Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 33, n. 00, e024006, 2024. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v33i00.1044 1
RESENHA: O POPULISMO REACIONÁRIO NO BRASIL: PROJETO
TRADICIONALISTA OU AMBIVALÊNCIA DA MODERNIDADE POLÍTICA?
RESEÑA: POPULISMO REACCIONARIO EN BRASIL: ¿PROYECTO
TRADICIONALISTA O AMBIVALENCIA DE LA MODERNIDAD POLÍTICA?
REVIEW: REACTIONARY POPULISM IN BRAZIL: TRADITIONALIST PROJECT OR
AMBIVALENCE OF POLITICAL MODERNITY?
Marcos Abraão RIBEIRO1
e-mail: olamarcos@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
RIBEIRO, M. A. Resenha: o populismo reacionário no Brasil:
Projeto tradicionalista ou ambivalência da modernidade política?
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v.
33, n. 00, e024006, 2024. e-ISSN: 2236-0107. DOI:
https://doi.org/10.14244/tp.v33i00.1044
| Submetido em: 16/05/2023
| Revisões requeridas em: 10/09/2023
| Aprovado em: 20/02/2024
| Publicado em: 17/04/2024
Editora:
Profa. Dra. Simone Diniz
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal Fluminense, campus Campos Centro (IFF), Campos dos Goytacazes RJ Brasil. Doutor em
Sociologia Política (UENF). Professor EBTT no Instituto Federal Fluminense, campus Campos Centro.
Resenha: o populismo reacionário no Brasil: projeto tradicionalista ou ambivalência da modernidade política?
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 33, n. 00, e024006, 2024. e-ISSN: 2236-0107
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Desde as jornadas de junho de 2013 e da ascensão da Operação Lava Jato, o Brasil
vivencia uma profunda crise que teve como consequências a criminalização da política, o golpe
parlamentar de 2016 (Santos, 2017) e a inédita eleição da extrema-direita à presidência da
República com a vitória de Jair Messias Bolsonaro nas eleições de 2018. Dentro de um contexto
no qual a democracia brasileira foi profunda e continuamente atacada, o tema do autoritarismo
retornou como questão central da produção acadêmica e do debate público brasileiros (Ribeiro,
2020).
A crise da democracia, o autoritarismo e as ameaças de ruptura institucional, contudo,
são dilemas globais, e o particularidades brasileiras, como podemos observar por meio dos
trabalhos de Santos (2017), Miguel (2019), Morelock (2018), Levitsky e Ziblat (2018) e
Teitelbaum (2020). Os últimos quatro autores, inclusive, se debruçam sobre a crise da
democracia norte-americana que, para muitos, parecia segura de qualquer ameaça.
Nesse sentido, o bolsonarismo, apesar dos elementos próprios à realidade brasileira, faz
parte de uma conjuntura maior de ascensão global da extrema-direita no mundo (Nobre, 2020).
Um elemento nacional importante, por sua vez, foi a reorganização da direita brasileira, que fez
com que houvesse, nas eleições de 2018, uma relação mais consistente entre voto e ideologia,
sobretudo se compararmos com eleições anteriores. Assim, a eleição de Bolsonaro representou
a votação em um candidato com o qual os eleitores compartilhavam valores (Fuks; Marques,
2020).
Nesse contexto global de resseção democrática que colocou a extrema-direita como
movimento político mais transformador do século XXI (Teitelbaum, 2020), o populismo, um
dos conceitos mais controversos e polissêmicos da teoria política (Cassimiro, 2021), voltou à
ordem do dia (Ricci et al., 2021).
A categoria, contudo, tem uma longa utilização no país, desde os anos 1950, quando foi
mobilizada para a compreensão do ademarismo pelo então Instituto de Brasileiro de Economia,
Sociologia e Política - IBESP (Gomes, 1996). Posteriormente, o populismo foi consagrado pela
clássica interpretação de Francisco Weffort (2003). Agora, o conceito voltou a ser mobilizado
para a caracterização do bolsonarismo e do seu personagem central, o ex-presidente Jair
Messias Bolsonaro. Nesse contexto, o populismo foi utilizado por rios autores como
Schwarcz (2019), DaMatta (2020), Tamaki; Fuks (2020), Ricci; Izumi; Moreira (2021) para
cada qual ao seu modo, compreender o bolsonarismo. O trabalho de Lynch e Cassimiro se junta,
portanto, às interpretações que pretendem oferecer uma explicação para a crise brasileira
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contemporânea. A obra é dividida em introdução, quatro capítulos e conclusão, dos quais
apresentarei os elementos principais para, em seguida, tecer alguns comentários.
Na introdução, os autores oferecem uma definição de populismo para compreender as
ações radicais contra a democracia liberal e subsidiar conceitualmente suas interpretações
sobre o governo Bolsonaro: “Por populismo designamos um estilo de fazer política típico de
ambientes democráticos ou de massa, praticado por uma liderança carismática, que reivindica
a representação de uma maioria contra o restante da sociedade” (Lynch; Cassimiro, 2022, p.
12). Os autores expõem uma definição de populismo, suas características e tipos para demarcar
que o foco do livro é o populismo radical de direita, que, supostamente, retrataria a vontade
popular, uma vez que significaria a restauração de uma ordem pautada pela hierarquia nas
dimensões do trabalho e da vida privada (Lynch; Cassimiro, 2022).
O populismo reacionário sustenta que a representação tradicional não significa a
vontade do povo (Lynch; Cassimiro, 2022). É a partir dessa recusa que se poderia compreender
a ascensão do líder populista, que, por sua vez, seria o inrprete privilegiado da vontade
popular. Assim, o grande dilema para a representação do povo estaria na democracia liberal,
pois dentro dela a elite monopolizaria os recursos políticos, econômicos e sociais do poder.
Como consequência, o líder populista radical seria o herói antissistema, uma vez que o Estado
de direito seria reduzido a estratagema (Lynch; Cassimiro, 2022). Como consequência, todas
as ações radicais, como a ocorrida nos Estados Unidos, seriam expressão da liberdade de
expressão contra o sistema e o seu consequente totalitarismo (Lynch; Cassimiro, 2022).
Os autores também efetuam uma importante diferenciação entre conservadores e
reacionários com o intuito de expor de modo consistente o significado e a novidade do
populismo reacionário, que se caracteriza pela negação da ordem existente “e a promessa de
sua superação por um modelo fiel à ordem política legítima, destruída por ‘revolucionários’
imaginários ou reais tanto liberais como socialistas” (Lynch; Cassimiro, 2022, p. 24). Além
da demarcação da forma como se realiza, isto é, o seu caráter global, os autores também se
dedicam a expor o desenvolvimento do reacionarismo no Brasil, como o integralismo e os
monarquistas patrianovistas. Os autores sustentam, por sua vez, que o reacionarismo sempre
foi minoritário por conta da proeminência de outras ideologias como o conservadorismo
estatal, o neoliberalismo e conservadorismo culturalista (Lynch; Cassimiro, 2022). Na
introdução, portanto, são expostos os elementos conceituais, teóricos, históricos e analíticos
que são aprofundados e funcionarão como pano de fundo para a análise do populismo
reacionário do governo Jair Bolsonaro.
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No primeiro capítulo, os autores formulam uma interpretão sobre os elementos que
foram decisivos na conjuntura brasileira para demonizar a política e pavimentar o caminho
para a ascensão do populismo reacionário. Um fator central foi a revolução judiciarista, através
das ações do Judiciário para reestabelecer as corrompidas instituições políticas, e que teve na
criminalização do sistema político uma de suas consequências (Lynch; Cassimiro, 2022). O
judiciarismo, por vez, tem uma longa história no Brasil:
Ao contrário do que se pode imaginar, o judiciarismo é um fenômeno antigo
no Brasil. Tem inspiração no papel de guardião da Constituição exercido pela
Suprema Corte dos Estado Unidos, descrito e divulgado por clássicos como
Tocqueville e James Bryce. Ele aflorou entre nós com a República e a criação
do Supremo Tribunal Federal, encarregado de arbitrar as contendas entre os
poderes políticos e garantir os direitos fundamentais, e encontrou seu
amadurecimento liderado por Rui Barbosa desde o começo do regime, contra
a ditadura do Marechal Floriano Peixoto e, encampado por Ministros do
Supremo Tribunal, como Pedro Lessa (Lynch; Cassimiro, 2022, p. 40).
A partir do governo Hermes da Fonseca (1910-1914) o judiciarismo se tornou discurso
contra o establishment político da Primeira República, baseado na política dos governadores,
e que era sistematicamente criticado pelos bacharéis (Lynch; Cassimiro, 2022). Os grupos
formados por juízes e promotores representariam “vanguardas modernizadoras”, que lutariam
contra os políticos profissionais. Assim, o entendimento do lavajatismo deve levar em
consideração o papel das “vanguardas modernizadoras” presentes na cultura política
brasileira. Nesse sentido, os apoiadores do lavajatismo acreditavam que estavam vivendo um
processo revolucionário, que seria levada a cabo por uma classe média “idealista, progressista
e civicamente orientada” (Lynch; Cassimiro, 2022, p. 37). Dessa forma, o conceito de
revolução representaria um processo de transformação amplo mobilizado pela sociedade civil
que não toleraria o privilégio e a impunidade (Lynch; Cassimiro, 2022).
Para tanto, os autores reconstroem os elementos centrais desenvolvidos na Nova
República, iniciada em 1985, sobre a qual sustentam que teve durante longo período um ciclo
progressista e cosmopolita. Os elementos que deram estabilidade foram a Constituição de 1988
e o presidencialismo de coalização, responsável por estabilizar as relações entre os poderes
Executivo e Legislativo (Lynch; Cassimiro, 2022). Os autores demonstram como a solidez do
sistema político permitiu a sucessão liberal dos governos FHC bem como a sucessão social-
democrata dos governos do Partido dos Trabalhadores.
Contudo, os escândalos de corrupção provocaram a degradação qualitativa do
presidencialismo de coalização. Assim, com as jornadas de junho de 2013, houve o retorno do
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conservadorismo político, devido à crise da globalização, e, internamente, devido à crise do
modelo de governabilidade. Assim, os conservadores tiveram organizadas as condições para
se apresentarem como antissistema ao colocarem a culpa pela crise nos escândalos de
corrupção.
Em 2015, por sua vez, houve a formação de uma vasta coalização de liberais e
conservadores. Diante da incapacidade de autorreforma do sistema político, surgiu no
Judiciário e no Ministério Público uma “vanguarda” de juízes federais e procuradores para
retirar o PT do poder a partir das investigações contra a corrupção (Lynch; Cassimiro, 2022).
As jornadas de junho tiveram o papel de canalizar o sentimento de insatisfação com o
sistema político, que teve na Operação Lava Jato, para aqueles que estavam insatisfeitos, a
confirmação de sua degradação. Os autores também apresentam as várias leituras da
conjuntura a partir das ideologias políticas para compreendermos, por exemplo, como o
Judiciário se tornou ator político através da revolução judiciarista.
A partir de uma abordagem multifatorial, os atores constroem uma interpretação
complexa dos componentes da “revolução judiciarista”. Para tanto, retomam a nossa história e
apresentam como, nos anos 1990, foram instituídas as condições teóricas e institucionais que
possibilitaram as ações realizadas pela revolução judiciarista, como a influência liberal de
Raymundo Faoro para o neoconstitucionalismo brasileiro (Lynch; Cassimiro, 2022). Dessa
forma, os autores sustentam de modo convincente a existência de um pensamento político da
revolução judiciarista, pautado pelo neoconstitucionalismo, e expresso pela interpretação do
Brasil contida no pensamento político de Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF).
Os autores também apresentam como foi sendo constituída a reação ao judiciarismo
depois do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. Internamente, a divisão dos membros
da Suprema Corte e a atuação política de Gilmar Mendes foram decisivos para que o
judiciarismo fosse desacreditado (Lynch; Cassimiro, 2022). A partir de junho de 2017, houve
o liquidamento da revolução judiciarista, pelas ações da oligarquia em torno de sua
desmoralização (Lynch; Cassimiro, 2022). A ascensão e queda da revolução judiciarista são
fundamentais para compreendermos os elementos locais que foram decisivos para ascensão
do populismo reacionário.
No sistema político, houve reação ao judiciarismo à direta e à esquerda. Contudo, o
judiciarismo conseguiu incentivar o mito de uma “sociedade civil virtuosa”, que deveria
conduzir o país no lugar da elite política. Assim, o trabalho sistemático de desmoralização da
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política, aliado a desidratação de candidatos antissistema de perfil democrático, a recusa de
Lula em apoiar outro candidato, a subestimação da candidatura Bolsonaro e o atentado sofrido
por ele durante a campanha, foram decisivos para que o Brasil constituísse, a partir de janeiro
de 2019, um governo de reacionários radicais, que basearam suas ações na “guerra cultural”
que, utilizando as técnicas do populismo reacionário, se colocou contra o funcionamento livre
das instituições (Lynch; Cassimiro, 2022).
No segundo capítulo, os autores demarcam de forma precisa o conservadorismo
reacionário, cuja lógica é destruir tudo aquilo que existe para estabelecer em seu lugar uma
ordem idealizada do passado. A partir do exemplo do neoliberalismo, que expressa um híbrido
de liberalismo e conservadorismo, os autores apontam o caráter mutante das ideologias políticas
e o papel central ocupado pelos portadores sociais para a sua difusão, o que será crucial para
explicar como a ideologia do populismo reacionário foi difundida de modo sistemático no
Brasil.
Um personagem crucial para o populismo reacionário abordado neste capítulo é o
filósofo Olavo de Carvalho. De acordo com Carvalho, deveria haver uma luta firme contra a
modernidade através da “guerra cultural” em defesa da família e da religião (Lynch; Cassimiro,
2022). Para tanto, Olavo de Carvalho popularizou suas ideias por meio de cursos na internet em
que apresentava obras de autores reacionários clássicos e ocultistas e irracionalistas do século
XX, como René Guénon, Julian Evola e Carl Schmitt. Para os indivíduos que não teriam
capacidade intelectual de participar dos cursos, a mobilização se daria através das palavras
proferidas pelas redes sociais. No contexto de luta da humanidade contra o “sistema”, o
emprego do discurso de ódio e da violência física e simbólica seria um instrumento crucial
de combate à modernidade, seus valores, instituições e ideologias, estas últimas reduzidas ao
“comunismo” (Lynch; Cassimiro, 2022, p. 81).
Através das ideias de Olavo de Carvalho seria possível expor de forma detalhada a
especificidade do reacionarismo que fora apresentado no capítulo anterior, sobretudo pela
ocupação da presidência da República por um tipo específico de reacionários os culturalistas
(Lynch; Cassimiro, 2022). O reacionarismo se baseia em dois aspectos centrais o caráter
extra-humano da ordem social e o caráter especular e plástico ao se referirem aos inimigos.
Precisamente, se o inimigo for o liberalismo, o reacionarismo será estatista; caso ele seja o
socialismo, o populismo reacionário será neoliberal (Lynch; Cassimiro, 2022).
No caso específico do Brasil, viveríamos um processo de decadência iniciada pela ação
do marxismo nos anos 1950. Com isso, deveria ser levada a cabo uma cruzada em torno da
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restauração do que era considerada a autêntica cultura nacional (Lynch; Cassimiro, 2022). A
perspectiva reacionária de Olavo de Carvalho é fundamental, portanto, para que possamos
compreender a “guerra cultural” levada a cabo pelo governo Bolsonaro, como os sistemáticos
ataques do Ministério da Educação às universidades ou a política externa de alinhamento os
Estados Unidos de Trump (Lynch; Cassimiro, 2022).
Com a delimitação do culturalismo reacionário, os autores conseguirão sustentar de
modo preciso que o governo Bolsonaro não foi um governo normal, isto é, pautado em
maiorias parlamentares e baseado em normas constitucionais, ou seja, um governo norteado
pelos valores da ordem moderna racional-legal. O governo, contudo, representou a
institucionalização de um projeto cujo objetivo primordial é destruir a democracia liberal para
instaurar um regime autoritário e personalista (Lynch; Cassimiro, 2022).
Além dos reacionários culturalistas, a coalização bolsonarista era composta também por
militares aposentados contemporâneos de Bolsonaro da época em que ele estudara na Academia
Militar das Agulhas Negras, como o vice-presidente Hamilton Mourão e o Ministro Walter
Braga Neto (Lynch; Cassimiro, 2022). Esses militares argumentavam que o Brasil necessitava
de um “freio de arrumação”, por conta da “anarquia” que teria prevalecido no país desde 2013.
Os militares, contudo, eram diferentes de reacionários e neoliberais: “Embora atenuado, seu
tradicional estatismo é herdeiro do absolutismo ilustrado de Pombal e Jose Bonifácio, focado
em construir o Estado em torno de uma burocracia orientada pelo ideal do mérito e da ciência”
(Lynch; Cassimiro, 2022, p. 85).
O governo Bolsonaro tem como oposição especular Lula, pois o ex-presidente e a
esquerda de modo geral seriam modelos para a formulação de um discurso de mudança radical
por meio da “guerra cultural”. Para tanto, o populismo reacionário parte de exemplos pontuais
de intolerância ideológica da esquerda em universidades, por exemplo, para sustentar que as
instituições de ensino superior são “aparelhadas” pela ideologia de esquerda (Lynch;
Cassimiro, 2022). Se internamente Lula é alçado a referência especular, externamente a figura
central é a de Donald Trump, pois o ex-presidente estadunidense é demarcado como modelo
de cultura política autoritária para as ações do populismo reacionário no Brasil (Lynch;
Cassimiro, 2022).
Como último ponto, os autores argumentam sobre o papel praticado pelos economistas
neoliberais, que teriam a função de administrar a economia para os setores mais incivilizados
do mercado. Nesse sentido, o economista Paulo Guedes exerceu o papel de promotor de um
discurso econômico que fosse ao encontro de setores do empresariado, do capital financeiro e
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das classes médias que simpatizariam com o desmonte do Estado brasileiro (Lynch;
Cassimiro, 2022). Mesmo com sua impopularidade, o neoliberalismo teve um papel central
para o projeto do populismo reacionário, pois forneceu a Bolsonaro um suporte econômico e
uma alternativa à crise iniciada no governo Dilma (Lynch; Cassimiro, 2022).
No terceiro capítulo, os autores constroem uma interpretação complexa sobre a
ideologia reacionária e suas interfaces no governo Bolsonaro, como o relacionamento entre
reacionários e neoliberais para a concretização de seu projeto de poder.
Os autores retomam a ênfase nos portadores sociais das ideologias, em perspectiva
global, a partir da obra do jurista alemão Carl Schmitt. Além de compreendermos a
globalidade do reacionarismo, a exposição das teses de Schmitt permite que entendamos a
circulação global das ideias e sua recepção no Brasil, como o seu modelo fascistizante de
“democracia iliberal”: “O populismo reacionário promete assim por uma “revolução
conservadora” restabelecer o idílico passado em que a nação vivia harmoniosamente com seus
costumes tradicionais” (Lynch; Cassimiro, 2022, p. 121).
O populismo reacionário reproduz o pensamento schmittiano que define ditadura como
democracia e democracia como ditadura (Lynch; Cassimiro, 2022). Assim, o populismo
reacionário utiliza o pensamento schmittiano para reproduzir a tese de que o poder moderador
é prerrogativa do presidente da República (Lynch; Cassimiro, 2022). A passagem pelas teses
do jurista alemão é fundamental para compreendermos, por exemplo, os ataques sistemáticos
à Constituição liberal de 1988 (Lynch; Cassimiro, 2022).
Após apresentarem a base jurídico-política do populismo reacionário, os autores
analisam as estratégias políticas e a organização do bolsonarismo na Presidência da República,
isto é, sua concretização na política brasileira. Como estratégias políticas, o bolsonarismo
atacou de forma sistemática as instituições, como o STF, as universidades e centros de
pesquisas, como se fossem compostos por inimigos do povo, segundo o modelo fascistizante
de Carl Schmitt (Lynch; Cassimiro, 2022).
Além de uma leitura iliberal da Constituição, o reacionarismo populista apresenta
como modus operandi o negacionismo estrutural, que teve grande repercussão no debate
público brasileiro com o início da crise sanitária causada pela pandemia da Covid-19 (Lynch;
Cassimiro, 2022). O negacionismo estrutural tem um caráter instrumental para o populismo
reacionário, pois é utilizado para negar os postulados da racionalidade moderna e das
instituições que produzem verdades baseadas na ciência (Lynch; Cassimiro, 2022). A partir
dos elementos supracitados, os autores sustentam que o constitucionalismo autoritário, avesso
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ao Estado de Direito, é baseado na Razão de Estado, que tem como premissa a possibilidade
de desrespeito às leis pelo governante sempre que a “segurança nacional”, isto é, a do
presidente, estiver ameaçada (Lynch; Cassimiro, 2022). A partir da doutrina da Razão do
Estado, são reproduzidas duas técnicas que são capitais para compreender as ações de
Bolsonaro no poder: o “segredo de Estado”, que legitima a censura e a divulgação dos atos e
informações pelo governante; e o “Golpe de Estado”, cuja ação violenta seria mobilizada para
neutralizar os inimigos do presidente, confundidos com opositores da segurança nacional
(Lynch; Cassimiro, 2022).
Após apresentarem as estratégias políticas do populismo reacionário, os autores
expõem as formas de gestão política e administrativa, que foram legadas a dois grupos
“gabinete do ódio” e “gabinete das sombras”. O primeiro núcleo, de caráter propagandístico,
tem nos três filhos do presidente os protagonistas e é responsável por nortear as ações de
Bolsonaro como figura pública (Lynch; Cassimiro, 2022). O “gabinete do ódio” reproduz as
técnicas de Steve Banonn em torno da “guerra cultural”, como a simulação da existência de
um poder maior do que Bolsonaro realmente possui e a utilização da linguagem radical do seu
próprio público, de modo a promover a intimidação permanente dos seus críticos e das
instituições (Lynch; Cassimiro, 2022).
O segundo grupo, por sua vez, é formado pelo “gabinete militar”, composto por
generais aposentados que são responsáveis por fazer articulações políticas com os outros
poderes. Segundo os autores, esse grupo tem o papel simbólico de “restaurador da autoridade
na administração pública, isto é, do imaginário em torno do “bom governoda ditadura militar
do período 1964-1985. Concretamente, esse núcleo possui um papel pragmático, ou seja, de
garantir a sustentação do governo junto aos demais poderes (Lynch; Cassimiro, 2022).
Contudo, os autores sustentam que o objetivo principal é aproveitar o aparelho estatal para
conferir visibilidade e relevância política para a família Bolsonaro como a principal expoente
da extrema-direita no Brasil (Lynch; Cassimiro, 2022). O objetivo do populismo reacionário
como projeto familiar de poder é a submissão de todos as instituições e seus operadores às
vontades de Bolsonaro e de seus familiares. Tal subversão, por sua vez, seria legítima porque
retrataria a “vontade do povo”.
No quarto capítulo, os autores expõem como as ideologias têm relação direta com a
vida cotidiana, pois exercem o papel crucial de criadoras de imaginários políticos. Tal
abordagem é decisiva para que compreendamos a novidade do populismo reacionário no
Brasil, tese central do livro (Lynch; Cassimiro, 2022,). Além de reforçarem a complexidade
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causal que gerou o populismo reacionário, os autores procuram reforçar o argumento de que
Bolsonaro utiliza a mentira e o blefe para mobilizar a sua base radical na luta contra a
democracia, como a ideia de que teria apoio das Forças Armadas para instituir um golpe de
Estado. Os autores sustentam que o objetivo real de Bolsonaro é criar um ambiente de caos
que o possibilite garantir a impunidade, isto é, o golpismo seria um artifício publicitário para
angariar votos de radicais e permanecer impune (Lynch; Cassimiro, 2022).
Lynch e Cassimiro também abordam os equívocos dos postulantes da terceira via em
equivaler Bolsonaro a Lula e analisam a intrincada relação do presidente com o Centrão, seus
objetivos políticos e a ilusão de qualquer moderação política para Bolsonaro. Também
argumentam sobre o processo de ideologização do Centrão, como o seu interesse em
implementar o semipresidencialismo no Brasil.
Na conclusão, os autores argumentam que tiveram como objetivo estabelecer os limites
entre populismo e democracia. O populismo reacionário se constitui pela articulação entre um
discurso ideológico e a proposta de fechamento do horizonte democrático, como pode ser visto
por três das cinco heranças deixadas pelo bolsonarismo:
(1): Bolsonaro deu forma e força a uma nova cultura política de extrema-
direita que une elementos novos e velhos de ideologias reacionárias e
fascistas no Brasil e do mundo. (2) Criou no Brasil um programa político,
inspirado em Trump, que passa por explorar o ódio à democracia por meio
da mentira sistemática. (3) Criou um método de aparelhamento
administrativo, destrutivo das práticas republicanas, pela cooptação dos
desclassificados e ressentidos da Administração, e pela intimidação dos bons
e capazes. (...) (5) Criou laços fortes com a Internacional Fascista de Trump,
Orban, Salvini et caterva, para fazer o intercâmbio das técnicas de
propaganda populista antidemocrática (Lynch; Cassimiro, 2022, p. 190-91).
Além de enfatizarem pontos desenvolvidos no decorrer dos capítulos, Lynch e
Cassimiro também expõem proposições jurídico-políticas para resguardar a democracia liberal
e as instituições que lhe dão suporte. A proposta de elementos normativos é fundamental
porque os autores sustentam que o populismo reacionário continuará na realidade brasileira
como uma das vertentes de nossa cultura política (Lynch; Cassimiro, 2022).
No final do livro é apresentado o dilema do parasita. Apesar de o líder populista ter se
notabilizado pelos ataques sistemáticos, trazem o provocativo questionamento se existe um
real interesse em destruir à democracia, sobretudo quando são confrontadas as dimensões do
discurso e da prática política. Apesar de gostarem de expressar a fantasia pública de que podem
destrui-la, teriam um temor em torno da imprevisibilidade criada com o fim da democracia
que os levaria, como parasitas, a desaparecer junto com ela (Lynch; Cassimiro, 2022). Assim,
Marcos Abraão RIBEIRO
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o dilema do parasita deixa em suspeição o interesse do populismo reacionário em destruir a
democracia efetivamente, sobretudo quando enfatizamos a dimensão ideológica e a utopia
reacionário que lhe dão suporte.
O livro resenhado contém uma contribuição crucial para a compreensão dos fatores,
internos e externos, que foram decisivos para a ascensão da extrema-direita à presidência da
República e seu enraizamento na cultura política brasileira. O texto alia, de modo muito bem
articulado, teoria política, teoria constitucional, pensamento jurídico e político brasileiro, bem
como análise institucional que permitem a formulação de uma contribuição teórica original para
compreender a tragédia política do Brasil contemporâneo.
Através de uma interpretação de caráter dialético, os autores recusam qualquer
essencialismo ou singularidade política pré-moderna, e conseguem sustentar de modo
convincente a novidade do populismo reacionário no Brasil, através da demarcação de sua
globalidade como fenômeno político e as particularidades de sua institucionalização no país.
Nesse sentido, a mobilização do conceito de populismo se afasta das interpretações
apresentadas no início dessa resenha. Primeiro, ela se distancia das leituras de Schwarcz e
DaMatta, para os quais o conceito representaria uma singularidade política nacional (Dutra;
Ribeiro, 2021). O conceito também se afasta da caracterização discursiva do populismo,
presente em Tamaki e Fuchs (2020), e Ricci et al. (2021), uma vez que conectam a dimensão
discursiva com as ações para depor o Estado de Direito e implantar uma democracia iliberal.
Precisamente, a proposição de populismo reacionário confere maior concretude ao conceito
para sua distinção com relação a outros formas populismo, à direta e à esquerda, que não se
opõem à democracia liberal. A concepção de populismo trabalhada no livro permite também,
no campo da teoria política e da geopolítica do conhecimento, a construção de uma
interpretação teoricamente fundada do movimento de direita radical no Brasil, isto é, que
conecta dialeticamente generalidade e particularidade.
O livro também auxilia a construção de uma leitura complexa e plural da modernidade
política a partir da periferia, uma vez que não a reduzem à sua faceta constitucional, liberal e
democrática. Assim, a obra tornar-se uma bibliografia indispensável para o entendimento dos
dilemas da modernidade política amplamente concebida.
Apesar de conter uma contribuição de grande relevância, considero que o livro possui
lacunas e questões internas que precisam ser destacadas. Faltou a comparação supracitada com
outras perspectivas sobre o populismo no Brasil, que conferiria maior relevância à concepção
de populismo reacionário. Um fator importante e que atribuiria maior sustentação ao caráter
Resenha: o populismo reacionário no Brasil: projeto tradicionalista ou ambivalência da modernidade política?
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 33, n. 00, e024006, 2024. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v33i00.1044 12
reacionário do populismo seria uma abordagem detalhada dos setores católicos e protestantes e
de suas grandes lideranças, isto é, a importância do cristofascimo (Py, 2020; 2021), pois foi
elemento decisivo para a reprodução e legitimação do bolsonarismo como projeto de poder.
O dilema do parasita caracteriza, em minha leitura, uma ambiguidade no texto que,
levada ao limite, torna-se um fator para questionar a própria autenticidade do bolsonarismo
como movimento reacionário. Explico melhor. Se o reacionarismo possui base autenticamente
tradicionalista e uma utopia regressiva como ideologia, que recusa convictamente a
modernidade, suas instituições, valores e imaginários, o dilema do parasita, quando coloca em
suspeição a real intenção de Bolsonaro em destruir a democracia, me faz questionar se o
bolsonarismo é um autêntico movimento reacionário ou significa um movimento autoritário,
moderno e autocrático, que tem como fim utilizar a retórica tradicionalista, com suas vantagens
e privilégios decorrentes, através de um projeto familiar e pessoal de poder.
Como traço constitutivo, a modernidade política possui a bipolaridade entre autocracia
e democracia (Ahler; Stichweht, 2019), que é elemento central para a caracterização do
populismo reacionário como gramática política moderna. Como a efetiva oposição do
bolsonarismo é com a democracia, e não um projeto concreto de oposição radical à
modernidade (Teitelbaum, 2020), o reacionarismo de base culturalista, bem como a relação
estreita com lideranças religiosas fundamentalistas, configuram uma dualidade estrutural do
populismo reacionário, isto é, uma superfície, representada pelo discurso tradicionalista, que
tem como fim destruir os elementos centrais do imaginário e das instituições da modernidade
política. Na essência, contudo, há o interesse de parasitar a democracia por meio da exploração
da bipolaridade da modernidade política, potencializando o lado autocrático, para, dentro dela,
retirar as maiores vantagens possíveis. Precisamente, se a racionalidade política é traço central
das ões de Bolsonaro (Nobre, 2020), o populismo reacionário no Brasil seria marcado pela
conveniência utilitária racional (Domingues, 2021). Como outros autocratas como Alberto
Fujimori, Hugo Chávez e Donald Trump, o objetivo de Bolsonaro era subverter a democracia
por dentro (Levitisky; Ziblat, 2018). Assim, acredito que o bolsonarismo seja melhor
caracterizado como “populismo autocrático”, pois a categoria sustentaria sua novidade e
radicalidade, bem como o demarcaria, apesar dos elementos reacionários que o compõem, como
movimento representativo da bipolaridade da modernidade política, e não um autêntico
movimento reacionário que, do ponto de vista das ideias e práticas políticas, tem como fim
destruir a modernidade política.
Marcos Abraão RIBEIRO
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 33, n. 00, e024006, 2024. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v33i00.1044 13
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Marcos Abraão RIBEIRO
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DOI: https://doi.org/10.14244/tp.v33i00.1044 15
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Gostaria de agradecer alguém ou alguma instituição? Descrever.
Gostaria de agradecer a Fábio Py, George Gomes Coutinho e Roberto Dutra pela leitura de
versões anteriores desta resenha. Também gostaria de agradecer aos pareceristas de Teoria
& Pesquisa pelas críticas e sugestões. Ressalto, contudo, que os argumentos presentes nesta
resenha são de minha inteira responsabilidade.
Financiamento: Não se aplica.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Não se aplica.
Disponibilidade de dados e material: Não se aplica.
Contribuições dos autores: Autoria única.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.