent periods of time, making it possible to obtain explanatory gains
in revealing patterns of political behavior, the reproduction and/or renewal of
ideological families and in explaining long-term continuities and recurrences
in society and politics (HEINZ; CODATO, 2015, p. 251, our translation).
In addition, the authors point out that there are gaps in the process of producing
databases using this method, so it is the responsibility of the researcher to recognize these
limits and produce supplements that can provide more information for the satisfactory
construction of biographies. Our main sources of research were the databases on the lives of
female federal deputies, such as the Biographical Repository of the Federal Chamber, the
Radiographies of Congress, organized by DIAP and the Brazilian Historical-Biographical
Dictionary (CPDOC-FGV). As discussed above, there are sometimes gaps in the biographies
of female deputies, making it necessary to supplement these narratives in different
repositories.
Multiple Correspondence Analysis (MCA) is a research technique commonly used to
explore aspects of closeness or distance between respondents in a survey or to compare
biographies in a collective context. MCA is applied to tables with individuals as rows and
categorical variables in columns and can also analyze continuous variables. It is not an
innovative mathematical method, since it makes use of aspects of factor analysis, but it
undoubtedly offers a visual opportunity to display the data (DANTAS et al., 2017; HUSSON;
LÊ; PAGÈS, 2017; MARTINS; DONADONE, 2018).
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From this technique we can raise important questions, such as: which political
trajectories within the universe studied are the most similar (or distinct)? Are these individuals
consistent in terms of the groups analyzed? Based on this exploratory logic, the distance
calculated between the observations can infer that two individuals who respond equally in the
same categories are closer, but if one of them has a profoundly different response within that
universe of respondents, they may occupy a distant position and therefore raise predictions
regarding their belonging to that group studied (HUSSON; LÊ; PAGÈS, 2017).
As Dantas et al. (2017) point out, the advantage of this method is the possibility of
visually assessing the distribution of individuals in relation to the variables arranged in order
to understand whether or not the differences are random between respondents. The clouds
built from the data can show data cross-references which, in terms of understanding, become
much simpler. However, it is essential to note that the use of this technique has well-defined
limits in the literature, precisely because it encounters setbacks in the generalization of
hypotheses and is more commonly used in exploratory research such as this (ROSSIER,
2019).
Classifying political trajectories: political, family, media and religious capital
Biographical research often uses the field approach, developed by Pierre Bourdieu,
which allows the trajectory of those investigated to be adjusted within a relational framework
of power. So, in order to identify and classify the women who entered the Federal Chamber,
we began to understand the concept of the political field and the capitals that are articulated in
political careers. The field, for the author, is a small microcosm that contains a variety of
processes and understandings of the outside world, but articulated and coated in a particular
way, delimited by the members themselves. The intrinsic logics of functioning, permission
and exclusion lie at the origin of this structure and in the unfolding that its members give it
from their trajectories (BOURDIEU, 2011). As he points out:
(...) political field as a place where a certain number of people, who meet the
conditions for access, play a particular game from which the others are
excluded. It is important to know that the political universe rests on an
exclusion, a dispossession. The more the political field is constituted, the
more it becomes autonomous, the more it becomes professionalized, the
more the professionals tend to view the profane with a kind of
commiseration (BOURDIEU, 2011, p. 197, our translation).
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Therefore, and this is fundamental in the analysis from a field perspective, unequal
access to the political field cannot be referred to as a naturalization, as the elitist theorists do,
but rather observed as a mechanism of the rules and procedures that constitute the respective
field. While they (the elitists
5
) understand politics from an oligopoly formation within
organizations (political parties, governments, parliament), Bourdieu proposes that we analyze
access from the appropriation and use of capitals that distinguish politicians from the common
population, since this dichotomy is constitutive of the field.
In this way, we start from the premise that it is not enough to recognize a politician's
electorate or social base, but also their conjunction in their own field. For Bourdieu, analyzing
the collective that makes up the field is essential for understanding the position that the
individual occupies, since it also helps us to understand their actions. Analyzing biographies
in a collective way also means visualizing the image of the whole, showing the process of
forming a paradigm shift or reproducing the structure.
The Bourdieusian perspective of field, capital and habitus allows us to understand
political professionalization more accurately. The field, according to Bourdieu (1983), can be
understood as a space of social play where agents and institutions fight for possession of the
specific capital of that field. In the case of the political field, these capitals can be popular
support, access to political institutions, or monetary and financial resources, among others.
Political professionalization, in this context, involves a greater concentration of these
political capitals, and manifests itself through the ability of an individual or group to operate
effectively within this field. On the other hand, this process also suggests the existence of
barriers for those who do not possess these capitals or do not know how to use them. This is
5
The analysis of elites has its origins in the seminal works of theorists such as Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca
and Robert Michels, often referred to as the classic elitists. Their theories have been fundamental in shaping our
understanding of power structures and social and political inequality. Vilfredo Pareto is known for his theory of
the circulation of elites, which proposes that societies are governed by a minority (the elite), who hold the
majority of power and wealth. According to Pareto, the elite is in constant flux, with individuals ascending and
descending within its structure. However, this mobility does not alter the fact that it is always a minority that
holds power. This conception contributes to the naturalization of inequality, as inequality is seen as an intrinsic
characteristic of societies, regardless of changes in the composition of the elite.
Gaetano Mosca, on the other hand, argued that the domination of the elite was based on organization. According
to Mosca, the elite maintain power because they are better organized than the masses. Mosca also believed that
inequality is a natural fact, inevitable and, in a way, necessary for the efficiency of societies. Robert Michels,
famous for his "iron law of oligarchy", claimed that all organizations, even the most democratic ones, tend to
become oligarchies. The central idea here is that the leaders of organizations gain power as organizations grow
and become more complex, which leads to the concentration of power and inequality. Like Pareto and Mosca,
Michels saw inequality as an inescapable feature of societies. Thus, the classical elitists contributed to the
understanding of inequality as a natural and inevitable phenomenon, based on the premise that some people or
groups are more apt, organized or strategic to assume positions of leadership. Although these theories have been
subject to various criticisms and revisions, they continue to influence current socio-political thinking, allowing
us to better understand the dynamics of power and inequality in society.
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exemplified by the difficulty women have in entering and remaining in the political field, as
discussed in our previous examples.
Capital, in turn, represents the resources that an agent possesses and can use to
position themselves in the field. In the political field, capital can take various forms, such as
political power, economic capital, cultural capital (such as knowledge of how the political
field works), and social capital (such as networks and political connections).
Finally, habitus refers to a set of enduring dispositions that individuals acquire through
their socialization and which guide their actions and perceptions. The political habitus is
shaped by the capital an individual possesses and the structures of the political field in which
they operate. Political professionalization can be seen as a change in the political habitus, in
that it involves the acquisition of dispositions and skills that increase an individual's
effectiveness in the political field. In short, the concept in question refers to the set of
enduring dispositions that guide individuals' actions and their interpretation of the world. The
interaction between the political field and habitus, as proposed by Bourdieu, is that habitus is
an element that affects the position a subject assumes in the political field. A subject's location
in this field is defined by the quantity and quality of the resources they hold and which are
relevant. These resources can include economic, cultural and symbolic capital. Habitus
influences the way subjects use these resources and, consequently, their location in the field
(SETTON, 2002).
Furthermore, a subject's position in the political field also influences their habitus.
This impacts their experiences and interactions, which in turn shapes their habitus. For
example, a politician who holds a position of power in a specific political field may develop a
habitus that emphasizes the need to preserve and extend their power and influence. In short,
the interaction between political field and habitus in Bourdieu is that habitus affects the
position a subject assumes in the political field, while a subject's position in the political field
affects their habitus (SETTON, 2002).
By analyzing political professionalization through the prism of field, capital and
habitus, we can better understand how certain groups (such as women) can be disadvantaged,
and how political resources are distributed and used within the political field. Thus, these
concepts allow us to visualize the political field as a dynamic and relational space, where
structures and agents are in constant interaction.
Writing that the political field is averse to female participation, even almost 90 years
after women's suffrage, may seem strange. From a liberal point of view, if we understand that
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political opportunities are equal and that everyone competes on equal terms, we would be
bordering on academic proselytizing. However, there is nothing like political reality to show
us the slow process of opening up the public sphere to women, creating many more obstacles
than facilitators. Those who gave rise to the political institutions in Brazil (and the world),
articulate themselves in such a way that the profane, the strange female figure who threatens
the order they wish to perpetuate, is repeatedly removed, attacked, in the quest to prove her
non-place.
But then, is the field doomed to close? Will women never be accepted as such, without
bending to the rules of the male political field? The answer to these questions lies in the
parliaments that have broken with gender segregation, either by adopting effective public
policies, such as quotas, or by the social change that has directly affected the political field,
once a paradigm shift has taken place and the masculine totality is questioned and
transformed
6
. Bourdieu points out that the field cannot become completely autonomous
precisely because it is subordinate to people outside it, the voters in the case of politics. If
there is a change in the constitution of the members of the field, a challenge to the rules
imposed at the beginning and, consequently, a break with the reproduction of masculine
values, then yes, the political field becomes open to the feminine, without subverting it.
According to the author:
The more a field is autonomous and settled in its autonomy, the more this
question of the ultimate foundation of the field is hidden, forgotten, but a
scientific revolution can occur that puts the boundaries back into question,
what Kuhn calls "paradigm shifts". These are situations in which new
entrants change the principles of belonging to the field in such a way that
people who were once part of it are no longer part of it, are disqualified, and
people who were not part of it now are (BOURDIEU, 2011, p. 202, our
translation).
The political field, according to Pierre Bourdieu, is not an isolated space, but is
immersed in a larger social context and is influenced by interactions with other fields,
including those considered profane. The rules and structures of this field are reproduced and
legitimized, to a large extent, by the perceptions and actions of the individuals who operate
within it. However, this does not mean that these rules are static or unquestionable. On the
6
The Inter-Parliamentary Union monitors the number of women in all the world's parliaments, hierarchically
structuring those that have the highest relative and absolute number of female members in their ranks. The top-
ranking countries (Rwanda, Cuba, Bolivia, Mexico and Switzerland) have rates close to or greater than 50%.
These realities need to be analyzed, especially those linked to Latin America. More information at:
http://archive.ipu.org/wmn-e/classif.htm.
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contrary, the political field is constantly disputed and reformulated through struggles for
power and capital. In the case of female marginalization in the political field, we can
understand that the underrepresentation of women is not a fixed characteristic but is the
product of specific power dynamics that favour men. This includes entrenched cultural
practices and norms, as well as structural forms of gender inequality. For example, the
political field can be dominated by a 'masculine vision' that values certain types of capital
(such as power, aggressiveness or technical competence) over others (such as cooperation,
care or emotional sensitivity).
However, precisely because the political field is in constant flux and is permeated by
disputes, these conditions are not absolute or immutable. The entry of more women into the
political field, for example, can lead to the re-evaluation of existing norms and practices, as
well as the valorization of different types of capital. In addition, external pressure (for
example, from the field of social movements) can force changes in the rules and practices of
the political field. Therefore, although female marginalization is a reality in the political field,
it is not an absolute and immutable condition. The political field is a space of struggle and
negotiation, where different actors and forces fight to define the rules of the game and for
possession of the field's specific capital. And it is in this dynamic that lies the possibility of
transformation and of challenging the marginalization of women.
But how does this paradigm shift come about? Through the accumulation of political
capital by women. Bourdieu points out that male domination is based on symbolic capital that
removes the conditions of equality between the sexes. Men have imposed a symbolism on the
institutions they founded that operates in the domination of the feminine by the masculine.
Rules, procedures, standards, all correspond to a logic of male reproduction that operates
symbolically to the disadvantage of women. And this domination needs no reason, since it is
standard, socially naturalized within public structures formed by men.
Women are prevented from accumulating political capital because they are immersed
in a system of symbolic violence that imposes a fundamental inequality, removing them from
fair political competition. Political capital is fought for and won by women by breaking away
from this violence and by capturing spaces that are usually male, such as trade unions, social
movement leaders and the like. There are other forms of capital that are also transformed,
when operationalized, into political capital. It is on the basis of these logics that we will
undertake a collective study of the biographies of women federal deputies.
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Political capital is understood to be the set of activities that are structured within a
field of action, or political doing. Social movements, trade unionism, bureaucratic positions
within political parties and public administration, student movements and even the armed
struggle are all considered political capital. The origin of a parliamentarian in any of these
sub-groups implies that her career has been permeated by the consolidation of political field
values, possibly bringing her closer to more traditional contexts of electoral disputes and
institutional political practice.
For our analysis, political capital is divided into 4 distinct factors: administrative,
which corresponds to women who won their positions by occupying bureaucratic positions
within unions or public administration; trade union, for those who have held leadership
positions in unions (whatever class); social movements, observing female representatives
elected on the basis of their involvement in demonstrations or social structures fighting for the
recognition of rights; and the student movement, preferably those who have a profile in
student unions, such as student councils, UNE and the like. The last two were differentiated
because of the future implications that social and student movements offer.
Family capital corresponds to the association of the election with relationships of
kinship or marriage. It is important to note that this capital is not exclusive or even
predominant in women's parliamentary careers. It is part of a common situation in Brazil, in
which political elites are formed by the tradition of political power within the family. The
difference, as Bourdieu (2010) points out, lies in the extent of this inheritance, because while
men receive political power from their fathers and grandfathers, women receive it from their
husbands, due to patriarchal society and how it operates in the political world. In this research
we use the word "Family" to identify the relationship.
Religious capital is linked to the emergence of religion as an electoral passport, since
religious leaders organize themselves in order to assert their opinions at governmental levels.
In a country with a Catholic tradition like Brazil, religiously-oriented careers used to take
place within pastoral ministries and ecclesiastical communities that promoted social
movements in an auxiliary way. With the growth of neo-Pentecostalism, power groups within
the main churches of this orientation began their trajectory into politics. From the conversion
of believers into voters, religious capital has been predominant in political careers since 2002,
due to the political agreements signed between the Workers' Party and religious/political
leaders who quickly occupied positions in their governments. In this research we use the word
"Religion" to identify the relationship.
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Lastly, media capital includes those female members of parliament whose trajectory is
linked to their professional occupation as television presenters, broadcasters or any other
position where their image is exposed. This capital grew with the 2018 elections, mainly
because of the internet and the mass sharing of messages. "Viralization" was used as an
electoral maneuver. In this research we have identified it as "media". Below, we outline the
capitals that will be transformed into political career groups:
Table 1 - Career Groups (Capitals) of Female Members of Parliament Schematized
Group
Description
Analysis
Administrative
Careers within public bodies,
bureaucracy in political parties or
occupation of key positions in the
administrations of the three branches
of government.
Occupation of bureaucratic
positions within associations
or public administration, such
as secretariat, party leaders, or
any position related to the
bureaucracy of the three
branches of government.
Syndical
Leadership positions in workers' or
employers' unions.
Holding leadership positions in
trade unions (whatever class),
whether as a leader or any
other position of prominence
within these institutions.
Social movements
Leadership positions in various social
movements.
Involvement in demonstrations
or social structures fighting for
the recognition of rights,
across the political spectrum.
Student movements
Leadership positions in student
organizations, such as the UNE,
student unions, university DCEs and
the like.
Holding key positions in
student organizations, such as
unions, academic centers,
UNE and the like.
Family
Family relationships (father/mother,
brothers/sisters, uncles/aunts, cousins,
grandfathers/grandmothers, husbands
and wives) with individuals holding
elected office.
Identification of kinship
relations with politicians
already established in public
life, using their name and
political capital.
Religious
His career has its origins in religious
leadership, mainly neo-Pentecostal.
Identification of relations with
religious groups that would
promote the candidate
politically due to her
involvement with confessional
sectors.
Media
A career that began with the exposure
of their image on television channels
or, more recently, on social networks
with no involvement in social
movements.
Identification of relationships
with television, radio and other
media, including social
networks for the purpose of
communication.
Source: Devised by the author
Finally, it should be noted that the categorization was based on the data available
online, either from the CPDOC/FGV biography repository, or from interviews, investigative
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and biographical reports, personal websites and official documents, such as the Federal
Official Gazette. As has already been reported in other research, when dealing with
biographical information, not even interviews are enough to translate the exact reality of the
facts. A word of caution is therefore necessary, as we started from a relational logic, in which
the category was only defined on the basis of the relationship between different data
repositories and only when other factors were excluded. In other words, if the trajectory of a
particular federal deputy leads us to categorize more than one capital, we take this duplicity
into account and raise this situation. This care was taken especially in relation to family
capital, so as not to overestimate family ties and, consequently, erase the political career of
this federal deputy, since it is possible for one to occur without determining the other.
A total of 260 entries of women were analyzed, corresponding to 5 different
legislatures (2003 to 2018), but in each term that she manages to get re-elected, an entry is
considered in the database (with her data updated compared to what she declared in the
electoral competition of that year). This choice is due to the need to investigate the electoral
influx of each legislature separately
7
.
We collected data on the year of the legislature, the name of the federal deputy,
whether she has a biography in CPDOC/FGV, the state in which she was elected, the region in
which she was elected, maximum campaign spending and funding, assets (when available),
social class, profession, age, level of education, degree course (when available), color
(declared and heteroidentified), elective positions held before that election, re-election (yes or
no), leadership position in the Federal Chamber during that legislature (can be accumulated in
re-elections), occupation of ministerial positions, leadership position in permanent
parliamentary committees, whether they have family members in politics (up to third degree),
whether they have married a political figure and the identification of the group to which they
belong in view of the explanation of capitals previously.
7
Data can be found in the annexes.
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Women's political careers in Brazil's federal chamber from 2002 to 2018
The analysis of women's political careers in Brazil from 2003 to 2018 can provide
significant information about the values and principles that shape these trajectories, thus
influencing a variety of political agendas in parliament. By evaluating their biographies from
a collective perspective, we compiled information that allowed us to categorize female federal
deputies into seven distinct types, based on characteristics identified in their stories analyzed
in biography repositories
8
.
We began our analysis by highlighting an important point: the predominance of family
background. This trajectory involves women with direct and collateral family ties (such as
parents, grandparents, siblings) or filiation (through marriage) with politicians, giving rise to
the traditional structure of Brazilian politics known as familism. In order to be classified in
this context, it is essential that the biography shows that this relationship existed before the
candidate entered politics and that she had not previously held elected office. Cases in which
the couple follow the same path and are elected to the same or different positions do not fall
into the category of a family relationship. In other words, this path is only possible in the
absence of the others.
This type of family political career comprises 95 trajectories, or 36.5% of the total
recorded in our database. Of these, 32 are the result of marriages and the other 63 involve
close relatives in politics. In addition, 88 of these female deputies are self-declared white,
while only 7 identified themselves or were identified as non-white. This group also has one of
the highest career longevity averages, indicating that this type of capital tends to produce
firmly established careers on the political scene. There has been considerable growth over the
years, with the number of women in this type of career more than doubling between 2002 and
2018.
The Administrative career path arises when institutional factors are present in women's
careers, such as the occupation of commissioned public posts and progression in bureaucratic
positions in political administrations, both inside and outside the parties. This is the second
career with the highest number of participants, with 52 female federal deputies (20%). Of
these, the majority are white (47), and only 5 are non-white. The careers of these female
parliamentarians tend to be relatively long. The graph shows that from 2002 to 2012 there was
a decrease in the number of women belonging to this career path, but this number grew
significantly in the following legislature, surpassing the number observed in 2022.
8
The demographic data is in the annex.
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As far as her career in the Student Movement is concerned, she must have held
positions in student institutions such as UNE, UEE, UBES, university DCEs or high school
student unions at some point prior to her candidacy. This trajectory is strongly linked to the
period of democratic repression from 1964 to 1985 in Brazil, when the military dictatorship
persecuted and dismantled many of these structures. Young people who opposed this
exceptional regime, articulating themselves within the student movement, sometimes even
joined the armed struggle and revolutionary organizations. There are 33 (12.7%) women
belonging to this trajectory, of whom 24 are white and 9 are non-white. This is the trajectory
with the second highest number of black, indigenous, brown and yellow women.
Social Movements are characterized as a career when the deputy belongs to an
organization that is active in some area of society, whether it's protecting various rights or
acting on a daily basis on a variety of agendas (progressive or conservative). This is the fourth
largest group, with 22 (8.5%) female federal deputies, 18 white and 4 non-white. There was
also a significant increase after 2014, due to the demonstrations that began in 2013, which
influenced the formation of new conservative social groups based on the demonstrations for
the impeachment of former president Dilma Rousseff and the social organizations that took to
the streets in favor of the candidacy of then current president Jair Bolsonaro.
The media career can be considered a recent type, given that the massification of
media such as television and the internet reached its peak at the beginning of the 21st century.
However, the growth of this trajectory is not only linked to figures exposed in the media, but
also to candidates who have fueled their candidacies in a context of contestation of the
institutions. This trajectory has 6 representatives, four of them in the most recent legislature.
The career anchored in religion involves pastors or religious personalities who have
linked their candidacies to the image of their confessional convictions. With 17 members
(6.5%), 11 white and 6 non-white, this group has a poor record of re-election and previous
occupation of other elective positions. However, the graph shows a significant increase in the
number of women linked to this career, more than tripling from 2002 to 2018.
Finally, Trade Unionism involves holding leadership positions within trade union
institutions. It is the fourth largest group in this analysis, with 35 female federal deputies
(13.4%), 20 white and 15 non-white. Despite their previous significant presence in the Federal
Chamber and their relative longevity, this group has been eroded over the years, with 8
women in 2002 and falling to 5 in 2018. All this data is systematized in Graph 1 below:
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Graph 1 - Types of Trajectories of Women Federal Deputies between the 52nd and 55th
Legislatures
Source: Authors data, N = 260
When compared by region, the Administrative and Family political careers are
concentrated in the North and Southeast. Social Movements are more likely to elect women in
the Southeast, while Trade Unionism has similar numbers between the Northeast and
Southeast. The Student Movement is more closely linked to the Southeast and South, while
careers linked to the Media have a majority in the Southeast.
As for Ideology, the Administrative type is distributed almost equally among the three
spectrums identified here. The Family type has a notable concentration in the center (40) and
right (35) spectrums, with the left following relatively close behind (20). In the Media we
have 4 right-wing deputies and 2 left-wing deputies. In the Student Movement we have
almost all the women deputies on the left (30) and only 3 in the center. In Social Movements,
the distribution concentrates 10 women on the right, 8 on the left and 4 in the center. Religion
has 11 women on the right, four on the left and two in the center. Finally, Trade Unionism
Temporal Graph
Number
Year
Group
Family
Administration
Trade Unionism
Student movement
Social movements
Religion
Media
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repeats the Student Movements and concentrates 28 women MPs on the left, 6 on the right
and only 1 in the center.
In general, given the proportions of this research, some patterns from previous
investigations are reproduced. Previous studies have shown that, compared to men, women
tend to have their careers, when they are family members, based on their husbands'
projections (PINTO; SILVEIRA, 2018). Here, the results show that the family role is
fundamental to a large part of women's careers, with marriages consolidating just over 1/3 of
these. This corresponds to the total number of women who have entered the Federal Chamber
and, therefore, the differences with the other studies refer to the cut-off used. The constant
growth of the Family trajectory has already been pointed out as an indication that electoral
competition is plastered between family oligarchies. In localities with little party competition
and a concentration of political and economic resources in the hands of a few families,
women would have more capillarity in competitive candidacies since they would represent
their husbands or family members at the federal level (MIGUEL; MARQUES; MACHADO,
2015).
The mathematics of this occupation is quite simple: while the local government is run
by relatives or married partners, federal interlocution would guarantee the allocation of
preferential funds to these regions, feeding back political and economic power and creating a
vicious cycle. It is essential to realize that these family structures have a direct impact on the
economic capital of the competitor, creating structures that facilitate access to elective
positions, since business and state relations produce important and distinct competitive
incentives in the electoral process (ENGLER, 2018).
Another hypothesis is that long-term democratic development results in political
professionalization, with family capital being important for the preservation of these
positions. Thus, as democracy consolidates, more and more political families are formed
(MIGUEL; MARQUES; MACHADO, 2015). In this research we are not looking to test these
hypotheses, but we will take both as assumptions for analysis, since in certain contexts, the
formation of families may correspond to an indication of the formation and consolidation of
family elites, while in others it may mean democratic consolidation due to the accumulation
of political capital.
In relation to the decreases, we can theorize that Student Movements and Trade
Unionism have lost a lot of strength in recent years on the political scene because of the
successive process of erasure of these institutions over the years. Student movements have
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lost their ability to attract school-educated youth, either because of changes in the very
representative logic of these organizations, with the capture of leaders by left-wing political
parties, or the process of depoliticization that young people are going through (BRINGEL,
2009). It is important to note that there is no absence of this category, which is still
fundamental to the production of an individual's political aspirations, as recent studies
indicate (BOLOGNESI; DE MEDEIROS, 2014). All of this may have contributed, along with
other factors, to the obscuring of the role of student militancy. However, it is important to note
that they are still an important platform for political prominence
9
.
In relation to trade unionism, with the election of President Lula in 2002 and the
successive occupation of federal posts by members of trade union organizations and their
rapprochement with the federal government, these institutions gradually gave way in the
popular imagination (CARDOSO, 2015; SILVA, 2023). Allied to this, and preponderant for
the erasure, the neoliberal process and the ultra precariousness of the worker, with
technological innovation and the emergence of uberization, the union was successively
deconstructed (MARCELINO; GALVÃO, 2020). The high point of this process came with
the 2017 labor reform, which, among other things, removed compulsory union dues. All this
combined with a long history of fragmentation of trade union organizations.
The significant growth of Social Movements and the emergence of the Media as a
career to be considered can be explained in several ways. In the first case, until the beginning
of the 21st century, political trajectories stemming from movements that challenged the
military dictatorship or from social organizations whose purpose was to defend a social right
found greater resonance in elected office, as a platform for expanding their activities, now at
the federal level.
However, from the second decade onwards, social movements saw a significant
increase in social networks, inspiring "influencers" who joined the demonstrations that began
in 2013. As a result, these social movements must be distinguished from the (various) media.
The media here can be understood as television channels, radio or social networks. These are
actions aimed at "viralization", the effect of becoming viral, contagious, from a post or a
video/interview. Bolsonaro and Bolsonarism were the main drivers of this growth in the
9
Carina Vitral (former president of UNE) ran for state representative in São Paulo for the PCdoB, winning the
deputy position after receiving just over 33,000 votes. Daniel Iliescu (former president of UNE) ran for
councillor in Petrópolis, receiving 965 votes and was not elected. Gustavo Lemos Petta (former president of
UNE) was elected to the Chamber of Deputies in 2010, and actually became a member of the federal parliament.
Wadson Ribeiro (former president of UNE) was elected as an alternate to the Chamber of Deputies and also
briefly held a legislative seat.
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number of women elected in 2018. New politicians who are members of movements that were
born out of protests against progressive Brazilian governments, such as the MBL, have also
been inflated by the terms of this mediatization that the internet and its democratization have
brought (RAMOS DE OLIVEIRA, 2023).
We can see that in recent years, especially those preceding the 2018 elections, the
number of candidates who have emerged on social networks and established themselves as
dissenting voices to the Workers' Party and the left in general, winning the digital scene with a
war of disinformation, making subsequent votes indisputably relevant (NEMER, 2023). From
this context, this group is beginning to strengthen and indicate a growth trend for the coming
years.
Finally, there was also a relative growth in religious careers, driven precisely by the
conservative backlash and the growth of candidates from neo-Pentecostal churches. This
growth has already been addressed in several studies, showing that the alliances made
between the Workers' Party government and evangelical leaders generated growth and
accumulation of political capital for sectors of these churches, fostering increased electoral
success for confessional parties and pastors who use these electoral platforms (ANTONIO;
LAHUERTA, 2014; SILVA, 2016).
Understanding these quantitative aspects of the expansion and retraction of groups
over the years allows us to explore hypotheses for the (re)organization of the women who
make up parliament. However, how do these careers operate when we compare them with
each other, in a collective context, taking their trajectories within the Federal Chamber as a
starting point? It is through Multiple Correspondence Analysis that we will analyze the
differences and similarities between the careers when arranged in a structural plan of
categories that guide political activity.
It should be noted that the contributions in the Multiple Correspondence Analysis
(MCA) indicate the proportion of the variance in each dimension explained by each category.
If a category has a high contribution, the implication is that it has a strong relationship with
the dimension and therefore has a significant impact on the arrangement of the points on the
MCA graph. Categories with lower contributions, on the other hand, have more tenuous
relationships. In Graph 2, for example, the MCA highlights the relationship between
leadership positions in the Federal Chamber and political careers. These positions are
characterized by positions of prominence within the spheres of legislative power, such as
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political party leaders, government leaders or leaders of the minority, configuring important
bureaucratic functions within the political field under analysis.
In the legislatures studied, there is a movement towards grouping the variables on the
left-hand side of the graph over time. The MCA offers an insight into the evolution of
women's careers in the Federal Chamber of the Brazilian parliament, illustrating the
relationships between categorical leadership variables and political careers over the course of
the legislatures. By studying the MCA, we seek to understand the diversity between
categories in a multidimensional environment.
The results suggest notable inferences about the position of these women on the
institutional scene. The 'Trade Unionism' category is strongly represented in the first
dimension in almost all the legislatures, especially in the 56th, contributing 34.28%. This
indicates that women trade unionists play a significant role in the first dimension and,
therefore, in the structure of the Chamber. Participation in trade unions emerges as a relevant
trait in the political careers of many women, possibly due to the in-depth political engagement
usually associated with trade unionism. The 'Student Movement' is also a major contributor to
the first dimension in several legislatures, reaching 43.77% in the 55th legislature. This
finding suggests that women with a background in the student movement have a notable
prominence in the political field. Involvement in student movements is often indicative of a
high degree of political engagement, serving as training for future politicians.
The category "Ten Leaderships" in the 56th legislature and "One Leadership" in the
52nd and 53rd legislatures show significant contributions to the first dimension. This suggests
that, in these specific legislatures, holding a single leadership position or ten leadership
positions can have a major influence on women's political careers. Thus, the number of
leadership positions seems to have a significant association with the arrangement of the dots
on the MCA graph, demonstrating the possible impact on women's political careers. In the
second dimension, the absence of a defined pattern indicates the complexity and diversity of
the factors affecting women's political careers. Categories such as "Two Leaderships", "No
Leadership" and "One Leadership" vary between legislatures, suggesting that the relevance of
holding different amounts of leadership positions may have changed over time.
This analysis suggests that participation in trade unions and student movements, as
well as the number of leadership positions held, have a significant impact on women's
political careers in the Federal Chamber. However, the influence of these factors seems to
fluctuate over time, denoting the dynamic complexity of women's political careers and the
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interaction of these factors with the institutional structure. These changes may be the result of
changes in the political structure, legislative priorities or other factors.
Graph 2 - Multiple correspondence analysis of the association between leadership in the
federal chamber and political careers
Source: Devised by the author
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In an attempt to uncover the associations between the committees occupied in the
Federal Chamber and political careers, we carried out a Multiple Correspondence Analysis
(MCA). This analysis allows us to discern the contribution of each category to the first and
second dimensions in a variety of data sets, specifically sets 52 to 56.
Starting with the 52nd legislature, the data collected indicates that the category "Three
Committees" has the highest contribution to dimension 1, with a total of 31.05%. This
suggests that, during this period, occupying three committees has a significant association
with political careers. The second largest contribution to dimension 1 comes from the
"Family" category, which accounts for 21.33%. However, for dimension 2, the "Two
Committees" category stands out as the most relevant, with an impressive contribution of
43.93%. This suggests that, in this second dimension of analysis, occupying two committees
is strongly associated with political careers during the 52nd legislature. The second highest
contribution in this dimension comes from the "Administrative" category, which contributed
19.03%. These results therefore suggest that the number of committees held and family and
administrative backgrounds played significant roles in political careers during the 52nd
legislature.
With regard to dimension 1 of the 53rd legislature, the category "No Committees"
shows the highest contribution with 22.06%. This may indicate that, during the 53rd
legislature, occupying a variable number of committees had a strong association with political
careers. "Trade unionism" also stands out as the second largest contribution in this dimension,
with 18.70%, suggesting that trade union activities were also strongly associated with political
careers during this period. In dimension 2, the "Three Commissions" category has the highest
contribution with 32.13%. This indicates that, in the second dimension of analysis, occupying
three committees had a particularly strong association with political careers. In second place,
we see the "Administrative" category contributing 18.25%. These analyses indicate that, in
the 53rd legislature, both the number of committees occupied and union activity and
administrative posts played a significant role in political careers.
For dimension 1 of the 54th legislature, the category "No Committees" has the highest
contribution with 16.38%, followed by "Two Committees" with 14.62%. This suggests that
during the 54th legislature, occupying a variable number of committees or two committees
had a strong correlation with political careers. In dimension 2, "Media" made the greatest
contribution with 20.66%, closely followed by "Student Movement" with 16.67%. This
indicates that, in this dimension of analysis, the media and the student movement had a
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considerable association with political careers. Therefore, in the 54th legislature, the number
of committees occupied, media exposure and participation in the student movement seem to
have played a key role in political careers. As noted above, the contribution of different
categories varies in each legislature, underlining the complexity and varied nature of politics.
In the 55th legislature, the contribution of the categories to dimensions 1 and 2 also
presents an interesting picture. In dimension 1, the category "More Committees", which
includes occupying more than four committees, represents the largest contribution with
16.01%, followed by "Trade Unionism" with 27.09%. This suggests that, in the 55th
legislature, occupying several committees and having a history of trade unionism were
important factors in political careers. As for dimension 2, the category "More Committees"
again shows a high contribution, this time with 18.65%. However, "Four Committees"
appears as the second highest contributor with 14.83%. This suggests that in the 55th
legislature, the number of committees occupied continued to be a relevant factor in a
politician's career. Thus, during the 55th legislature, it seems that occupying several
committees and previous experience in trade unionism were key factors in a successful
political career.
In the 56th legislature, the data reveals different patterns of contribution in dimensions
1 and 2 for the categorical variables. In dimension 1, the category "More Committees"
emerges as the largest contribution, with 32.10%, indicating that having served on various
committees was a relevant factor for politicians in this legislature. However, the category
"Trade Unionism" stands out with a contribution of 42.57%, suggesting that politicians with a
background in trade unionism also stood out in this dimension during the 56th legislature. As
far as dimension 2 is concerned, the "Two Committees" category emerges as the largest
contribution with 12.85%, followed by the "No Committees" category with 14.47%. This
indicates that having participated in two committees or an undefined number of committees
had a significant influence on the profile of politicians in this dimension in the 56th
legislature. In short, in the 56th legislature, serving on several committees, having a union
background and participating in two or an undefined number of committees seem to be
determining factors in the political careers of members of the Federal Chamber.
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Graph 3 - Multiple correspondence analysis of the association between committees held in
the federal chamber and political careers
Source: Devised by the author
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The multiple correspondence analysis (MCA) presented in graph 4 offers a rich insight
into the careers of women in the Federal Chamber and the influences that shape their re-
elections. Several variables were included in the analysis, including the number of re-
elections (from none to six times) and the origin of the political careers (such as
Administration, Family, Media, Student Movement, Social Movements, Religion, Trade
Unionism).
Looking at the results in detail, in legislature 56, in dimension 1, the variable "Three
Re-elections" is the one that contributes the most, with a weight of 22.45%. This suggests that
the ability to be re-elected three times is a significant milestone for women's careers in the
Federal Chamber, perhaps indicating a combination of political experience, leadership skills
and continued support from voters. In addition, once again, the variable "Trade Unionism" has
a significant contribution in this dimension, with a weight of 33.45%, suggesting that women
who have come from trade union careers are more likely to be re-elected. In dimension 2 of
the data for this legislature, the greatest contribution comes from the "Student Movement",
with a weight of 35.50%, indicating that women who come from a student movement
background have a great influence on this axis. The variable "Six Re-elections" also has a
strong contribution in this dimension, with a weight of 29.12%, suggesting that the ability to
be re-elected six times is another significant milestone.
In the 55th legislature, when we analyze dimension 1, we see that the "Student
Movement" variable makes the biggest contribution, representing a significant weight of
31.05%. This finding once again highlights the importance of experience and involvement in
the student movement for the professional progress of women in this institution. In addition,
the variable "Three Re-elections" also stands out as a strong contributor, with a weight of
26.31%, reinforcing the relevance of obtaining a third re-election. In dimension 2 of this data,
the variable "One Re-election" exerts the greatest influence, with a weight of 39.67%. This
finding suggests that achieving a first re-election is a crucial milestone for women's political
careers in the Federal Chamber. In addition, the "Social Movements" variable also plays a
significant role in this dimension, with a weight of 32.32%, indicating the influence of women
who entered politics through social movements.
When examining the 54th legislature, in dimension 1, the variable "no re-election" has
the greatest contribution, with 20.81%, indicating that not having been re-elected also has an
important relevance in shaping the careers of women in the Federal Chamber. In dimension 2,
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the variable "Two Re-elections" has the greatest influence, with 27.56%, suggesting that
achieving a second re-election is also a significant milestone.
When analyzing the data set from the 53rd legislature, we noticed that dimension 1 is
mostly structured around the "One Re-election" category, which made the largest contribution
with approximately 31.25%. Other categories were also relevant to this dimension,
particularly "Administrative" and "Social Movements", which contributed around 18.97% and
17.40% respectively. However, the "Family" and "Student Movement" categories showed a
more modest contribution, suggesting a reduced influence on the structuring of this
dimension. With regard to dimension 2, the "Three Re-elections" category stood out as the
most influential, contributing 46.63%. In addition, the "Administrative" and "Family"
categories also played a significant role, contributing 14.96% and 12.50% respectively. On the
other hand, the "Two Re-elections" and "One Re-election" categories made the smallest
contributions, indicating a less pronounced impact on this dimension.
As for the dataset from term 52, dimension 1 was strongly influenced by the category
"Three Re-elections", which contributed 39.37%. The "Student Movement" and
"Administrative" categories also played a key role in structuring this dimension, contributing
35.72% and 11.48% respectively. In contrast, the "Trade Unionism" category had the lowest
contribution, indicating less relevance for this dimension. In dimension 2, the category "No
Re-election" stood out with the highest contribution, approximately 18.21%, indicating a
strong association with this dimension. "One Re-election" and "Administrative" were also
considerable in this dimension, contributing around 16.83% and 15.03% respectively. The
"Family" category showed the lowest contribution, suggesting a less significant association
with dimension 2.
These analyses provide valuable insights for understanding the political careers of
women in the Federal Chamber. They highlight the importance of winning re-election, with
relevant milestones in the first, second, third and sixth re-elections. In addition, they highlight
the influence of careers started in social movements, student movements and trade unions,
indicating that these areas play a key role in developing and supporting future policies. These
observations can be extremely useful in formulating strategies to support and promote
women's political careers in the Federal Chamber. Although largely descriptive, these analyses
provide us with important material for future research.
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Graph 4 - Multiple correspondence analysis of the association between political careers and
re-election
Source: Devised by the author
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Final considerations
In this article we carried out a collective biographical survey of female federal
deputies from 2002 to 2018, identifying them in groups, namely Family, Administrative,
Social Movements, Student Movements, Media, Trade Unionism and Religion, as well as
comparing their careers based on institutional aspects, such as occupation of leadership
positions, re-election and committees occupied in a leadership position. The results indicate a
strong growth in family groups, corroborating the trend identified in other studies, as the
predominant career among those elected, followed by Administrative and Social Movements.
It is important to note that the concentration of careers is linked to specific regions of the
country and demonstrates, among other things, local peculiarities.
When we look at the institutional arrangements, we find a repetition of the difficulties
encountered in the electoral process for female federal deputies. Gender roles from private life
are widely reproduced in the institutional context. In this research, we found that in terms of
leadership, committee seats and re-election, groups tend to structure different values and fit
into their own patterns. Based on the analyses carried out using Multiple Correspondence
Analysis (MCA) of the different legislatures in the Federal Chamber, it was possible to
identify various factors that influence women's political careers. The occupation of leadership
positions, participation in student movements, union involvement, administrative experience
and number of re-elections were key elements that shaped the political trajectories of the
women analyzed. The MCA revealed that holding leadership positions, such as party leaders
and government leaders, plays a significant role in women's political careers. In addition,
participation in trade unions and student movements was associated with greater influence
and prominence in the political field. These results suggest that deep political engagement,
often associated with trade unionism and the student movement, can be an important factor in
women's political success.
The analysis also revealed that the number of leadership positions held has a
significant association with the arrangement of the dots on the MCA graph. This indicates that
holding multiple leadership positions can have an important impact on women's political
careers, while holding a single leadership position has also been shown to be relevant in
certain legislatures. Furthermore, the research showed that the influence of these factors can
vary over time and between legislatures. This suggests that changes in political structure,
legislative priorities and other factors can affect women's political trajectories. It is important
to note that the analyses carried out provide a descriptive and exploratory view of the
Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
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relationships between the variables analyzed. However, a more in-depth study and
longitudinal analysis is needed to better understand the complexities and nuances of women's
political careers in the Federal Chamber.
Overall, these analyses contribute to a more comprehensive understanding of the
influences and obstacles faced by women in politics. The results highlight the importance of
promoting women's participation in leadership positions, strengthening political engagement
in social and student movements, and supporting the progression of political careers through
inclusive and egalitarian policies. A detailed analysis of these trajectories would require
extensive research with interviews, covering the personal lives and setbacks that these women
representatives have faced throughout their careers. However, it is essential that we visualize
the differences between these types and seek to observe how the different careers impact on
the institutional life of these women within the Federal Chamber. Whether their differences
constitute different perspectives on the difficulties faced by Brazil and, above all, the social
and political constants that affect women in civil society.
REFERENCES
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Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
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Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
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Leonardo Aires DE CASTRO
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: I would like to thank the reviewers who enriched the work with
their suggestions, allowing new insights into the problem analyzed.
Funding: Yes. São Paulo Research Support Foundation (FAPESP - 17/26776-6).
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: Was not necessary.
Availability of material and data: Not applicable.
Authors’ contributions: Single author.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.
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Annex:
Table 1 - Distribution of female federal deputies elected by ideological spectrum from 2002
to 2018
ideology
Frequency
Percentage
Center
68
26.2%
Right
85
32.7%
Left
107
41.2%
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Table 2 - Party Belonging of Federal Deputies
Political Party
Frequency
Percentage
(P)MDB
31
11.9%
AVANTE/PTdoB
3
1.2%
DEM/PFL
17
6.5%
NOVO
1
0.4%
PCdoB
23
8.8%
PDT
8
3.1%
PL
1
0.4%
PMN
2
0.8%
PODEMOS/PTN
3
1.2%
PP
14
5.4%
PPB
1
0.4%
PPS
6
2.3%
PR
12
4.6%
PRB
5
1.9%
PRONA
1
0.4%
PROS
1
0.4%
PRP
1
0.4%
PSB
21
8.1%
PSC
4
1.5%
PSD
2
0.8%
PSDB
25
9.6%
PSL
9
3.5%
PSOL
6
2.3%
PST
1
0.4%
PT
48
18.5%
PTB
6
2.3%
PTC
3
1.2%
PV
3
1.2%
REDE
1
0.4%
SOLIDARIEDADE
1
0.4%
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Leonardo Aires DE CASTRO
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Table 3 - Distribution of elected women by Federative Region
Region
Frequency
Percentage
Midwest
26
10%
Northeast
50
19.2%
North
61
23.5%
Southeast
91
35%
South
32
12.3%
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Table 4 - Declared Educational Level of Federal Deputies
Educational Level
Frequency
Percentage
Reads and Writes
3
1.2%
Elementary School Completed
4
1.5%
High School
45
17.3%
Higher Education
208
80%
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Table 5 - Declared Higher Education of Federal Deputies
Higher Education Degree
Frequency
Percentage
Administration
8
3.1%
Arts
1
0.4%
Public Service
4
1.5%
Library Science
1
0.4%
Political Science
1
0.4%
Social Sciences
5
1.9%
Accountancy
1
0.4%
Law
37
14.2%
Economics
7
2.7%
Physical Education
4
1.5%
Nursing
5
1.9%
Engineering
7
2.7%
Pharmacy
7
2.7%
History
4
1.5%
Journalism
10
3.8%
Letters
15
5.8%
Mathematics
2
0.8%
Medicine
16
6.2%
Not available
73
28.1%
Dentistry
1
0.4%
Pedagogy
22
8.5%
Psychology
18
6.9%
Chemistry
1
0.4%
Social Work
6
2.3%
Occupational Therapy
3
1.2%
Tourism
1
0.4%
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Higher Education Degree
Frequency
Percentage
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Table 6 - Declared Profession of the Federal Deputies
Profession
Frequency
Percentage
Administrator
6
2.3%
Lawyer
17
6.5%
Administrative Agent
1
0.4%
Farmer
2
0.8%
Agronomist
1
0.4%
Social Worker
6
2.3%
Banker
1
0.4%
Biologist
1
0.4%
Singer And Songwriter
1
0.4%
Political Scientist
1
0.4%
Shopkeeper
1
0.4%
Accountant
1
0.4%
Housewife
1
0.4%
Economist
1
0.4%
Businessman
20
7.7%
Nurse
3
1.2%
Engineer
2
0.8%
Students, Scholars, Interns and the like
2
0.8%
Pharmacist
1
0.4%
Physiotherapist and Occupational Therapist
2
0.8%
Manager
1
0.4%
Historian
1
0.4%
Journalist and Editor
4
1.5%
Magistrate
1
0.4%
Medical Doctor
12
4.6%
Musician
1
0.4%
Not listed
2
0.8%
Other
13
5%
Pedagogue
3
1.2%
Military Policeman
2
0.8%
Politician
113
43.5%
Teacher
18
6.9%
Psychologist
4
1.5%
Public Servant
12
4.6%
Sociologist
1
0.4%
Veterinarian
1
0.4%
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Leonardo Aires DE CASTRO
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DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 39
Table 7 - Declared and Heteroclassified Color of Federal Deputies
Color
Frequency
Percentage
White
213
81.9%
Non-white
47
18.1%
Total
260
100%
Source: Devised by the author
Table 8 - Relationship between Region and Group
Region
Total
North
Northeast
South
Southeast
Midwest
Family
27
19
7
29
13
95
Administrative
15
7
7
16
7
52
Trade Unionism
7
12
2
10
4
35
Social Movements
1
5
2
13
1
22
Student Movement
6
5
9
12
1
33
Religion
3
2
5
7
0
17
Media
2
0
0
4
0
6
Total
61
50
32
91
26
260
Source: Devised by the author
Table 9 - Relationship between Ideology and Group
Ideology
Total
left
Center
Right
Family
20
40
35
95
Administrative
15
18
19
52
Trade Unionism
28
1
6
35
Social Movements
8
4
10
22
Student Movement
30
3
0
33
Religion
4
2
11
17
Media
2
0
4
6
Total
107
68
85
260
Source: Devised by the author
Table 10 - Relationship between Color and Group
Color
Total
White
Non-white
Family
88
7
95
Administrative
47
5
52
Trade Unionism
20
15
35
Social Movements
18
4
22
Student Movement
24
9
33
Religion
11
6
17
Media
5
1
6
Total
213
47
260
Source: Devised by the author
Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 40
Quadro 1 - Multiple Correspondence Analysis of the Association between Leadership in the
Federal Chamber and Political Careers (Graph 2)
Variável
Dim1
Dim2
cinco_lideranca_56
4.6503912
12.6729784
dez_lideranca_56
23.0141128
9.1545278
doze_lideranca_56
7.0917208
18.2685965
duas_lideranca_56
0.1311591
0.0369829
n_lideranca_56
0.0011257
2.8394945
oito_lideranca_56
0.2873488
0.8947001
quatro_lideranca_56
2.0543044
0.5636365
tres_lideranca_56
9.3266419
0.0080752
uma_lideranca_56
3.4431953
5.5610081
Administrativo_56
1.2843986
2.9105289
Familiar_56
0.3999951
4.3096148
Mídia_56
1.0228743
1.7867580
Movimento Estudantil_56
12.6794977
23.7716650
Movimentos Sociais_56
0.2535981
5.4001142
Religião_56
0.0699579
1.8945226
Sindicalismo_56
34.2896783
9.9267965
cinco_lideranca_55
0.3542806
0.0559043
dez_lideranca_55
10.7687522
0.1087884
duas_lideranca_55
1.7516343
16.4660395
n_lideranca_55
0.8424110
7.3179904
quatro_lideranca_55
32.7157020
0.0011267
seis_lideranca_56
0.3542806
0.0559043
sete_lideranca_56
0.3461065
5.7833623
tres_lideranca_55
2.4801588
17.2088432
uma_lideranca_55
0.3866742
3.0020409
Administrativo_55
2.1105940
19.7348962
Familiar_55
1.6114525
15.4807991
Mídia_55
0.4067097
5.0430959
Movimento Estudantil_55
43.7793242
0.2474833
Movimentos Sociais_55
0.6344286
5.8030295
Religião_55
0.5927160
1.5606197
Sindicalismo_55
0.8647750
2.1300762
cinco_lideranca_54
30.9549657
14.9042885
duas_lideranca_54
3.8772636
0.0000005
n_lideranca_54
3.5312521
9.9752289
oito_lideranca_55
4.8402899
6.9859236
quatro_lideranca_54
2.3111492
0.9283015
tres_lideranca_54
3.7271142
8.8684662
uma_lideranca_54
0.7579654
8.3377907
Administrativo_54
32.2286793
12.1209124
Familiar_54
0.0188253
9.6012474
Mídia_54
0.1400019
1.9716217
Movimento Estudantil_54
14.1104734
15.9076464
Movimentos Sociais_54
0.0351884
3.7666279
Religião_54
0.3203007
5.1096308
Sindicalismo_54
3.1465311
1.5223133
cinco_lideranca_53
5.1024843
14.3750178
duas_lideranca_53
1.2274899
27.9354211
n_lideranca_53
16.5754837
0.6004433
quatro_lideranca_53
0.0722949
5.9150268
tres_lideranca_53
6.0719458
0.7020457
uma_lideranca_53
20.9503015
0.4720452
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 41
Administrativo_53
19.0610075
18.4278225
Familiar_53
0.2328769
10.9398467
Movimento Estudantil_53
25.6370000
10.1930735
Movimentos Sociais_53
4.1127047
0.2700346
Sindicalismo_53
0.9564109
10.1692227
cinco_lideranca4
0.0764152
14.9247029
duas_lideranca4
2.7832935
0.0169711
n_lideranca4
18.2085540
9.0658633
sete_lideranca_55
4.6389969
5.1287580
tres_lideranca_52
1.0359361
19.9080344
uma_lideranca_52
23.2568042
0.9556703
Administrativo_52
15.7672054
12.5325959
Familiar_52
0.3758628
12.7547824
Movimento Estudantil_52
12.8393775
14.5853102
Religião_53
7.5632270
5.2377246
Sindicalismo_52
13.4543273
4.8895869
Source: Devised by the author
Chart 2 - Multiple Correspondence Analysis of the Association between Committees Held in
the Federal Chamber and Political Careers (Graph 3)
Variável
Dim1
Dim2
duas_comissao_56
4.0663745
12.8466932
mais_comissao_56
32.1045808
6.9806110
n_comissao_56
1.7480098
14.4722161
quatro_comissao_56
9.0299985
4.8849671
tres_comissao_56
0.0661944
7.3139553
uma_comissao_56
2.9848420
3.5015572
Administrativo_56
0.0111476
10.5246188
Familiar_56
0.6664912
4.1782387
Mídia_56
0.9191146
4.7688998
Movimento Estudantil_56
0.7969960
6.5960036
Movimentos Sociais_56
3.3591845
13.5148068
Religião_56
1.6795923
6.7574034
Sindicalismo_56
42.5674738
3.6600289
cinco_comissao_56
12.8963967
1.7442663
duas_comissao_55
5.1598640
0.2803815
mais_comissao_55
16.0106251
18.6506279
n_comissao_55
4.0286607
0.9394786
quatro_comissao_55
0.3304791
14.8341997
tres_comissao_55
0.3444696
11.1271247
uma_comissao_55
11.2295049
2.4239213
Administrativo_55
1.0065630
21.7844365
Familiar_55
10.2708050
2.3520750
Mídia_55
1.0890697
0.1227387
Movimento Estudantil_55
5.4870227
7.4288842
Movimentos Sociais_55
2.1408621
1.3565173
Religião_55
2.9141923
1.7392550
Sindicalismo_55
27.0914852
15.2160933
cinco_comissao_55
1.2587553
0.0007958
duas_comissao_54
14.6201471
28.5571258
mais_comissao_54
3.6622982
0.0795079
n_comissao_54
16.3770496
3.5566627
quatro_comissao_54
3.6622982
0.0795079
tres_comissao_54
10.4149874
12.9359307
Women's trajectory for the federal chamber: A prosopographic approach using multiple correspondence analysis
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 42
uma_comissao_54
0.0044641
4.7904692
Administrativo_54
2.3178152
0.0465265
Familiar_54
11.2597901
0.0066004
Mídia_54
9.8064998
20.6585007
Movimento Estudantil_54
7.0065856
16.6718727
Movimentos Sociais_54
4.9432259
1.1578159
Religião_54
0.1061242
11.1655981
Sindicalismo_54
14.5599593
0.2930858
duas_comissao_53
2.3102003
1.5307688
n_comissao_53
22.0619625
0.0804196
quatro_comissao_53
0.0002677
0.5124097
tres_comissao_53
6.2967742
32.1284434
uma_comissao_53
19.3307952
15.7479585
Administrativo_53
7.6062872
18.2518359
Familiar_53
6.5720659
14.9245455
Movimento Estudantil_53
11.7398930
11.3670909
Movimentos Sociais_53
5.3841905
0.0297060
Sindicalismo_53
18.6975634
5.4268216
duas_comissao_52
0.1787764
43.9316230
n_comissao_52
13.8212359
5.1428535
tres_comissao_52
31.0537390
0.6274991
uma_comissao_52
4.9462487
0.2980244
Administrativo_52
7.6330099
19.0251641
Familiar_52
21.3295298
3.0152420
Movimento Estudantil_52
2.2097793
5.4250501
Religião_53
0.5728646
4.3986141
Sindicalismo_52
18.2548164
18.1359298
Source: Devised by the author
Chart 3 - Numerical data from the Multiple Correspondence Analysis of the Association
between Political Careers and Re-election (Graph 4)
Variável
Dim1
Dim2
cinco_releicao_56
0.6848341
0.7904595
duas_releicao_56
0.1760501
5.8322951
n_releicao_56
4.8184186
1.1200021
quatro_releicao_56
18.2212589
2.6671051
seis_releicao_56
3.6324310
29.1212036
tres_releicao_56
22.4490967
9.3867965
uma_releicao_56
0.0179107
1.0821381
Administrativo_56
1.9077158
0.6977775
Familiar_56
2.0721093
3.2050580
Mídia_56
1.4696717
0.5010764
Movimento Estudantil_56
6.4959121
35.5044494
Movimentos Sociais_56
3.4274575
0.2046965
Religião_56
1.1721831
0.3499898
Sindicalismo_56
33.4549505
9.5369524
cinco_releicao_55
4.0489136
0.0613951
duas_releicao_55
9.0308615
0.3040061
n_releicao_55
8.7501456
5.8488410
quatro_releicao_55
1.8419571
0.3813048
tres_releicao_55
26.3134466
3.7347379
uma_releicao_55
0.0146756
39.6697150
Administrativo_55
1.8269104
0.2312543
Familiar_55
8.7987062
0.2831132
Leonardo Aires DE CASTRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v32i00.963 43
Mídia_55
0.8357960
1.8244223
Movimento Estudantil_55
31.0527335
0.0001621
Movimentos Sociais_55
0.7044884
32.3154068
Religião_55
0.1368639
14.2996999
Sindicalismo_55
6.6445016
1.0459414
duas_releicao_54
13.3077493
27.5606637
n_releicao_54
20.8112970
0.2157913
quatro_releicao_54
7.5961796
7.7972836
tres_releicao_54
3.2673448
0.2489733
uma_releicao_54
5.0174292
14.1772881
Administrativo_54
13.7769455
0.6945119
Familiar_54
0.0063695
16.8480010
Mídia_54
3.4611029
0.0716604
Movimento Estudantil_54
14.2930988
1.9964485
Movimentos Sociais_54
10.3833087
0.2149811
Religião_54
0.8030648
8.1525686
Sindicalismo_54
7.2761097
22.0218285
duas_releicao_53
3.5228256
0.4686479
n_releicao_53
15.1958259
1.9564346
tres_releicao_53
0.0359363
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uma_releicao_53
31.2454123
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18.9665265
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Familiar_53
0.1481117
12.4982250
Movimento Estudantil_53
0.6161599
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17.3977324
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Sindicalismo_53
12.8714694
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duas_releicao_52
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1.3478225
18.2063119
tres_releicao_52
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uma_releicao_52
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Administrativo_52
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Religião_53
0.8318227
16.1417033
Sindicalismo_52
0.0131376
11.1496004
Source: Devised by the author