Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 1
ACCOUNTABILITY HORIZONTAL E A REDE INSTITUCIONAL DE CONTROLE
DA CORRUPÇÃO
ACCOUNTABILITY HORIZONTAL Y LA RED INSTITUCIONAL DE CONTROL DE
LA CORRUPCIÓN
HORIZONTAL ACCOUNTABILITY AND THE INSTITUTIONAL NETWORK OF
CORRUPTION CONTROL
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA1
e-mail: dallyribeiro@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
NÓBREGA, D. D. R. S. Accountability horizontal e a rede
institucional de controle da corrupção. Teoria & Pesquisa: Revista
de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-
ISSN: 2236-0107. DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032
| Submetido em: 10/01/2023
| Revisões requeridas em: 19/04/2023
| Aprovado em: 22/05/2023
| Publicado em: 13/07/2023
Editora:
Profa. Dra. Simone Diniz
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife PE Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação
em Ciência Política.
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 2
RESUMO: As instituições de controle desempenham um papel fundamental nas democracias
contemporâneas, pois visam atribuir responsabilidade aos agentes públicos e, assim, mitigar os
efeitos da corrupção. Elas fazem parte de uma rede complexa de accountability horizontal, na
qual os órgãos envolvidos têm o dever legal de examinar as decisões dos gestores públicos e
sujeitá-las a controle institucional e social. Neste estudo, buscou-se compreender a atuação
dessas agências no combate à corrupção no contexto latino-americano, verificando a influência
de fatores que levam alguns países a apresentar altos índices de corrupção. Para isso, foram
analisados o papel e a capacidade preditiva das instituições responsáveis por coibir a má
utilização dos recursos públicos. Dentre as variáveis utilizadas no modelo, destacaram-se os
proxies do sistema de investigação criminal, da qualidade regulatória e da autonomia das
auditorias de controle externo. Essas instituições mostraram uma correlação significativa com
a percepção de corrupção na América Latina.
PALAVRAS-CHAVE: Instituições de controle. Accountability horizontal. Corrupção.
RESUMEN: Las instituciones de control pueden considerarse como el corolario de las
democracias contemporáneas, ya que una de sus principales finalidades es asignar
responsabilidad a los agentes públicos y, por consiguiente, mitigar los efectos de la corrupción.
Además, forman parte de una red compleja de responsabilidad horizontal, cuyos organismos
tienen el deber legal de examinar las decisiones de los administradores públicos y someterlas
a control tanto institucional como social. Para comprender la actuación de estas agencias en
el control de la corrupción en el contexto latinoamericano, este estudio examinó la influencia
de factores que llevan a algunos países a presentar altos niveles de corrupción, comenzando
por entender el papel y la capacidad predictiva de las instituciones encargadas legalmente de
prevenir el mal uso de los recursos públicos. Se destacan en el modelo variables proxy como
el sistema de investigación criminal, la calidad regulatoria y la autonomía de las auditorías de
control externo. Estas instituciones mostraron una correlación significativa con la corrupción
percibida en el contexto latinoamericano.
PALABRAS CLAVE: Instituciones de control. Responsabilidad horizontal. Corrupción.
ABSTRACT: Control institutions play a crucial role in contemporary democracies as they aim
to hold public agents accountable and mitigate the effects of corruption. They are part of a
complex network of horizontal accountability, in which the involved bodies have the legal duty
to examine the decisions of public managers and subject them to institutional and social
control. This study sought to understand the performance of these agencies in combating
corruption in the Latin American context, examining the influence of factors that contribute to
high corruption levels in some countries. The role and predictive capacity of institutions
responsible for preventing the misuse of public resources were analyzed. Among the variables
used in the model, proxies for the criminal investigation system, regulatory quality, and the
autonomy of external auditing stood out. These institutions significantly correlated with the
perception of corruption in Latin America.
KEYWORDS: Institutions of control. Horizontal accountability. Corruption.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 3
1. Introdução
A corrupção é um fenômeno de contornos amplos e, na maioria das vezes, devido à sua
natureza nem sempre clara, é difícil de ser mensurado. No entanto, atualmente, várias
organizações se empenham em expressar numericamente sua presença na sociedade, como a
Transparência Internacional, o Control Risck, o Banco Mundial, entre outros. A percepção de
especialistas (surveys) por meio de pesquisas é o método mais utilizado para essa mensuração.
No entanto, não é suficiente apenas indicar que o problema existe; é necessário discutir como
os danos causados à administração pública e, consequentemente, à sociedade, podem ser
mitigados ou combatidos.
A cadeia de responsabilização horizontal (accountability) ocupa um lugar central nesse
debate e parte da seguinte premissa: as instituições de controle, especialmente aquelas com
função legalmente institucionalizada, são indispensáveis para promover a integridade na
política e nos órgãos públicos. Do ponto de vista histórico, muitos países da América Latina se
tornaram democracias políticas ou novas poliarquias na última década. No entanto, apesar da
maioria garantir eleições livres e periódicas, conforme requisitos contemplados pela
accountability vertical, constatou-se que a accountability horizontal é frágil e pode criar um
ambiente favorável à prática corrupta (O’DONNELL, 1998).
Conforme O’Donnell (1998), as instituições responsáveis pelo controle da corrupção,
entre elas as Entidades Fiscalizadoras Superiores, os incentivos gerados tanto pelo Legislativo
quanto pelo Judiciário e as demais instituições de regulação, desempenham um papel
fundamental na produção da accountability horizontal. Essa abordagem teórica é a que mais se
aproxima da proposta deste artigo, que serviu como ponto de partida para a investigação dos
fenômenos apresentados.
Diante disso, a metodologia empregada combina elementos teóricos e categorias que
podem representar essa rede de controle, além de explicar a variabilidade da corrupção
percebida em diferentes graus. O recorte geográfico adotado priorizou os países latino-
americanos, considerados como novas poliarquias pela literatura referencial deste estudo, e que
apresentam percepções distintas de corrupção, apesar das semelhanças econômicas e
institucionais.
A análise foi realizada utilizando dados em formato de painel, permitindo estimar
modelos em uma escala longitudinal. Foram utilizados indicadores de referência mundial como
proxys, como o Índice de Percepção de Corrupção (IPC) da organização não governamental
Transparency International, que mede o nível de corrupção no setor blico com base em
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 4
opiniões de especialistas, além de dados do World Justice Project e do V-dem. Também será
apresentado um panorama descritivo da corrupção percebida.
Por meio dessa abordagem teórico-metodológica, observou-se o papel desempenhado
pelas instituições de controle na preservação da integridade pública.
2. Corrupção, conceitos e sínteses explicativas
A literatura que aborda o tema da corrupção apresenta várias perspectivas conceituais,
indicando a falta de consenso sobre suas determinantes. No entanto, todas as vertentes
concordam que a corrupção é um fenômeno multicausal. Por exemplo, de acordo com Melo
(2003), a corrupção pode estar intimamente ligada à falta de accountability e fortemente
relacionada a deficiências nas ações de controle. Essa vertente as instituições como
potenciais esclarecedores desse fenômeno.
A compreensão da corrupção, entre outras explicações causais, envolve a interação
voluntária entre dois atores que agem de maneira predatória, buscando se apropriar de recursos
públicos das instituições afetadas por essas ações. Os incentivos que impulsionam a corrupção
o diversos, o que pode dificultar sua explicação completa por meio de estimação estatística.
Na literatura, especialmente nas ciências sociais, ainda pouca exploração estatística
desse tema. Apesar de despertar cada vez mais interesse na comunidade acadêmica e ser
amplamente debatido publicamente, ainda um baixo esforço na produção de estudos
sistematizados sobre o assunto (MARANI et al., 2018). Uma das primeiras abordagens da
corrupção, ou tentativa de compreendê-la, estava ancorada em um significado em que suas
implicações eram avaliadas sob a perspectiva moral (perspectiva personalista). A conduta
corrupta de um funcionário público era considerada uma violação das normas morais e não um
desvio do papel que lhe foi atribuído.
Em um segundo momento, a corrupção passou a ser tratada como um fenômeno social
(perspectiva funcionalista), deixando de lado a perspectiva personalista, cujo foco era a ação
individual do corrupto. Essa abordagem considera a corrupção como resultado de processos
culturais e sociais, partindo do pressuposto de que existem lacunas entre as leis sociais formais
e informais nos países em desenvolvimento, o que pode resultar em incongruências nos
governos (BIASON, 2018). Uma terceira abordagem, ainda de acordo com Biason (2018), é a
perspectiva legalista, que reflete sobre o arcabouço jurídico, o qual varia de país para país. Essa
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 5
concepção analisa a corrupção principalmente como a violação de regras e leis, deixando em
segundo plano os aspectos econômicos, sociais e culturais.
Considerado um dos pioneiros no assunto, Huntington (1975) descreve a corrupção
como uma forma de violência que ocorre quando a falta de oportunidades de mobilidade fora
da política se combina com instituições frágeis, resultando em comportamento político
desviante. Além disso, a corrupção envolve a troca da ação política por benefícios econômicos.
Alguns estudos empíricos têm se dedicado a analisar a relação entre corrupção e
desenvolvimento econômico (LA PORTA et al., 1999; ADES; DI TELLA, 1999; TREISMAN,
2000). De acordo com esses estudos, sociedades mais ricas estariam menos propensas ao
fenômeno. Em outra perspectiva, mas ainda relacionada a essa relação, outros pesquisadores
afirmam que o viés político e econômico se relaciona por meio do rent-seeking, que geralmente
envolve recursos e poder, ou seja, agentes públicos que buscam maximizar sua renda privada
por meio de recursos públicos (AVRITZER; FILGUEIRAS, 2011; KRUEGER, 1974;
TULLOCK, 1967).
Krueger (1974), Ackerman (1978), e Mbaku (1996), consideram que a intervenção
excessiva do Estado na economia é uma das principais causas da corrupção. Rose-Ackerman
(1999) sugere que o problema da corrupção pode ser dividido em dois níveis hierárquicos:
corrupção política (alto nível), que ocorre quando os policymakers elaboram políticas e leis
específicas em benefício de grupos específicos, e corrupção burocrática (baixo nível), que
ocorre quando funcionários públicos têm oportunidades de obter compensações ilegais na
administração pública.
Segundo Tsebelis (1988, p. 33), tanto as pessoas comuns quanto os agentes públicos
agem considerando a matriz de custos e benefícios dos jogos ocultos
2
. O agente corrupto ou
corruptor é um ator racional que visa maximizar suas oportunidades, principalmente quando
não há mecanismos de controle eficientes que os sujeitem às regras sociais, como a existência
de uma boa accountability.
Na perspectiva do novo institucionalismo econômico, o conceito de accountability adota
um sentido “forte”, defendido principalmente por (MORENO; CRISP; SHUGART, 2003). Eles
afirmam que a relação entre eleitores e seus representantes assume a forma de uma relação
principal-agente. Cabe aos cidadãos, como principais, punir ou recompensar os governantes,
que são seus agentes. De acordo com essa corrente, accountability se o principal puder
retirar o poder do agente ou renová-lo. Em outras palavras, essa definição se baseia
2
Ver Tsebelis (1998)
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 6
principalmente na cadeia de delegação, que pode assumir várias formas, seja no
presidencialismo ou no parlamentarismo (MELO, 2008).
Nos sistemas presidencialistas, essa delegação é frágil, pois as sanções entre os poderes
são mínimas, especialmente entre o Executivo e o Legislativo, exceto em casos raros de
impedimento do Legislativo em relação ao Executivo (MELO, 2007). Isso ocorre porque nesse
tipo de sistema, o equilíbrio e a relação entre os dois poderes são entre iguais.
Consequentemente, não uma troca horizontal (horizontal exchange), mas sim uma troca
política.
O desenho institucional e administrativo, portanto, pode impactar os níveis de
corrupção. Diminuindo-se o nível de discricionariedade, tende-se a restringir
a probabilidade da ação fora da lei, sobretudo, em ambientes de baixos
controle. Para Klitigaard (1998), a corrupção é resultado entre o ambiente de
monopólio, poder discricionário e baixa accountability (MELO, 2010, p. 38).
Dessa forma, esses estudos passaram a destacar a relação entre o desenho institucional
político e a capacidade de controlar os governantes. Por exemplo, no presidencialismo
brasileiro, o arranjo político em vigor permite que o presidente tenha um alto poder de legislar
por meio de medidas provisórias e de emitir vetos totais para rejeitar propostas inteiras enviadas
pelo Congresso. Isso faz com que o Executivo possua instrumentos e mecanismos que reduzem
sua capacidade de ser efetivamente controlado pelo Legislativo, prevalecendo a troca em vez
da subordinação às regras democráticas (PEREIRA; MUELLER, 2000, p. 47).
De maneira geral e mais subjetiva, na esfera pública, a corrupção abrange práticas como
suborno, propina, fraude, desvio de recursos, apropriações indevidas, tráfico de influência,
nepotismo, entre outros. Neste artigo, a corrupção é entendida como uma prática estratégica,
em que os atores políticos buscam maximizar seus ganhos privados. Portanto, a corrupção se
torna um problema que demanda um conjunto de reformas com o objetivo de reduzir os
incentivos à corrupção (KLITGAARD, 1998).
Klitigaard (1998), utiliza uma fórmula matemática para representar a corrupção: C=
M+P-R”, em que a corrupção é igual a monopólio, mais poder discricionário, menos
responsabilização. De acordo com o autor, a corrupção está presente em qualquer lugar em que
haja monopólio de bens e serviços, especialmente quando as decisões são tomadas
discricionariamente sem prestar contas. Portanto, o combate à corrupção deve começar com a
criação de sistemas melhores, em que esses monopólios sejam reduzidos ou cuidadosamente
regulados.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 7
No que diz respeito aos arranjos institucionais e ao controle da corrupção, é de grande
relevância fortalecer a independência das agências de controle. Essas agências devem ser
ocupadas prioritariamente por agentes públicos com ambições distintas e opostas,
especialmente o Tribunal de Contas e o Judiciário, para garantir uma fiscalização efetiva e a
aplicação de sanções, sempre respeitando a razoabilidade da lei e o direito ao contraditório e à
ampla defesa. Caso contrário, caso não haja um corpo técnico e imparcial, os atores políticos
poderão agir de acordo com suas próprias regras e interesses. O quadro a seguir resume o esboço
teórico predominante sobre a corrupção.
Tabela 1 Principais aspectos teóricos e empíricos da corrupção
I- Visão Legalista; II- Foco nos atores
sociais; II -Mensuração da percepção
Nye (1967);
Heidenheimer
(1970); e Peters e
Welch (1978);
Atkinson e Man
cuso (1985)
Método indutivo e
estudos exploratórios
I- Análise de riscos (Corrupção como
risco para investimentos); II O Índice de
Percepções da Corrupção (IPCorr)
(composto justamente
pela integração dos vários indicadores
sobre corrupção produzidos pelas
empresas de consultoria)
Kaufmann,
Kraay e Zoido-
Lobatón (1999); .
Leff (1964)
Avaliações comparativas
I- Busca de
ferramentas para a intervenção e a
reforma. II - Visão da corrupção como
problema; III busca por soluções
práticas.
Leff, 1964; Scott,
1971; Speck,
2000; Kaufmann,
1998
Método quantitativo
Fonte: Elaboração própria Adaptado de Speck (2000)
Conforme a tabela acima, elaborada segundo a classificação feita por Speck (2000), a
corrupção pode ser compreendida teoricamente em três gerações, com consideráveis
divergências na conceituação do fenômeno em diferentes culturas e épocas. Embora reconheça
que as pesquisas de opinião enfrentam rios problemas, o autor destaca que, levantamentos
recentes mostraram que as pessoas estão dispostas a relatar suas experiências com casos de
corrupção. Como exemplo, ele cita duas pesquisas realizadas para obter informações sobre
acontecimentos relacionados ao corrompimento, nas quais as informações fornecidas pelos
entrevistados não se limitavam apenas à percepção, mas também incluíam seu próprio
envolvimento em atos de corrupção. Esses casos são os da Nicarágua e de Bangladesh.
Grande parte dos cidadãos que efetivamente usavam serviços governamentais
tinham que pagar alguma contribuição, ou para conseguir um serviço
fornecido gratuitamente por lei ou para driblar as normas: na escola pública,
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 8
75% dos pais que matriculavam os seus filhos pagavam por esse serviço,
oficialmente gratuito. Em contato com a administração municipal, 19% dos
usuários pagavam alguma propina; na justiça, 22%; nos cartórios de registro
de imóveis, 66% pagavam para agilizar processos; multados pela polícia de
trânsito, 40% dos cidadãos subornavam o policial.19 No caso da pesquisa em
Bangladesh em 1997, os resultados são igualmente alarmantes (TI
BANGLADESH, 1997): em 50% dos casos em que o cidadão teve contato
com a polícia, houve dispêndio de dinheiro. Dessa porção, 55% pagaram para
que o caso não fosse encaminhado à justiça e 38% para que ocorresse
justamente o contrário. No âmbito judicial, 63% dos cidadãos pagaram algo;
na educação, 74% (SPECK, 2000, p. 28).
A revisão literária sobre corrupção, controles institucionais e, principalmente,
accountability horizontal não acaba aqui. uma percepção comum na literatura de que a
corrupção se caracteriza principalmente pelo desvio de funções ou deveres atribuídos aos
funcionários públicos, que agem em desacordo com a lei, buscando maximizar sua renda
pessoal em detrimento do interesse público e coletivo.
O Banco Mundial atribui às “disfunções institucionais” como uma das principais causas
do fenômeno corrupção (WORLD BANK, 2000, p. 4). Isso significa que os instrumentos de
supervisão pública, incluindo um sistema judiciário e controles financeiros, devem ser
independentes. Além disso, outros fatores também são indispensáveis para o controle da
corrupção, como atores políticos, incluindo o Congresso, a sociedade civil e a dia, que devem
estar vigilantes (SCPECK, 2000). A partir dessas diferentes motivações, abre-se espaço na
agenda nacional e internacional para a criação e fortalecimento de mecanismos de
regulamentação mais eficientes.
3. Relação principal-agente e o papel das instituições de controle
Dentro dessa discussão, que remonta a Montesquieu e os Federalistas, a questão dos
controles e da responsividade dos governantes é de vital importância para as democracias
representativas. Nesse sistema político, os eleitores esperam que os representantes eleitos atuem
de acordo com seus interesses, porém, o eleitorado não possui informações suficientes para
avaliar o desempenho e controlar seus representantes (PRZEWORSKI; STOKES; MANIN,
1999). Essa baixa capacidade de fiscalização é fragilizada devido a assimetrias de informações
ou informações falsas, gerando o impasse da delegação e o dilema de comunicação do
principal-agente.
A natureza desse dilema principal-agente é marcada por conflitos de interesse em
relação à cooperação entre as partes envolvidas nesse processo. Na maioria das vezes, o agente,
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 9
responsável pela ação, toma decisões com base em seus próprios interesses, divergindo das
expectativas do principal, o responsável pela delegação da ação. Isso resulta no fenômeno
chamado de perda de agência (agency loss). De forma geral, a perda de agência está relacionada
ao controle do principal sobre o agente.
Entende-se que sistemas de controle que exercem accountability aumentam os custos
para o agente, induzindo-os, por meio de restrições ou punições, a seguir as regras e atender
às demandas delegadas pelo principal. De acordo com Melo (2010), essa relação é marcada
por jogos sequenciais que dependem dos níveis de informações que cada um possui. Quando o
agente não tem informações suficientes, ocorre um impasse na relação, criando obstáculos para
uma adequada responsabilização dos governantes eleitos.
Para Van Rijckeghem e Weder (1997), cabe aos controles institucionais a supervisão,
sendo eles determinantes da detecção e punição da corrupção. No entanto, em países
subvertidos por conluio e corrupção sistêmica, tais controles podem ser fracos. É nesse sentido
que a sociedade em geral pode desempenhar um papel importante na denúncia e na pressão por
punição.
Ressaltando a importância das instituições nesse processo de responsabilização,
destaca-se o ponto de vista de North (2018) sobre as transformações que as instituições
promovem. Ele afirma que a mudança institucional é a chave para a compreensão da mudança
histórica, pois consegue modificar a maneira pela qual as sociedades evoluem ao longo do
tempo. Além disso, as instituições trazem consigo um aspecto relevante para a estruturação da
vida cotidiana: a redução das incertezas. Essa redução é resultado de um processo complexo e
singular de escolhas que afetam o funcionamento da sociedade. Para o autor, a disponibilidade
de informação completa desempenha um papel indispensável na redução dessas incertezas e na
tomada de decisões mais eficientes
3
.
Segundo Olivieri (2016), a literatura também aponta graves fragilidades institucionais
que reduzem a efetividade do controle. Por exemplo, no caso brasileiro, a Constituição de 1988
confere ao Congresso Nacional a prerrogativa da responsabilização sobre os agentes públicos e
as políticas públicas, “inclusive contando com um órgão específico para isso, o TCU”. No
entanto, a realidade demonstra o contrário, principalmente nas últimas três décadas, após a
redemocratização. Estudos sugerem que o Congresso desempenha um papel mínimo como
3
North (2018), demostra que a instituições existem para gerar ordem e reduzir as incertezas das interações
humanas. Feitas através de restrições informais e formais que estruturam as transações entre as pessoas. Um estudo
que pretende compreender o impacto econômico causado pelos arranjos institucionais, mas de grande relevância
para a literatura institucionalista de maneira geral.
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 10
órgão fiscalizador. Seus poderes relacionados à fiscalização da atuação dos agentes do
Executivo e à implementação das políticas públicas têm sido frágeis e sua atuação muitas vezes
é influenciada por interesses político-partidários, criando um ambiente favorável para práticas
corruptas e instabilidades políticas.
Liñán (2007) cita as premissas defendidas por Guillermo O’Donnell (1994), que atribui
ao desenho institucional das “democracias delegativas” - democracias com baixo grau de
institucionalização - a dificuldade de estabelecer o controle sobre o presidente eleito. Isso
resulta em baixa accountability nos regimes democráticos latino-americanos, uma vez que os
governantes não estão sujeitos a controles rotineiros, dado que o Congresso falha em
responsabilizá-los politicamente por casos de corrupção e abuso de poder durante o mandato.
Segundo ele, “presidentes fortes, em vez de legislaturas fortes, constituem o principal desafio
para a sobrevivência da democracia na era contemporânea” (LIÑÁN, 2018).
Nesse sentido, a transparência nas instituições também se torna fundamental, pois é o
dever legal delas informar e justificar suas ações perante a sociedade. A sociedade, por sua vez,
prioriza o direito do cidadão de fiscalizar possíveis práticas prejudiciais ao erário público.
Reconhece-se, portanto, que a verificação adequada do uso dos recursos públicos não é apenas
responsabilidade dos órgãos de controle, mas de todos os cidadãos conscientes.
De acordo com Simon e Aalbers (2019), a corrupção na América Latina abriu caminho
para a eleição de deres anti-establishment em 2018. Esses líderes utilizaram mecanismos
seletivos de combate à corrupção para atingir seus adversários políticos, resultando em agências
de fiscalização cada vez mais politizadas. Em outros países, como Peru e Guatemala, o
establishment político lutou para evitar mudanças, causando danos significativos aos esforços
de combate à corrupção.
Na região, a corrupção ou suspeitas de irregularidades envolvendo chefes do Executivo
comprometeram não apenas a integridade das contas públicas, mas também causaram grande
instabilidade política. Nos últimos 30 anos, por exemplo, 14 presidentes tiveram seus mandatos
interrompidos, sendo que 7 deles foram destituídos pelo Congresso através do processo de
impeachment (LIÑÀN, 2018)
O presidente Fernando Collor foi o primeiro na região a sofrer impeachment, em 1992,
devido ao seu envolvimento em escândalos de corrupção. Vinte e três anos depois, no Brasil, a
presidente Dilma Rousseff também sofreu impeachment em 2016. No Peru, houve outro
processo de impedimento envolvendo malversação do dinheiro público, com o ex-presidente
Alberto Fujimori. Além deles, outros presidentes também tiveram seus mandatos
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 11
interrompidos, independentemente de suas posições ideológicas e partidárias, e das diferenças
institucionais e legais de seus países, como Carlos Andrés Pérez (Venezuela, 1993), Ernesto
Samper (Colômbia, 1996), Abdalá Bucaram (Equador, 1997), Raúl Cubas Grau (Paraguai,
1999) e Luis González Macchi (Paraguai, 2002) (LIÑÀN, 2018).
O mecanismo de impeachment do mandato era desconhecido na América Latina até
1990, durante a Guerra Fria, quando a perda do cargo ocorria por meio de golpes militares. Por
meio de um estudo comparativo, o autor observou que todos esses presidentes, apesar de terem
características de liderança distintas, tinham em comum a pressão popular decorrente de seu
envolvimento em escândalos de corrupção ou irregularidades administrativas. Outras
instituições também desempenham papéis no processo, como os partidos políticos. No entanto,
os interesses políticos sectários podem contaminar as decisões dos legisladores que atuam no
processo de fiscalização do Executivo. Nesse sentido, torna-se indispensável o papel de outros
órgãos e instituições de controle, que possuem capacidade técnica e operacional, utilizam
ferramentas e mecanismos próprios, agem de forma autônoma e contam com membros
altamente profissionalizados, a fim de garantir a responsabilização adequada dos governos.
4. Estratégia de mensuração dos dados e métodos aplicados
A proposta metodológica deste trabalho procura mensurar o poder preditivo das
instituições de controle e sua capacidade de responder à variação da corrupção percebida,
utilizada como uma variável proxy para medir a corrupção na América Latina. Além da análise
inferencial, também será apresentado um estudo descritivo para uma melhor visualização global
da variação dos valores relacionados ao controle da corrupção.
A análise longitudinal do teste inferencial é realizada por meio de um modelo de dados
em painel, considerando 110 casos observados no período de 2015 a 2019. A amostra exclui
apenas os países latino-americanos, que não estão presentes simultaneamente nos bancos de
dados utilizados: IPC - Índice de Percepção da Corrupção/Transparência Internacional, World
Justice Project, V-Dem, World Bank, e Open Burget Survey. Na tabela abaixo estão listadas as
variáveis utilizadas para explicar o fenômeno.
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 12
Tabela 2 Variáveis utilizadas no modelo
Variáveis
Tipo de
Variável
Fonte
Sinal Esperado
Corrupção
Dependente
IPC
Autonomia das auditorias
Independente
World Justice Project
+
Efetividade da investigação criminal
Independente
Independente
Independente
World Justice Project
+
Transparência dos dados e leis governamentais
Independente
World Bank
+
Qualidade Regulatória
Independente
World Bank
+
Accountability horizontal
Independente
V-dem
+
Pib/Per capita
Independente
World Bank
+
Folaborado pela autora.
Fonte: Elaborado a partir dos dados do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; World Justice Project (Projeto Mundial de Justiça), World Bank (Banco Mundial); e V-
dem (Varieties of Democracy)
Esses indicadores, utilizados no modelo, abrangem 22 países da América Latina e estão
disponíveis para o período de 2015 a 2019, conforme fornecido pelos respectivos bancos de
dados. Com exceção do PIB per capita, todos os indicadores são baseados em percepções e são
considerados proxys, uma vez que é difícil mensurá-los com critérios estritamente objetivos.
Na Tabela 2, são apresentadas as definições das variáveis de acordo com a metodologia
utilizada pelos bancos de dados secundários.
Tabela 3 - Definição das variáveis
Variáveis
Definição
Score
Autores
Corrupção*
Índice produzido pela Transparência
Internacional, o IPC avalia 180 países e usa 13
fontes de dados que coletam a percepção de
especialistas e executivos de empresas, de
uma série de comportamentos corruptos no
setor público.
0 (alta) a 100 (baixa)
Santiso (2007);
Melo (2007);
Menezes (2016)
Autonomia das
auditorias
Mede a autonomia das auditorias realizadas
pelas Instituições Suprema Auditorias e sua
capacidade em fiscalizar irregularidades
0 (baixo) 100 (alto)
Menezes
(2016); Santiso
(2015);
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 13
Efetividade do
sistema de
justiça criminal
Verifica se os autores de crimes são
efetivamente presos e acusados. Também mede
se a polícia, investigadores e promotores têm
recursos adequados, estão livres de corrupção e
desempenham suas funções com competência.
0 (baixo) 100 (alto)
Marino et al
(2016);
Kaufmanet al
(2009)
Qualidade
Regulatória
Mensura a habilidade do governo em formular
e implementar políticas de regulamentação e
leis sólidas sem influência imprópria
2,5 (alto) -2,5(baixo)
Marino et al
(20016);
Kaufmanet al
(2009)
Accountability
horizontal
Verifica a responsabilização dos governos,
feita pelas instituições estatais como:
Legislativo, Judiciário, agências de supervisão
específicas como ouvidores, promotores e
controladores gerais.
1 (alto) 0 (baixo)
Marino et al
(20016);
Kaufmanet al
(2009)
Transparência
Mede se as leis e informações sobre direitos
estão publicamente disponíveis, apresentadas
em linguagem simples e acessíveis em todos os
idiomas. Também mede a qualidade e a
acessibilidade das informações publicadas pelo
governo na forma impressa ou online, e se
regulamentos administrativos, projetos de
legislação e decisões de tribunais superiores
são disponibilizados ao público em tempo
hábil.
0 (baixo) 1 (alto)
Filgueiras
(2008); Moisés
(2010)
Pib/Percapita*
*
Variação do Pib/per capita na série temporal
selecionada.
em dólares
americanos
,WB. Elaboração própria.
*Variável dependente
**Variável de controle
Fonte: Elaborado a partir dos dados do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; e World Justice Project (Projeto Mundial de Justiça)
Grande parte da literatura considera a corrupção difícil de ser medida em sua totalidade,
isso porque, “os que nela se envolvem, naturalmente procuram ocultá-la”, como apontado por
Geddes e Ribeiro Neto (2000). No entanto, alguns surveys têm se mostrado úteis para os estudos
que buscam quantificar a corrupção, auxiliando na representação estatística do fenômeno. Um
exemplo é o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) elaborado pela Transparência
Internacional.
Esse indicador é construído com base em 13 fontes de dados produzidas por instituições
reconhecidas mundialmente, como o Banco Mundial e o Fórum Mundial, que abordam uma
série de comportamentos corruptos no setor público, incluindo suborno, desvio de fundos
públicos, uso da função pública para benefício pessoal, nepotismo na administração pública e
captura do Estado.
As hipóteses testadas neste trabalho foram estimadas por meio de regressão múltipla
utilizando o método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). As variáveis utilizadas estão
ancoradas nas dimensões mencionadas anteriormente por O’Donnell (1998), Santiso (2007) e
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 14
Melo (2008) que discutem os elementos pesquisados neste estudo e possuem respaldo teórico
para serem consideradas variáveis explicativas no modelo. As principais hipóteses deste
trabalho são:
H0: As instituições de controle não explicam a variabilidade da corrupção percebida na
América Latina;
H1: A efetividade das instituições de controle, como agências regulatórias, instituições
de accountability horizontal e um sistema de justiça criminal efetivo, impacta positivamente o
nível de integridade dos países latino-americanos;
H2: A qualidade regulatória e a transparência, como mecanismos de governança,
explicam a variabilidade da corrupção percebida;
H3: A alta autonomia das auditorias está relacionada à diminuição da corrupção
percebida na América Latina.
4.1. Resultados descritivos
O gráfico abaixo apresenta os índices de corrupção percebida na América Latina com
base nos dados fornecidos pela Transparência Internacional. Os resultados mais recentes,
referentes ao ano de 2022, mostram a posição de cada país em relação aos outros, revelando
importantes discrepâncias estatísticas entre eles.
Gráfico 1 Corrupção Percebida 2022
Fonte: Elaboração própria Transparência Internacional Brasil (2022)
14
17
19
23
24
28
31
31
32
33
36
36
36
38
38
39
40
40
42
54
67
74
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 15
O Uruguai (74) aparece como o país menos corrupto entre os 22 países apresentados no
gráfico. Em segundo lugar está o Chile (67) e em seguida a Costa Rica (54). O Brasil ocupa a
15ª posição na região, entre os países selecionados acima, e está em 9lugar entre os 180
países analisados pela organização. Apesar de ter mantido uma percepção estagnada desde
2020, com uma pontuação de 38, o país está próximo da média dos países latino-americanos
4
listados, que é de 36.
Alguns países têm apresentado melhorias na percepção da corrupção ao longo do tempo,
e muitos são considerados referências globais, como o caso do Uruguai. No entanto, a região
ainda enfrenta desafios significativos no processo de controle da corrupção. O próximo gráfico
mostra a posição média da América Latina em comparação a outras regiões e blocos
geopolíticos, demonstrando resultados mais desfavoráveis em termos comparativos.
Gráfico 2 Média Global- 2022
Fonte: Elaboração própria Adaptado de Transparência Internacional Brasil (2022)
Ao analisar a média do indicador “controle da corrupção” criado pelo Banco Mundial,
que também se baseia na percepção de especialistas e varia de -2,5 a 2,5, podemos verificar a
situação da América Latina como um todo, incluindo os países do Caribe, no período de 2012
a 2021. Apesar de ampliar a análise para uma unidade maior, a região continuou apresentando
resultados insatisfatórios, ficando acima apenas do Oriente Médio e da região da África
Subsaariana, áreas com uma longa história de violação do Estado de Direito democrático.
A América do Norte apresenta as maiores médias ao longo da série temporal, embora
tenha sofrido um declínio entre os anos de 2019 e 2020. Em 2021, a região alcançou uma média
de 1,25. A Europa e a Ásia Central têm a segunda melhor média temporal, atingindo um valor
de 0,53 em 2021, com um comportamento linear ao longo dos anos.
4
Foram excluídas desta amostra, ilhas e países do Caribe.
36
43
66
39
53
A M ÉR I C A L A T IN A
MÉ DI A G LO B AL
O C D E
B R I C S
G 2 0
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 16
Por outro lado, o Leste da Ásia e o Pacífico mostram oscilações em alguns anos da série
histórica. Em 2002, sua média era de 0,08, mas houve uma mudança significativa em 2014,
quando a região superou esse valor, atingindo uma média de 0,23. a América Latina e o
Caribe seguem um caminho oposto, com uma queda em sua média em 2014, passando de 0,18
em 2013 para 0,04 em 2014 e chegando a -0,05 em 2021. As regiões com as piores médias de
controle da corrupção o o Oriente Médio, o Norte da África e a África Subsaariana, com
médias de -0,41 e -0,36, respectivamente.
Gráfico 3 Controle da Corrupção Word Bank, de 2012 a 2021
Fonte: Elaboração Própria
Na América Latina, o Uruguai se destaca em relação aos demais países devido aos seus
índices. Apesar de ser um país menor e mais homogêneo, com grande parte de sua população
vivendo em Montevidéu (40%), uma cidade cujo tamanho se assemelha à 13ª maior cidade do
Brasil, Guarulhos, ou até mesmo a Tijuana, no México, o tamanho do país não é capaz de
explicar sua baixa percepção de corrupção. Alguns países latino-americanos menores que o
Uruguai apresentam capacidades de combate à corrupção muito baixas, como o caso do
Suriname (AMERICAS QUARTERLY, 2020).
Em geral, de 2008 a 2019, o controle da corrupção no Brasil, Chile, Uruguai e Costa
Rica - países que possuem maior importância econômica e política na região - mostrou-se
distinto, com o Brasil apresentando o menor desempenho no indicador de mensuração da
corrupção.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 17
Tabela 4 Estatísticas descritivas das variáveis independentes 2012 2019
Variáveis
N
Mínimo
Máximo
Média
Desvio Padrão
Autonomia das
auditorias
100
10,00
84,00
45,5400
16,22221
Accountability
horizontal
110
-1,66
2,02
,4308
,91825
Qualidade regulatória
110
-1,40
1,40
,0264
,64391
Transparência
93
0,25
0,74
,4544
,15167
Efetividade da
investigação Criminal
93
0,13
0,48
,2926
,09322
PIB per capita
108
1096
18289
7895,11
4813,408
Fonte: Elaborado a partir dos dados do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; World Justice Project (Projeto Mundial de Justiça); World Bank (Banco Mundial); e V-
dem (Varieties of Democracy)
Iniciando pela análise descritiva, podemos observar que a autonomia das auditorias
varia de 10 (atribuída à Venezuela) a 84 (pertencente ao Chile). Para o Brasil, a série histórica
analisada mostra uma nota mínima de 42 e máxima de 46, sugerindo uma possível fragilidade
na autonomia das auditorias executadas pelas EFS. Vale ressaltar que o desvio padrão é baixo,
de 16,2. Em algumas variáveis, a presença de missing values, principalmente nos indicadores
de transparência e sistema de investigação criminal do Paraguai e do Haiti, nos dados do WJP.
A accountability horizontal tem uma média de 0,45. O Chile registra a melhor nota nos
dados em painel, com 2,02, enquanto o Panamá tem a nota mínima de -1,66. O desvio dessa
variável é de 0,91. A qualidade regulatória apresenta uma média de 0,0264 e um desvio padrão
de 0,64, com o Uruguai obtendo a melhor média e a Venezuela a pior. A média de transparência
é 0,45, com um desvio padrão de 0,15. Novamente, o Chile se destaca com a melhor nota para
esse índice, enquanto a Venezuela possui a pior pontuação, refletindo baixos níveis de
publicização de leis e dados governamentais.
Em relação à efetividade do sistema de investigação criminal, que verifica se os autores
de crimes são efetivamente presos e acusados, o Chile também se destaca com o melhor
indicador. A Venezuela, por outro lado, apresenta a pior nota de 0,13. A média de 0,29 sugere
uma fraca efetividade do sistema de investigação criminal, indicando uma falta de punição
adequada para aqueles que cometem crimes na região, segundo a medida do indicador do WJP.
O desvio padrão dessa variável foi de 0,09. Por fim, temos a variável de controle PIB per capita,
em que Trindade e Tobago registram as notas mais altas, indicando um bom desempenho da
América Latina em 2015, enquanto o Haiti possui a nota mínima. O desvio padrão dessa
variável, de 4813,4, mostra a variabilidade dos valores em torno da média.
Ao descrever as variáveis explicativas acima, observamos que o Chile obteve a nota
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 18
máxima em 65,5% delas: autonomia das auditorias, transparência, accountability horizontal,
sistema de justiça criminal e qualidade regulatória. Por outro lado, a Venezuela se destaca
negativamente, obtendo a nota mínima em 65,5% das variáveis explicativas, além da variável
dependente de percepção da corrupção do IPC. A Tabela 5 mostrará a correlação entre as
variáveis explicativas utilizadas neste trabalho e como cada uma delas se conecta.
Tabela 5 Matriz de correlação das variáveis explicativas
Cor_IPC
Auto_
auditorias
Account_
Horizontal
Quali_
Regulatória
Transp.
Invest_
criminal
Pib
per
capita
Cor_IPC
1
Auto_auditorias
0,797**
1
Account_
Horizontal
0,549**
0,595**
1
Quali_
Regulatória
0,732**
0,638**
0,499**
1
Transp.
0,567**
0,543**
0,340**
0,467**
1
Invest_criminal
0,666**
0,490**
0,153**
0,524**
0,259***
1
Pib per capita
0,697**
0493**
0,287**
0,638**
0,548**
0,479**
1
*A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades)
Fonte: Elaboração própria
A análise da matriz de correlação de Pearson estima o grau de associação linear entre as
variáveis dependentes e independentes. Como mostrado na tabela, todas as variáveis
apresentam uma relação positiva entre si. Isso significa que o aumento em todas as variáveis
está associado a um aumento nos índices de corrupção. Vale ressaltar que quanto maior o índice
de corrupção, menor é a integridade do paíse. É importante enfatizar também que nenhuma
variável explicativa está explicitamente relacionada a outra, ou seja, não autocorrelação, o
que fortalece ainda mais a presença delas no modelo.
O coeficiente de correlação entre todas as variáveis preditoras e as variáveis
dependentes é positivo e significativo a um nível de 1% (valor p < 0,01). A maioria dessas
correlações é mais expressiva quando relacionada ao indicador de corrupção do IPC, sendo
elas: autonomia das auditorias (0,797), qualidade regulatória (0,732), transparência (0,567),
investigação criminal (0,666) e PIB per capita (0,697). Em relação à associação causal entre as
variáveis, a análise de regressão a seguir avalia o possível impacto das variáveis independentes
por meio de seus respectivos modelos na corrupção.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 19
Tabela 6 Resultados da Regressão em Painel/2015-2019
Co-variáveis
IPC TI
Coeficiente
Erro
Sig
Autonomia das auditorias
0.260
0.067
0.003
Sistema de investigação criminal
15.238
8.071
0.000
Accountability Horizontal
2.275
0.770
0.000
Transparência
36.383
4.91
0.053
Qualidade Regulatória
3.056
1.58
0.003
Pib per capita
0.000
0.000
0.005
Constante
-6.364
3.382
0.202
Qui2
0.000
R2
0,81
N
93
Fonte: Elaborado a partir dos dados do Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; World Justice Project (Projeto Mundial de Justiça); World Bank (Banco Mundial); e V-
dem (Varieties of Democracy)
O valor-p do modelo foi menor que 2.2e-16 (<0,01), o que nos leva a rejeitar a hipótese
nula H₀ e considerar as hipóteses alternativas que sustentam a conjectura proposta neste artigo,
de que as instituições de controle mencionadas anteriormente influenciam na variabilidade da
percepção da corrupção. Nesse caso, o modelo apresenta um expressivo de 0,83, o que
significa que os preditores selecionados explicam 83% da variável dependente da corrupção
observada.
5. Conclusão
O bom funcionamento das instituições de controle é essencial para sustentar um regime
político democrático, republicano e liberal. Sua presença na sociedade permite que o Estado e
suas estruturas sejam amplamente protegidos contra qualquer tentativa de corrupção. Neste
estudo, examinamos a dinâmica causal da corrupção percebida por meio dos principais órgãos
de controle responsáveis pela preservação da integridade pública na América Latina.
Com base na literatura utilizada, essas instituições de controle compõem a estrutura da
accountability horizontal, ou seja, são agências legalmente autorizadas a equilibrar os poderes
correlacionados da democracia. Além das instituições clássicas, como o Judiciário e o
Legislativo, observamos que as instituições reguladoras, a transparência governamental e as
Entidades Fiscalizadoras Superiores desempenham funções igualmente indispensáveis para
uma rede verdadeiramente eficaz de responsabilização.
Com base nos resultados obtidos, é evidente que Chile, Costa Rica e Uruguai são os
países latino-americanos com maior controle da corrupção. A matriz de correlação foi utilizada
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 20
para examinar a relação entre as instituições e o índice de corrupção percebida. Nesse contexto,
foi observada uma correlação significativa com um nível de confiança de 1%, especificamente
no que diz respeito à autonomia da auditoria, utilizada como proxy para avaliar o desempenho
das Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) e mostrou ser a variável com maior capacidade
de predizer a variabilidade da corrupção na América Latina. Além disso, a matriz de correlação
de Pearson permitiu concluir que não multicolinearidade entre as variáveis independentes,
uma vez que nenhuma apresentou uma correlação alta com outra.
O teste causal, realizado por meio de uma análise de regressão linear múltipla utilizando
dados em formato de painel, revelou um p-valor inferior a 0,01, corroborando a hipótese de que
as instituições de controle possuem uma capacidade preditiva significativa em relação à
corrupção na América Latina. Tanto empiricamente quanto teoricamente, fica evidente a
necessidade de fortalecer os mecanismos de controle dessas agências na região, especialmente
nos países onde os dados demonstram fragilidades em suas atuações.
REFERÊNCIAS
ACKERMAN, R. S. The economics of corruption: an essay in political economy. New
York: Academic Press, 1978.
ADES, A.; DI TELLA, R. Rents, competition, and corruption. American Economic Review,
v. 89, n. 4, p. 982-993, 1999.
AMERICAS QUARTERLY. Nova York: Americas Society. Council of the Americas, 2020,
v. 14, n. 2, p. 36-45.
AVRITZER, L.; FILGUEIRAS, F. Corrupção e controles democráticos no Brasil. Texto
para Discussão. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2011. n. 1550.
BIASON, R. C. Questão Conceitual: o que é corrupção? In: BIASON, R. C. (Org.) Temas de
Corrupção Política. São Paulo: Balão Editorial, 2018.
FILGUEIRAS, F. Corrupção, democracia e legitimidade. Belo Horizonte: Editora da
UFMG, 2008.
GEDDES, A. H.; RIBEIRO-NETO, B. A. O algoritmo. In: GEDDES, A. H.; RIBEIRO-
NETO, B. A. O algoritmo PageRank. Rio de Janeiro: Alta Books, 2000. 318 p.
HUNTINGTON, S. P. A ordem política nas sociedades em mudança. São Paulo: Edusp.
Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1975.
KLITGAARD, R. Controlling Corruption. Berkeley: University of California Press, 1988.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 21
KRUEGER, A. O. The political economy of rent-seeking. American Economic Review, v.
64, 1974.
LA PORTA, R. et al. The quality of government. Journal of Law, Economics, and
Organization, v. 15, n. 1, p. 222-279, 1999.
MARANI, S. C. Z. et al. Os Sentidos da Pesquisa sobre Corrupção. Revista de
Administração Pública, v. 52, n. 4, p. 712-730, 2018.
MARINO, P. de B. L. P. et al. Indicadores de governança mundial e sua relação com os
indicadores socioeconômicos dos países do Brics. Revista de Administração Pública, v. 50,
n. 5, p. 721744, 2016. DOI: 10.1590/0034-7612144359.
MBAKU, J. M. Bureaucratic Corruption in Africa: The Futility of Cleanups. Cato Journal,
v. 16, n. 1, p. 99-118, 1996.
MELO, C. A. V. Alta Corrupção Como Resposta a Baixos Níveis de Accountability.
2003, 185 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Políticas) Centro de Filosofia e Ciências
Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
MELO, C.A. V. Corrupção e políticas públicas: Uma análise empírica dos municípios
brasileiros. 2010. Tese (Doutorado em Ciência Política), Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2010.
MELO, M. A. O viés majoritário na política comparada: responsabilização, desenho
institucional e qualidade democrática. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.
22, n. 63, 2007.
MELO, M. A. O Controle Externo na América Latina. [S. l.]: Instituto Fernando Henrique
Cardoso, maio 2008.
MENEZES, M. Controle Externo América Latina. Revista Debates, v. 10, n. 1, p. 141-160,
2016.
MOISÉS, J. Á. A corrupção afeta a qualidade da democracia? Em Debate, v. 2, n. 5, p. 27-
37, 2010.
MORENO, E.; CRISP, B.; SHUGART, M. The Accountability Deficit in Latin America. In:
MAINWARING, S.; WELNA, C. (ed.). Democratic Accountability in Latin America.
Oxford: Oxford University Press, 2003. p. 79-131.
NORTH, D. C. Instituições, mudança institucional e desempenho econômico. Tradução:
Alexandre Morales. São Paulo: Três Estrelas, 2018.
O’DONNELL, G. Accountability horizontal e novas poliarquias. Lua Nova, São Paulo, n.
44, p. 27-52, 1998.
Accountability horizontal e a rede institucional de controle da corrupção
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 22
OLIVIERI, C. A atuação dos controles interno e externo ao executivo como
condicionante da execução de investimento em infraestrutura no Brasil. Brasília; Rio de
Janeiro: Ipea 2016.
PEREIRA C, M. B. Comportamento estratégico em presidencialismo de coalizão: as relações
entre Executivo e Legislativo no Presidencialismo brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, v. 45, n.
2, p. 265-301, 2002.
PÉREZ-LIÑÁN, A. Presidential Impeachment and the New Political Instability in Latin
America. Cambridge University Press: New York, 2007.
PÉREZ-LIÑÁN, A. Impeachment or Backsliding? Threats to democracy in the twenty-first
century. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, n. 98, 2018.
PRZEWORSKI, A.; STOKES, S. C.; MANIN, B. Democracy, accountability and
representation. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
SANTISO, C. Olhos bem Fechados? A política das agências de auditoria autônomas em
economias emergentes, Buenos Aires, Argentina: CIPPEC, 2007.
SIMON, R.; AALBERS, G. The capacity to combat corruption (CCC) index. Assessing
Latin America’s ability to detect, punish and prevent corruption amid covid-19. [S. l.]:
Americas Society/Council of the Americas, 2019. Disponível em:
https://www.americasquarterly.org/wp-content/uploads/2020/06/2020_CCC_Report.pdf.
Acesso em: 25 jan. 2022.
SPECK, B. Inovação e rotina no Tribunal de Contas da União. São Paulo: Konrad
Adenauer, 2000.
TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL BRASIL. Índice de Percepção da Corrupção
(IPC). 2018. Disponível em: https://ipc2018.transparenciainternacional.org.br/. Acesso em:
10 dez. 2022.
TREISMAN, D. The causes of corruption: A cross-national study. Journal of Public
Economics, v. 76, n. 3, p. 399-457, 2000.
TSEBELIS, G. Nested Games: The Cohesion of French Coalitions. British Journal of
Political Science, v. 18, n. 2, p. 145-170, April 1988.
TULLOCK, G. The welfare costs of tariffs, monopolies, and theft. Western Economic
Journal, n. 5, 1967.
VAN RIJCKEGHEM, C.; WEDER, B. Sources of contagion: is it finance or trade? Journal
on International Economics, v. 54, p. 293308, 2001.
WORLD BANK. Helping countries combat corruption: The role of the World Bank.
Washington, D.C.: BIRD, September 2000.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 23
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Não aplicável.
Disponibilidade de dados e material: Todos os dados foram extraídos de bancos de dados
secundários disponibilizados em páginas eletrônicas, a saber: Transparência Internacional
(https://transparenciainternacional.org.br/); World Justice Project
(https://worldjusticeproject.org/rule-of-law-index/global); V-dem (https://v-
dem.net/data/the-v-dem-dataset/).
Contribuições dos autores: Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA é responsável
pela pesquisa, análise e redação do artigo.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 1
HORIZONTAL ACCOUNTABILITY AND THE INSTITUTIONAL NETWORK OF
CORRUPTION CONTROL
ACCOUNTABILITY HORIZONTAL E A REDE INSTITUCIONAL DE CONTROLE DA
CORRUPÇÃO
ACCOUNTABILITY HORIZONTAL Y LA RED INSTITUCIONAL DE CONTROL DE
LA CORRUPCIÓN
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA1
e-mail: dallyribeiro@yahoo.com.br
How to refer to this article:
NÓBREGA, D. D. R. S. Horizontal accountability and the
institutional network of corruption control. Teoria & Pesquisa:
Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002,
2023. e-ISSN: 2236-0107. DOI:
https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032
| Submitted: 10/01/2023
| Revisions required: 19/04/2023
| Approved: 22/05/2023
| Published: 13/07/2023
Editor:
Prof. Dr. Simone Diniz
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
University of Federal of Pernambuco (UFPE), Recife - PE - Brazil. Doctoral degree candidate in the Graduate
Program in Political Science.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 2
ABSTRACT: Control institutions play a crucial role in contemporary democracies as they aim
to hold public agents accountable and mitigate the effects of corruption. They are part of a
complex network of horizontal accountability, in which the involved bodies have the legal duty
to examine the decisions of public managers and subject them to institutional and social control.
This study sought to understand the performance of these agencies in combating corruption in
the Latin American context, examining the influence of factors that contribute to high
corruption levels in some countries. The role and predictive capacity of institutions responsible
for preventing the misuse of public resources were analyzed. Among the variables used in the
model, proxies for the criminal investigation system, regulatory quality, and the autonomy of
external auditing stood out. These institutions significantly correlated with the perception of
corruption in Latin America.
KEYWORDS: Institutions of control. Horizontal accountability. Corruption.
RESUMO: As instituições de controle desempenham um papel fundamental nas democracias
contemporâneas, pois visam atribuir responsabilidade aos agentes públicos e, assim, mitigar
os efeitos da corrupção. Elas fazem parte de uma rede complexa de accountability horizontal,
na qual os órgãos envolvidos têm o dever legal de examinar as decisões dos gestores públicos
e sujeitá-las a controle institucional e social. Neste estudo, buscou-se compreender a atuação
dessas agências no combate à corrupção no contexto latino-americano, verificando a
influência de fatores que levam alguns países a apresentar altos índices de corrupção. Para
isso, foram analisados o papel e a capacidade preditiva das instituições responsáveis por coibir
a má utilização dos recursos públicos. Dentre as variáveis utilizadas no modelo, destacaram-
se os proxies do sistema de investigação criminal, da qualidade regulatória e da autonomia
das auditorias de controle externo. Essas instituições mostraram uma correlação significativa
com a percepção de corrupção na América Latina.
PALAVRAS-CHAVE: Instituições de controle. Accountability horizontal. Corrupção.
RESUMEN: Las instituciones de control pueden considerarse como el corolario de las
democracias contemporáneas, ya que una de sus principales finalidades es asignar
responsabilidad a los agentes públicos y, por consiguiente, mitigar los efectos de la corrupción.
Además, forman parte de una red compleja de responsabilidad horizontal, cuyos organismos
tienen el deber legal de examinar las decisiones de los administradores públicos y someterlas
a control tanto institucional como social. Para comprender la actuación de estas agencias en
el control de la corrupción en el contexto latinoamericano, este estudio examinó la influencia
de factores que llevan a algunos países a presentar altos niveles de corrupción, comenzando
por entender el papel y la capacidad predictiva de las instituciones encargadas legalmente de
prevenir el mal uso de los recursos públicos. Se destacan en el modelo variables proxy como
el sistema de investigación criminal, la calidad regulatoria y la autonomía de las auditorías de
control externo. Estas instituciones mostraron una correlación significativa con la corrupción
percibida en el contexto latinoamericano.
PALABRAS CLAVE: Instituciones de control. Responsabilidad horizontal. Corrupción.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 3
1. Introduction
Corruption is a phenomenon of broad contours, and, most of the time; it is difficult to
measure due to its not always explicit nature. However, currently, several organizations strive
to numerically express their presence in society, such as Transparency International, Control
Risks, and the World Bank, among others. The perception of experts through surveys is the most
commonly used method for this measurement. However, it is not enough to indicate that the
problem exists; it is necessary to discuss how the damages caused to public administration and,
consequently, to society can be mitigated or combated.
Horizontal accountability occupies a central place in this debate and is based on the
premise that control institutions, especially those with legally institutionalized functions, are
indispensable for promoting integrity in politics and public bodies. From a historical
perspective, many countries in Latin America have become political democracies or new
polyarchies in the last decade. However, despite the majority ensuring free and periodic
elections, as required by vertical accountability, it has been found that horizontal accountability
is weak and can create a favorable environment for corrupt practices (O’DONNELL, 1998).
According to O'Donnell (1998), institutions responsible for corruption control,
including Supreme Audit Institutions, incentives generated by both the Legislative and the
Judiciary, and other regulatory institutions, play a fundamental role in producing horizontal
accountability. This theoretical approach is the one that most closely aligns with the proposal
of this article, which served as a starting point for investigating the presented phenomena.
The employed methodology combines theoretical elements and categories that can
represent this network of control and explain the variability of perceived corruption at different
degrees. The adopted geographical scope prioritized Latin American countries, considered as
new polyarchies by the reference literature of this study, which present distinct perceptions of
corruption despite economic and institutional similarities.
The analysis was conducted using panel data, allowing for the estimation of models on
a longitudinal scale. Proxy indicators from global reference sources were used, such as the
Corruption Perceptions Index (CPI) from the non-governmental organization Transparency
International, which measures the level of corruption in the public sector based on expert
opinions and data from the World Justice Project and V-Dem. A descriptive overview of
perceived corruption will also be presented.
Through this theoretical and methodological approach, the role played by control
institutions in preserving public integrity was observed.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 4
2. Corruption, Concepts, and Explanatory Syntheses
The literature addressing the topic of corruption presents various conceptual
perspectives, indicating a need for more consensus on its determinants. However, all
approaches agree that corruption is a multi-causal phenomenon. For example, according to
Melo (2003), corruption can be closely linked to a lack of accountability and strongly related
to deficiencies in control actions. This perspective sees institutions as potential enlighteners of
this phenomenon.
Understanding corruption, among other causal explanations, involves the voluntary
interaction between two actors acting predatory, seeking to appropriate public resources from
the institutions affected by these actions. The incentives that drive corruption are diverse,
hindering its complete explanation through statistical estimation.
There needs to be more statistical exploration of this topic in the literature, especially in
the social sciences. Despite increasingly arousing interest in the academic community and being
widely debated publicly, there is still little effort in producing systematic studies on the subject
(MARANI et al., 2018). One of the early approaches to corruption, or attempts to understand
it, was anchored in a meaning where its implications were evaluated from a moral perspective
(personalistic perspective). The corrupt conduct of a public official was considered a violation
of ethical norms rather than a deviation from the role assigned to them.
In the second stage, corruption came to be treated as a social phenomenon (functionalist
perspective), moving away from the personalistic perspective, which focused on the individual
action of the corrupt. This approach considers corruption as a result of cultural and social
processes, assuming that there are gaps between formal and informal social norms in developing
countries, which can result in incongruities in governance (BIASON, 2018). According to
Biason (2018), a third approach is a legalistic perspective, which reflects on the legal
framework, which varies from country to country. This conception primarily analyzes
corruption as a violation of rules and laws, placing economic, social, and cultural aspects in the
background.
Considered one of the pioneers in the field, Huntington (1975) describes corruption as
a form of violence that occurs when the lack of mobility opportunities outside of politics
combines with weak institutions, resulting in deviant political behavior. Furthermore,
corruption involves the exchange of political action for economic benefits.
Some empirical studies have analyzed the relationship between corruption and
economic development (LA PORTA et al., 1999; ADES; DI TELLA, 1999; TREISMAN,
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 5
2000). According to these studies, wealthier societies would be less prone to the phenomenon.
In another perspective, but still related to this relationship, other researchers argue that the
political and economic bias is linked through rent-seeking, which often involves resources and
power, meaning that public agents seek to maximize their income through public resources
(AVRITZER; FILGUEIRAS, 2011; KRUEGER, 1974; TULLOCK, 1967).
Krueger (1974), Ackerman (1978), and Mbaku (1996), consider excessive state
intervention in the economy as one of the leading causes of corruption. Rose-Ackerman (1999)
suggests that the problem of corruption can be divided into two hierarchical levels: political
corruption (high level), which occurs when policymakers develop specific policies and laws for
the benefit of particular groups, and bureaucratic corruption (low level), which occurs when
public officials have opportunities to obtain illegal compensations within public administration.
According to Tsebelis (1988, p. 33), both ordinary individuals and public agents act
considering the cost-benefit matrix of hidden games
2
. The corrupt agent or corruptor is a
rational actor seeking to maximize their opportunities, especially when there are no efficient
control mechanisms that subject them to social rules, such as the existence of good
accountability.
From the new institutional economics perspective, accountability adopts a "strong"
sense, advocated mainly by (MORENO; CRISP; SHUGART, 2003). They argue that the
relationship between voters and their representatives forms a principal-agent relationship. As
principals, it is up to citizens to punish or reward the rulers, who are their agents. According to
this approach, there is only accountability if the principal can remove or renew the agent's
power. In other words, this definition is mainly based on the delegation chain, which can take
various forms, whether in presidential or parliamentary systems (MELO, 2008).
This delegation is weak in presidential systems because sanctions between powers are
minimal, especially between the Executive and the Legislature, except in rare cases of
legislative impeachment against the Executive (MELO, 2007). This is because the balance and
relationship between the two powers are among equals in this type of system. Consequently,
there is no horizontal exchange but rather a political exchange.
Therefore, the institutional and administrative design can impact corruption
levels. By reducing discretion, the probability of illegal action tends to be
restricted, especially in environments with low control. According to
Klitigaard (1998), corruption results from a combination of monopoly,
2
See Tsebelis (1998)
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 6
discretionary power, and low accountability (MELO, 2010, p. 38, our
translation).
These studies began to highlight the relationship between political, institutional design
and the ability to control the rulers. For example, in the Brazilian presidential, the current
political arrangement allows the president to have significant legislative power through
provisional measures and the ability to veto entire proposals sent by Congress. This means that
the Executive possesses instruments and mechanisms that reduce its capacity to be effectively
controlled by the Legislature, favoring exchange over subordination to democratic rules
(PEREIRA; MUELLER, 2000, p. 47).
In a general and subjective sense, in the public sphere, corruption encompasses bribery,
kickbacks, fraud, embezzlement, misappropriation of funds, influence peddling, and nepotism,
among others. This article defines corruption as a strategic practice in which political actors
seek to maximize their private gains. Therefore, corruption becomes a problem that requires a
set of reforms to reduce corruption incentives (KLITGAARD, 1998).
Klitigaard (1998), uses a mathematical formula to represent corruption: "C = M + P -
R", where corruption equals monopoly plus discretionary power minus accountability.
According to the author, corruption is present wherever there is a monopoly of goods and
services, especially when decisions are made discretionarily without being held accountable.
Therefore, combating corruption should begin by creating better systems where these
monopolies are reduced or regulated.
Regarding institutional arrangements and corruption control, it is of great relevance to
strengthen the independence of control agencies. These agencies should be occupied primarily
by public agents with distinct and opposing ambitions, especially the Court of Auditors and the
Judiciary, to ensure adequate oversight and the enforcement of sanctions, always respecting the
reasonableness of the law and the right to due process and fair defense. Otherwise, political
actors may act according to their rules and interests without an impartial and technical body.
The following table summarizes the predominant theoretical and empirical aspects of
corruption.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 7
Table 1 - Key Theoretical and Empirical Aspects of Corruption
First generation
I - Legalistic perspective; II - Focus on
social actors; III - Measurement of
perception
Nye (1967);
Heidenheimer
(1970); and
Peters and
Welch (1978);
Atkinson and
Man cuso (1985)
Inductive method and
exploratory studies
Second generation
I - Risk analysis (Corruption as a risk for
investments); II - Corruption
Perceptions Index (CPI) (composed
precisely by integrating various
corruption indicators produced by
consulting firms)
Kaufmann,
Kraay and
Zoido-Lobatón
(1999); . Leff
(1964)
Comparative evaluations
Third generation
I - Search for tools for intervention and
reform; II - View corruption as a
problem; III - Search for practical
solutions.
Leff, 1964;
Scott, 1971;
Speck, 2000;
Kaufmann, 1998
Quantitative method
Source: Prepared by the author- Adapted from Speck (2000)
According to the table above, developed based on Speck's classification (2000),
corruption can be theoretically understood in three generations, with considerable divergences
in conceptualizing the phenomenon in different cultures and times. Although acknowledging
that opinion surveys face various problems, the author highlights that recent surveys have
shown that people are willing to report their experiences with corruption cases. As an example,
he cites two surveys conducted to gather information about corruption-related incidents, where
the information provided by respondents was not limited to perception alone but also included
their involvement in acts of corruption. These cases are from Nicaragua and Bangladesh.
A significant number of citizens who used government services had to make
some form of contribution, either to obtain a service provided for free by law
or to circumvent regulations: in public schools, 75% of parents who enrolled
their children paid for this service, which is officially free. When dealing with
municipal administration, 19% of users paid a bribe; in the justice system,
22%; in property registration offices, 66% paid to expedite processes; when
fined by traffic police, 40% of citizens bribed the officer. In the case of the
survey in Bangladesh in 1997, the results are equally alarming (TI
BANGLADESH, 1997): in 50% of cases where citizens had contact with the
police, money was expended. Of this portion, 55% paid to prevent the issue
from being referred to the judiciary, and 38% paid for the opposite. In the
judicial sphere, 63% of citizens paid something; in education, 74% (SPECK,
2000, p. 28, our translation).
The literature review on corruption, institutional controls, and especially horizontal
accountability does not end here. There is a common perception in the literature that corruption
is primarily characterized by the deviation from functions or duties assigned to public officials
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 8
who act contrary to the law, seeking to maximize their income at the expense of shared and
collective interests.
The World Bank attributes "institutional dysfunctions" as one of the leading causes of
the corruption phenomenon (WORLD BANK, 2000, p. 4, our translation). This means that
public oversight instruments must be independent, including a judicial system and financial
controls. Other factors are also indispensable for corruption control, such as political actors,
including Congress, civil society, and the media, which must be vigilant (SCPECK, 2000).
Based on these different motivations, there is room in the national and international agenda for
creating and strengthening more efficient regulatory mechanisms.
3. Principal-agent Relationship and the Role of control institutions
Within this discussion, which dates back to Montesquieu and the Federalists, the issue
of government officials' controls and responsiveness is vital for representative democracies. In
this political system, voters expect elected representatives to act according to their interests, but
the electorate does not have sufficient information to assess performance and control their
representatives (PRZEWORSKI; STOKES; MANIN, 1999). This low capacity for oversight is
weakened due to information asymmetries or false information, leading to delegation and
principal-agent communication dilemmas.
The nature of this principal-agent dilemma is marked by conflicts of interest regarding
cooperation between the parties involved in this process. In most cases, the agent, who is
responsible for action, makes decisions based on their interests, diverging from the principal's
expectations, who is responsible for delegating the action. This results in the phenomenon
called agency loss. Generally, agency loss is related to the principal's control over the agent.
It is understood that control systems that exercise accountability increase costs for the
agent, inducing them, through constraints or punishments, to follow the rules and meet the
demands delegated by the principal. According to Melo (2010), this relationship is marked by
sequential games that depend on the levels of information each party possesses. When the agent
needs more knowledge, there is a stalemate in the relationship, creating obstacles to the proper
accountability of elected officials.
According to Van Rijckeghem and Weder (1997), institutional controls are responsible
for oversight, being determinants of corruption detection and punishment. However, such rules
may be weak in countries undermined by collusion and systemic corruption. It is in this sense
that society as a whole can play an essential role in reporting and pressuring for punishment.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 9
Highlighting the importance of institutions in this process of accountability, the
viewpoint of North (2018) on the transformations that institutions bring is noteworthy. He
asserts that institutional change is the key to understanding historical change, as it can modify
how societies evolve. Additionally, institutions bring a relevant aspect to structuring everyday
life: reducing uncertainty. This reduction results from a complex and unique process of choices
that affect the functioning of society. According to the author, the availability of complete
information plays an indispensable role in reducing these uncertainties and making more
efficient decisions
3
.
To Olivieri (2016), the literature also points out severe institutional weaknesses that
reduce control effectiveness. For example, in the Brazilian case, the 1988 Constitution grants
the National Congress the prerogative of holding public officials and public policies
accountable, "including having a specific body for this, the TCU (Federal Court of Auditors)".
However, reality shows the opposite, especially in the last three decades after democratization.
Studies suggest that Congress plays a minimal role as a supervisory body. Its powers related to
overseeing the actions of executive agents and implementing public policies have been weak,
and its activities are often influenced by political-party interests, creating a favorable
environment for corrupt practices and political instability.
Liñán (2007) cites the premises advocated by Guillermo O’Donnell (1994), who
attributes the difficulty of establishing control over the elected president to the institutional
design of "delegative democracies" - democracies with a low degree of institutionalization. This
results in low accountability in Latin American democratic regimes, as the rulers are not subject
to normal controls, given that Congress fails to politically hold them accountable for cases of
corruption and abuse of power during their mandate. He says, "Strong presidents, rather than
strong legislatures, constitute the main challenge for the survival of democracy in the
contemporary era" (LIÑÁN, 2018).
In this regard, institutions' transparency becomes crucial as it is their legal duty to inform
and justify their actions to society. Society, in turn, prioritizes the citizen's right to scrutinize
possible practices harmful to public funds. It is recognized, therefore, that the proper
verification of the use of public resources is not only the responsibility of oversight bodies but
of all conscientious citizens.
3
North (2018) shows that institutions exist to generate order and reduce the uncertainties of human interactions.
Made through informal and formal restrictions that structure transactions between people. A study that aims to
understand the economic impact caused by institutional arrangements but is of great relevance to the institutionalist
literature in general.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 10
Simon and Aalbers (2019), say that corruption in Latin America paved the way for the
election of anti-establishment leaders in 2018. These leaders used selective mechanisms to
combat corruption to target their political opponents, resulting in increasingly politicized
oversight agencies. In other countries, such as Peru and Guatemala, the political establishment
fought to prevent changes, causing significant damage to anti-corruption efforts.
In the region, corruption or suspicions of irregularities involving heads of the executive
branch have compromised not only the integrity of public accounts but also caused significant
political instability. For example, in the past 30 years, 14 presidents had their terms interrupted,
with 7 of them being removed by Congress through impeachment proceedings (LIÑÀN, 2018)
President Fernando Collor was the first in the region to undergo impeachment in 1992
due to his involvement in corruption scandals. Twenty-three years later, President Dilma
Rousseff also faced impeachment in Brazil in 2016. In Peru, another impeachment process
involved the misappropriation of public funds by former President Alberto Fujimori. Besides
them, other presidents had their terms interrupted regardless of their ideological and party
positions, as well as the institutional and legal differences of their countries, such as Carlos
Andrés Pérez (Venezuela, 1993), Ernesto Samper (Colombia, 1996), Abdalá Bucaram
(Ecuador, 1997), Raúl Cubas Grau (Paraguay, 1999) and Luis González Macchi (Paraguay,
2002) (LIÑÀN, 2018).
The mechanism of impeaching a mandate was unknown in Latin America until 1990,
during the Cold War, when the removal from office occurred through military coups. Through
a comparative study, the author observed that all these presidents, despite having distinct
leadership characteristics, had in common the popular pressure resulting from their involvement
in corruption scandals or administrative irregularities. Other institutions also play roles in the
process, such as political parties. However, sectarian political interests can contaminate the
decisions of legislators involved in the oversight process of the executive branch. In this sense,
the role of other organs and control institutions becomes indispensable, as they possess
technical and operational capacity, employ their tools and mechanisms, act autonomously, and
have highly professionalized members to ensure proper accountability of governments.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 11
4. Strategy for Data Measurement and Applied Methods
The methodological approach of this study aims to measure the predictive power of
control institutions and their capacity to respond to variations in perceived corruption, which is
used as a proxy variable to measure corruption in Latin America. In addition to inferential
analysis, a descriptive study will provide a comprehensive overview of the variation in values
related to corruption control.
The longitudinal research of the inferential test is conducted through a panel data model,
considering 110 observed cases from 2015 to 2019. The sample excludes only those Latin
American countries that are not simultaneously present in the databases used: CPI (Corruption
Perceptions Index) - Transparency International, World Justice Project, V-Dem, World Bank,
and Open Budget Survey. The table below lists the variables used to explain the phenomenon.
Table 2 - Variables used in the model
Variables
Type of
Variable
Source
Expected Signal
Corruption
Dependent
IPC
Autonomy of audits
Independent
World Justice Project
+
Effectiveness of criminal investigations
Independent
Independent
Independent
World Justice Project
+
Transparency of government data and laws
Independent
World Bank
+
Regulatory quality
Independent
World Bank
+
Horizontal accountability
Independent
V-dem
+
GDP/Per capita
Independent
World Bank
+
Folaborado pela autora.
Source: Prepared by the author data from Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; World Justice Project, World Bank; and V-dem (Varieties of Democracy)
These indicators, used in the model, cover 22 Latin American countries and are available
from 2015 to 2019, as the respective databases provide. Except for GDP per capita, all
indicators are perception-based and considered proxies, as they are challenging to measure with
strictly objective criteria. Table 2 presents the definitions of the variables according to the
methodology used by the secondary databases.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 12
Table 3 - Definition of Variables
Variables
Definition
Score
Authors
Corruption*
The Index produced by Transparency
International, the CPI, assesses 180 countries
and utilizes 13 data sources that collect the
perception of experts and business executives
regarding various corrupt behaviors in the
public sector.
0 (high) to 100 (low)
Santiso (2007);
Melo (2007);
Menezes (2016)
Autonomy of
audits
Measures the autonomy of audits conducted by
Supreme Audit Institutions and their ability to
scrutinize irregularities.
0 (high) to 100 (low)
Menezes
(2016); Santiso
(2015);
Effectiveness of
the criminal
justice system
Examines whether perpetrators of crimes are
effectively arrested and prosecuted. It also
measures whether the police, investigators, and
prosecutors have adequate resources, are free
from corruption, and perform their duties
competently.
0 (high) to 100 (low)
Marino et al
(2016);
Kaufmanet al
(2009)
Regulatory
quality
Assesses the government's ability to formulate
and implement robust regulatory policies and
laws without improper influence.
2.5 (high) -2.5(low)
Marino et al
(20016);
Kaufmanet al
(2009)
Horizontal
accountability
Checks the accountability of governments
through state institutions such as the
Legislature, Judiciary, and specific oversight
agencies like ombudspersons, prosecutors, and
auditors general.
1 (high) 0 (low)
Marino et al
(20016);
Kaufmanet al
(2009)
Transparency
Evaluates whether laws and information on
rights are publicly available, presented in
simple language, and accessible in all
languages. It also measures the quality and
accessibility of government-published
information in print or online form and whether
administrative regulations, draft legislation,
and decisions of higher courts are timely made
available to the public.
0 (low) 1 (high)
Filgueiras
(2008); Moisés
(2010)
GDP/Per
capita**
Variation of GDP per capita in the selected
time series.
in US dollars
,WB. Elaboração própria.
*Dependent variable
**Control variable
Source: Prepared by the author data from Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; and World Justice Project
The literature widely acknowledges the difficulty of measuring corruption, primarily
due to the inherent tendency of those involved in corrupt practices to conceal their actions, as
noted by Geddes and Ribeiro Neto (2000). Nonetheless, specific surveys have proven helpful
in quantifying corruption and aiding in its statistical representation in research studies. One
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 13
such example is the Corruption Perceptions Index (CPI) developed by Transparency
International.
This indicator is constructed based on 13 data sources provided by globally recognized
institutions such as the World Bank and the World Economic Forum, which assess a range of
corrupt behaviors in the public sector. These behaviors include bribery, embezzlement of public
funds, misuse of public office for personal gain, nepotism in public administration, and state
capture.
The hypotheses tested in this study were estimated through multiple regression using
the Ordinary Least Squares (OLS) method. The variables used are anchored in the dimensions
mentioned earlier by O’Donnell (1998), Santiso (2007) and Melo (2008) who discuss the
elements examined in this study and provide theoretical support for considering them as
explanatory variables in the model. The main hypotheses of this study are as follows:
H0: Institutions of control do not account for the variability of perceived corruption in
Latin America;
H1: The effectiveness of control institutions, such as regulatory agencies, horizontal
accountability institutions, and an effective criminal justice system, positively impacts the level
of integrity in Latin American countries;
H2: Regulatory quality and transparency, as governance mechanisms, explain the
variability of perceived corruption;
H3: High autonomy of audits is related to decreased perceived corruption in Latin
America.
4.1. Descriptive Results
The graph below presents the indices of perceived corruption in Latin America based
on data provided by Transparency International. The most recent results for the year 2022 show
the position of each country relative to others, revealing significant statistical discrepancies
among them.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 14
Graph 1 - Perceived Corruption 2022
Source: Prepared by the author - Transparency International Brazil (2022)
Uruguay (74) appears as the least corrupt country among the 22 countries in the graph.
Chile (67) is second, followed by Costa Rica (54). Brazil ranks 15th in the region among the
selected countries above and is in 94th place out of the 180 countries analyzed by the
organization. Despite maintaining a stagnant perception since 2020, with a score of 38, the
country is close to the average of the listed Latin American countries, which is 36.
Some countries have improved the perception of corruption over time, and many are
considered global references, such as Uruguay. However, the region still faces significant
challenges in controlling corruption. The following graph shows the average position of Latin
America compared to other areas and geopolitical blocs, demonstrating more unfavorable
results in comparative terms.
Graph 2 - Global Average 2022
Source: Prepared by the author - Adapted from Transparency International Brazil (2022)
14
17
19
23
24
28
31
31
32
33
36
36
36
38
38
39
40
40
42
54
67
74
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 15
When analyzing the average of the "control of corruption" indicator created by the
World Bank, which is also based on expert perception and ranges from -2.5 to 2.5, we can
assess the situation of Latin America as a whole, including Caribbean countries, from 2012 to
2021. Despite expanding the analysis to a larger unit, the region continued to show
unsatisfactory results, ranking higher only than the Middle East and Sub-Saharan Africa, areas
with a long history of democratic rule of law violation.
North America presents the highest averages throughout the time series, although it
experienced a decline between 2019 and 2020. In 2021, the region reached an average of 1.25.
Europe and Central Asia have the second-best temporal average, getting a value of 0.53 in 2021,
with a linear trend over the years.
On the other hand, East Asia and the Pacific show fluctuations in some years of the
historical series. In 2002, their average was 0.08, but there was a significant change in 2014
when the region surpassed that value, reaching an average of 0.23. However, Latin America
and the Caribbean follow the opposite path, with a decline in their standard in 2014, dropping
from 0.18 in 2013 to 0.04 in 2014 and reaching -0.05 in 2021. The regions with the lowest
averages for control of corruption are the Middle East, North Africa, and Sub-Saharan Africa,
with standards of -0.41 and -0.36, respectively.
Graph 3 - Control of Corruption - World Bank, from 2012 to 2021
Source: Prepared by the author
In Latin America, Uruguay stands out compared to other countries due to its indices.
Despite being a smaller and more homogeneous country, with a significant portion of its
population living in Montevideo (40%), a city comparable in size to the 13th largest city in
Brazil, Guarulhos, or even Tijuana, Mexico, the size of the country alone cannot explain its low
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 16
perception of corruption. Some smaller Latin American countries, such as Suriname, have much
lower capabilities to combat corruption than Uruguay (AMERICAS QUARTERLY, 2020).
In general, from 2008 to 2019, the control of corruption in Brazil, Chile, Uruguay, and
Costa Rica - economically and politically more significant countries - showed distinct patterns,
with Brazil displaying the lowest performance in the corruption measurement indicator.
Table 4 - Descriptive Statistics of Independent Variables 2012-2019
Variable
N
Minimum
Maximum
Average
Standard
Deviation
Autonomy of audits
100
10,00
84,00
45,5400
16,22221
Horizontal
accountability
110
-1,66
2,02
,4308
,91825
Regulatory quality
110
-1,40
1,40
,0264
,64391
Transparency
93
0,25
0,74
,4544
,15167
Criminal investigation
effectiveness
93
0,13
0,48
,2926
,09322
GDP per capita
108
1096
18289
7895,11
4813,408
Source: Prepared by the author data from Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do Transparência
Internacional; World Justice Project, World Bank; and V-dem (Varieties of Democracy)
Beginning with the descriptive analysis, we can observe that the autonomy of audits
ranges from 10 (attributed to Venezuela) to 84 (belonging to Chile). For Brazil, the analyzed
historical series shows a minimum score of 42 and a maximum score of 46, suggesting a
possible weakness in the autonomy of audits performed by EFSs. It is worth noting that the
standard deviation is low, at 16.2. There are missing values in some variables, particularly in
the transparency and criminal investigation system indicators of Paraguay and Haiti, in the WJP
data.
Horizontal accountability has an average score of 0.45. Chile records the highest score
in the panel data, with 2.02, while Panama has a minimum score of -1.66. The deviation of this
variable is 0.91. Regulatory quality averages 0.0264 and a standard deviation of 0.64, with
Uruguay obtaining the highest average and Venezuela the lowest. The average transparency
score is 0.45, with a standard deviation of 0.15. Once again, Chile has the highest score for this
index, while Venezuela has the worst score, reflecting low levels of law and government data
disclosure.
Regarding the effectiveness of the criminal investigation system, which assesses
whether perpetrators of crimes are effectively arrested and prosecuted, Chile also stands out
with the highest indicator. Venezuela, on the other hand, has the lowest score of 0.13. The
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 17
average score of 0.29 suggests weak effectiveness of the criminal investigation system,
indicating a lack of adequate punishment for those who commit crimes in the region, according
to the WJP indicator measure. The standard deviation of this variable was 0.09. Lastly, we have
the control variable GDP per capita, where Trindade and Tobago record the highest scores,
indicating good performance in Latin America in 2015, while Haiti has the minimum score.
The standard deviation of this variable, at 4813.4, shows the variability of values around the
mean.
When describing the explanatory variables above, Chile obtained the maximum score
of 65.5%: autonomy of audits, transparency, horizontal accountability, the criminal justice
system, and regulatory quality. On the other hand, Venezuela stands out negatively, obtaining
the minimum score in 65.5% of the explanatory variables and the dependent variable of
perceived corruption from the IPC. Table 5 will show the correlation between the explanatory
variables used in this study and how they connect.
Table 5 - Correlation Matrix of Explanatory Variables
Cor_IPC
Self_Audits
Account_
Horizontal
Quali_
Regulatory
Transp.
Invest_
criminal
GDP
per
capita
Cor_IPC
1
Self_Audits
0,797**
1
Account_
Horizontal
0,549**
0,595**
1
Quali_
Regulatory
0,732**
0,638**
0,499**
1
Transp.
0,567**
0,543**
0,340**
0,467**
1
Invest_criminal
0,666**
0,490**
0,153**
0,524**
0,259***
1
GDP per capita
0,697**
0493**
0,287**
0,638**
0,548**
0,479**
1
* The correlation is significant at the 0.01 level (2 ends)
Source: Prepared by the author
The analysis of the Pearson correlation matrix estimates the degree of linear association
between the dependent and independent variables. As shown in the table, all variables exhibit
a positive relationship. This means that increased variables are associated with increased
corruption indices. It is worth noting that higher corruption indices correspond to lower integrity
of the countries. It is also important to emphasize that no explanatory variable is explicitly
related to another, meaning there is no autocorrelation, further strengthening their presence in
the model.
The correlation coefficient between all predictor and dependent variables is positive and
significant at a 1% level (p-value < 0.01). Most of these correlations are most pronounced when
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 18
related to the corruption indicator from the IPC, namely: autonomy of audits (0.797), regulatory
quality (0.732), transparency (0.567), criminal investigation (0.666), and GDP per capita
(0.697). Regarding the causal association between the variables, the following regression
analysis evaluates the potential impact of the independent variables through their respective
models on corruption.
Table 6 - Panel Regression Results/2015-2019
Co-variables
IPC TI
Coefficient
Erro
Sig
Autonomy of audits
0.260
0.067
0.003
Criminal investigation system
15.238
8.071
0.000
Horizontal accountability
2.275
0.770
0.000
Transparency
36.383
4.91
0.053
Regulatory Quality
3.056
1.58
0.003
GDP per capita
0.000
0.000
0.005
Constant
-6.364
3.382
0.202
Qui2
0.000
R2
0,81
N
93
Source: Source: Prepared by the author data from Índice de Percepção de Corrupção (IPC) do
Transparência Internacional; World Justice Project, World Bank; and V-dem (Varieties of Democracy)
The p-value of the model was less than 2.2e-16 (<0.01), leading us to reject the null
hypothesis H₀ and consider the alternative hypotheses that support the conjecture proposed in
this article that the mentioned control institutions influence the variability of corruption
perception. In this case, the model exhibits a significant R² of 0.83, indicating that the selected
predictors explain 83% of the observed dependent variable of corruption.
5. Conclusion
The proper functioning of control institutions is essential to sustain a democratic,
republican, and liberal political regime. Their presence in society allows the state and its
structures to be widely protected against any attempts of corruption. This study examined the
causal dynamics of perceived corruption through the central control bodies responsible for
upholding public integrity in Latin America.
Based on the literature used, these control institutions form the framework of horizontal
accountability, meaning they are legally authorized agencies to balance the correlated powers
of democracy. In addition to the classical institutions such as the judiciary and legislature, we
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 19
observed that regulatory institutions, government transparency, and Supreme Audit Institutions
equally play indispensable roles in a genuinely effective accountability network.
Based on the obtained results, it is evident that Chile, Costa Rica, and Uruguay are the
Latin American countries with the highest control of corruption. The correlation matrix
examined the relationship between institutions and the perceived corruption index. In this
context, a significant correlation was observed with a confidence level of 1%, specifically
regarding the autonomy of the audit, used as a proxy to assess the performance of Supreme
Audit Institutions (SAIs) and proving to be the variable with the highest predictive capacity for
corruption variability in Latin America. Furthermore, the Pearson correlation matrix allowed
the conclusion that there is no multicollinearity among the independent variables, as none
exhibited a high correlation with another.
The causal test, conducted through a multiple linear regression analysis using panel data,
revealed a p-value below 0.01, corroborating the hypothesis that control institutions have
significant predictive capacity regarding corruption in Latin America. Both empirically and
theoretically, the need to strengthen the control mechanisms of these agencies in the region
becomes evident, especially in countries where data demonstrate weaknesses in their
performance.
REFERENCES
ACKERMAN, R. S. The economics of corruption: an essay in political economy. New
York: Academic Press, 1978.
ADES, A.; DI TELLA, R. Rents, competition, and corruption. American Economic Review,
v. 89, n. 4, p. 982-993, 1999.
AMERICAS QUARTERLY. Nova York: Americas Society. Council of the Americas, 2020,
v. 14, n. 2, p. 36-45.
AVRITZER, L.; FILGUEIRAS, F. Corrupção e controles democráticos no Brasil. Texto
para Discussão. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2011. n. 1550.
BIASON, R. C. Questão Conceitual: o que é corrupção? In: BIASON, R. C. (Org.) Temas de
Corrupção Política. São Paulo: Balão Editorial, 2018.
FILGUEIRAS, F. Corrupção, democracia e legitimidade. Belo Horizonte: Editora da
UFMG, 2008.
GEDDES, A. H.; RIBEIRO-NETO, B. A. O algoritmo. In: GEDDES, A. H.; RIBEIRO-
NETO, B. A. O algoritmo PageRank. Rio de Janeiro: Alta Books, 2000. 318 p.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 20
HUNTINGTON, S. P. A ordem política nas sociedades em mudança. São Paulo: Edusp.
Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1975.
KLITGAARD, R. Controlling Corruption. Berkeley: University of California Press, 1988.
KRUEGER, A. O. The political economy of rent-seeking. American Economic Review, v.
64, 1974.
LA PORTA, R. et al. The quality of government. Journal of Law, Economics, and
Organization, v. 15, n. 1, p. 222-279, 1999.
MARANI, S. C. Z. et al. Os Sentidos da Pesquisa sobre Corrupção. Revista de
Administração Pública, v. 52, n. 4, p. 712-730, 2018.
MARINO, P. de B. L. P. et al. Indicadores de governança mundial e sua relação com os
indicadores socioeconômicos dos países do Brics. Revista de Administração Pública, v. 50,
n. 5, p. 721744, 2016. DOI: 10.1590/0034-7612144359.
MBAKU, J. M. Bureaucratic Corruption in Africa: The Futility of Cleanups. Cato Journal,
v. 16, n. 1, p. 99-118, 1996.
MELO, C. A. V. Alta Corrupção Como Resposta a Baixos Níveis de Accountability.
2003, 185 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Políticas) Centro de Filosofia e Ciências
Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
MELO, C.A. V. Corrupção e políticas públicas: Uma análise empírica dos municípios
brasileiros. 2010. Tese (Doutorado em Ciência Política), Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2010.
MELO, M. A. O viés majoritário na política comparada: responsabilização, desenho
institucional e qualidade democrática. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.
22, n. 63, 2007.
MELO, M. A. O Controle Externo na América Latina. [S. l.]: Instituto Fernando Henrique
Cardoso, maio 2008.
MENEZES, M. Controle Externo América Latina. Revista Debates, v. 10, n. 1, p. 141-160,
2016.
MOISÉS, J. Á. A corrupção afeta a qualidade da democracia? Em Debate, v. 2, n. 5, p. 27-
37, 2010.
MORENO, E.; CRISP, B.; SHUGART, M. The Accountability Deficit in Latin America. In:
MAINWARING, S.; WELNA, C. (ed.). Democratic Accountability in Latin America.
Oxford: Oxford University Press, 2003. p. 79-131.
NORTH, D. C. Instituições, mudança institucional e desempenho econômico. Tradução:
Alexandre Morales. São Paulo: Três Estrelas, 2018.
Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 21
O’DONNELL, G. Accountability horizontal e novas poliarquias. Lua Nova, São Paulo, n.
44, p. 27-52, 1998.
OLIVIERI, C. A atuação dos controles interno e externo ao executivo como
condicionante da execução de investimento em infraestrutura no Brasil. Brasília; Rio de
Janeiro: Ipea 2016.
PEREIRA C, M. B. Comportamento estratégico em presidencialismo de coalizão: as relações
entre Executivo e Legislativo no Presidencialismo brasileiro. Dados, Rio de Janeiro, v. 45, n.
2, p. 265-301, 2002.
PÉREZ-LIÑÁN, A. Presidential Impeachment and the New Political Instability in Latin
America. Cambridge University Press: New York, 2007.
PÉREZ-LIÑÁN, A. Impeachment or Backsliding? Threats to democracy in the twenty-first
century. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 33, n. 98, 2018.
PRZEWORSKI, A.; STOKES, S. C.; MANIN, B. Democracy, accountability and
representation. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
SANTISO, C. Olhos bem Fechados? A política das agências de auditoria autônomas em
economias emergentes, Buenos Aires, Argentina: CIPPEC, 2007.
SIMON, R.; AALBERS, G. The capacity to combat corruption (CCC) index. Assessing
Latin America’s ability to detect, punish and prevent corruption amid covid-19. [S. l.]:
Americas Society/Council of the Americas, 2019. Available in:
https://www.americasquarterly.org/wp-content/uploads/2020/06/2020_CCC_Report.pdf.
Access: 25 Jan. 2022.
SPECK, B. Inovação e rotina no Tribunal de Contas da União. São Paulo: Konrad
Adenauer, 2000.
TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL BRASIL. Índice de Percepção da Corrupção
(IPC). 2018. Disponível em: https://ipc2018.transparenciainternacional.org.br/. Acesso em:
10 dez. 2022.
TREISMAN, D. The causes of corruption: A cross-national study. Journal of Public
Economics, v. 76, n. 3, p. 399-457, 2000.
TSEBELIS, G. Nested Games: The Cohesion of French Coalitions. British Journal of
Political Science, v. 18, n. 2, p. 145-170, April 1988.
TULLOCK, G. The welfare costs of tariffs, monopolies, and theft. Western Economic
Journal, n. 5, 1967.
VAN RIJCKEGHEM, C.; WEDER, B. Sources of contagion: is it finance or trade? Journal
on International Economics, v. 54, p. 293308, 2001.
Horizontal accountability and the institutional network of corruption control
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, São Carlos, v. 32, n. 00, e023002, 2023. e-ISSN: 2236-0107
DOI: https://doi.org/10.31068/tp.v32i00.1032 22
WORLD BANK. Helping countries combat corruption: The role of the World Bank.
Washington, D.C.: BIRD, September 2000.
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: Not applicable.
Data and material availability: All data were extracted from secondary databases
available on websites, namely: Transparency International
(https://transparenciainternacional.org.br/); World Justice Project
(https://worldjusticeproject.org/rule-of-law-index/global); V-dem (https://v-
dem.net/data/the-v-dem-dataset/).
Authors' contributions: Duilia Dalyana Ribeiro Santos da NÓBREGA is responsible for
the research, analysis and writing of the paper.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.